De 7 a 9 de Julho, realizou-se a 27.ª edição do Góis Oroso Arte, sob o signo “A Arte no Feminino” e “porque a arte é inovação e também diversidade, este ano a nossa exposição colectiva apresenta-se dispersa por galerias improvisadas, numa aposta acertada de espalhar arte pelas freguesias do concelho”, como disse o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, na sessão de abertura, realizada no auditório da Casa do Artista.
Mostra Internacional de Arte organizada pelo Município em parceria com o Município de Oroso, na Galiza (Espanha) que, durante o fim-de-semana, incluiu a realização de diversas actividades culturais e cuja exposição colectiva está patente até ao final deste mês, em seis galerias improvisadas distribuídas pelas freguesias do concelho, nomeadamente e como deu a conhecer o presidente da Câmara, “as obras vão estar em exposição na Casa do Artista, na Casa da Cultura de Góis, na Igreja da Misericórdia de Góis, na Casa da Cultura e Lazer da Comissão de Melhoramentos de Alvares, no Lagar-Museu do Mel em Vila Nova do Ceira e na sede da União Progressiva do Colmeal e ainda e “engrandecendo a nossa rota de arte urbana”, a “arte ao vivo vai acrescentar elementos artísticos às povoações de Candosa e Colmeal, (…) bem como na Roda Cimeira”.
Assinatura de um protocolo de parceria entre o Município de Góis e a Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
“A arte e os artistas estão de regresso ao nosso concelho e nada como recebê-los com chave de ouro, com a actuação do Quarteto de Cordas do Conservatório de Música de Coimbra, que nos brindou com um belo momento musical”, salientou ainda Rui Sampaio, na sessão de abertura, que ficou também marcada pela assinatura de um protocolo de parceria entre o Município de Góis e a Escola Artística do Conservatório, representada pelo seu director, António Pedro Devesa, que visa “desenvolver políticas culturais sustentadas e novos rumos para a intervenção cultural que estejam intrinsecamente ligados à qualidade de vida das comunidades, dinâmicas sociais e à afirmação do concelho de Góis como um território criativo”.
O director da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra depois de referir que o protocolo vai permitir “aprofundar esta ligação entre a Escola e a autarquia”, sublinhou que esta Escola “é a única Escola Artística pública do distrito”, contando “com 1200 alunos” e dispondo de “várias valências, para além da música, a dança e o teatro”, acrescentando que “dentro da música, há a música clássica e também o jazz”, e que esta instituição “também tem uma “perninha” num Pólo no distrito de Castelo Branco, na Sertã, e em Arganil, onde existem alunos aqui do concelho”.
“Tivemos uma aprovação, homologação, por parte do senhor Secretário de Estado para abrir um novo Pólo em Miranda do Corvo, que vai abrir já em Setembro e já temos alunos matriculados”, disse António Pedro Devesa, referindo ainda que “sendo esta uma Escola emblemática do distrito, pretende não estar dentro das suas próprias paredes, o nosso intuito é devolver à comunidade aquilo que a comunidade dá aos seus alunos, à cidade e à região. Este protocolo vem também proporcionar que estes alunos possam crescer e devolver aquilo que aprenderam com a cidade e a região”.
O presidente da Câmara agradeceu, reconhecido, ao director da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra por “aceitar caminhar ao nosso lado”, dizendo ainda que “as acções que se vão desenvolver no âmbito deste acordo não se vão sobrepor à programação cultural do Município, nem à contratação de agentes culturais” e que o “protocolo que muito nos orgulha, pois reconhecemos as suas vantagens, estando empenhados em o dinamizar e potenciar” pelos benefícios trazidos à população do concelho.
Município prestou homenagem artística a Camarro
Rui Sampaio não deixou de salientar também que “o amor que pomos naquilo que fazemos pode ver-se na obra que o artista Camarro tem construído ao longo d sua carreira. O Município prestou hoje homenagem artística a Camarro, pela qualidade e excelência do seu currículo, bem com pelo trabalho artístico desenvolvido no concelho. Góis reconhece o seu mérito, sendo esta uma merecida homenagem”. E depois de ser ser recordada a sua “qualidade” e “excelência do seu currículo” e que esteve na génese do Góis Arte, projecto que, segundo a Câmara de Góis, “atingiu um patamar considerável ao ser inaugurada a Casa do Artista, em 2000”, sendo o homenageado “o autor convidado para o Góis Arte, entre 98 e 2012, e fez parte do júri convidado para o Góis Arte, de 98 a 2003”, destacando-se também pela “colaboração em várias galerias e um vasto trabalho de escultura, em ferro, pedra, terra e areia”, tendo sido o mentor do projecto “Presépio em terra, em 2010”, que esteve patente no Largo do Pombal, na vila de Góis, e no ano seguinte, da “Pirâmide de Natal”.
O artista Camarro disse sentir-se “extremamente emocionado” e surpreendido com este reconhecimento, recordando que “apareci em Góis já vai mais de duas décadas, era ainda jovem, pelo nome da dr.ª Ana Filomena Amaral”, após ter recebido “no meu atelier um convite para participar numa exposição internacional em Góis” e, a partir daí, “carrego os meus quadros, apareço em Góis e fiquei apaixonado”, lembrando que, na altura, “a sala de exposição era nos Bombeiros, pequenina, onde não cabia mais de um quadro dos meus, (…) e pedi à dr.ª Ana Filomena Amaral se me deixava ajudá-la, de forma a podermos criar uma grande exposição, ela falou com quem de direito e eu fiz os contactos com todos os meus colegas, de forma a que o evento, no ano seguinte, fosse uma mais valia e foi-se tornando, na realidade”.
“Chegou a haver uma tenda enorme junto ao rio, onde haviam instalações de escultura e pintura dos mais variados artistas, naquela altura, penso que eram mais de 200 obras”, recordou ainda o homenageado, manifestando a sua satisfação pelo Góis Arte ter ido “crescendo” e de considerar que “está na altura de um maior salto ainda”, deixando a certeza que “se acharem que todo o meu conhecimento dentro da arte possa ser uma mais-valia para Góis, disponham porque estou na disponibilidade de ajudar”.
E depois de ser recordada também a saudosa artista goiense, Alice Sande, na sessão de abertura da 27.ª edição do Góis Oroso Arte, usaram ainda da palavra Aida Baeta, em representação da Assembleia Municipal de Góis, e a artista Geraldes da Silva, curadora da exposição coletiva “A Arte no Feminino” e membro da comissão organizadora desta edição do Góis Oroso Arte, que conta também com a participação do escultor Armando Martinez, José Machado Lopes e Rui Aço.
O presidente da Câmara depois de a todos deixar, mais uma vez, palavras de particular agradecimento, deu a conhecer ainda que Oroso “não pode comparecer no Góis Oroso Arte” porque “o novo alcaide, Alex Duval, foi recentemente empossado como líder da autarquia vizinha” e a quem deixou felicitações e lembrando que as obras da exposição colectiva vão estar patentes, posteriormente, no Município espanhol irmão, tendo depois sido visitadas as que se encontram em exposição na Casa do Artista, na Casa da Cultura e na Igreja da Misericórdia de Góis e que, no seu total, são 96 obras, também dispersas pelas restantes galerias improvisadas nas freguesias do concelho.
“Foi um dia intenso para nós”, disse Rui Sampaio, com as cerimónias do hastear das bandeiras nas praias fluviais, da inauguração da requalificação do Miradouro e com a inauguração da 27.ª edição do Góis Oroso Arte, considerando que “a arte, a cultura e a educação também fazem parte dos desafios que pretendemos abraçar”, ao mesmo tempo “e desde a primeira hora, tem sido nossa prioridade olhar pelas pessoas que vivem, visitam e escolhem o concelho de Góis”.