GÓIS: Inauguração da requalificação de Miradouro

O presidente da Câmara e o poeta Paulo Ilharco descerraram a placa que assinala a inauguração da requalificação do Miradouro

Na sexta-feira, dia 7 e aproveitando a realização da 27.ª edição do GóisOrosoArte, Câmara Municipal inaugurou a requalificação do Miradouro, na Estrada Nacional 2, com um panorama de excelência sobre a vila e agora ainda mais enriquecido com um poema de Paulo Ilharco e que, como disse, fazem “jus àquilo que Góis tem na sua essência que, a meu ver, é o amor”.

O presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, depois de explicar que teve conhecimento de que “havia a intenção do Município fazer esta requalificação” e de agradecer a Paulo Ilharco por ter expressado “o sentimento de alguém que tem ligação a Góis e a quem Góis lhe diz muito, como a todos nós que aqui estamos”, referiu que “depois de ser confrontado com o projecto, tinha de fazer os possíveis para que isto se concretizasse e passava, numa fase inicial, por pedir autorização ao proprietário”, (…) “este equipamento não é municipal, é da propriedade da Infraestruturas de Portugal”, que “rapidamente, deu a sua anuência para que fizéssemos esta intervenção”, deixando também os agradecimentos “a algumas pessoas que se empenharam na execução desta obra”, nomeadamente à arquitecta responsável pelo projecto, a quem executou os azulejos, que “estão muito bonitos, magníficos e ilustram bem aquilo que se pretendia com isto”, bem como a quem “fez as floreiras”, Pedro Pinto, sem deixar de destacar “os trabalhadores do Município que executaram a obra rapidamente, com qualidade e com mestria porque houve aqui algumas alterações, (…) existia aqui uma mesa que foi retirada” e “ainda pretendemos colocar aqui uma mesa interpretativa, fazendo aqui uma intervenção numa fase posterior, que ilustre e diga às pessoas o que lá está em baixo”.

Rui Sampaio congratulou-se também e mais uma vez, pela “ideia magnífica”, há cerca de sete anos atrás, do poeta Paulo Ilharco, porque “quem gosta de Góis e sente Góis identifica-se com estas palavras que aqui estão”, referindo depois que “isto era um equipamento que estava aqui desprezado e passa a ter outra dignidade”, deixando o apelo para que os utilizadores deste espaço o preservem porque, “infelizmente, já tivemos de voltar a fazer aqui uma intervenção porque entraram aqui com bicicletas e sujaram isto tudo. Isto é património de todos, deve ser preservado e nem sempre há essa sensibilidade. É o apelo que deixo publicamente para quem aqui pare, desfrute, aproveite, tire fotografias, porque está bonito, mas respeite o trabalho e o sentimento com que isto também foi feito”, fazendo votos para que “este equipamento possa ser usufruído por quem passa neste território, por aqueles que nos visitam. Têm aqui um espaço onde podem parar durante algum tempo e desfrutar da paisagem ou até descansar um pouco” e que “à noite é fantástico para quem quiser vir aqui passar um momento a olhar para as estrelas”.

“É uma honra estar aqui”, começou por dizer Paulo Ilharco até porque “unem-nos laços, somos família” e “toda a vida passei as minhas férias em Góis”, considerando que “sou o conimbricense mais goiense que pode haver, o meu berço é Góis”, para referir depois que “este é o único pedacinho da Nacional 2 que tem um soneto” e “fi-lo porque pertenço a Góis, (…) acreditem que molhei a minha pena neste tinteiro que é o coração”, felicitando por isso a Câmara Municipal “pelo espaço que me parece magnífico” e que agora fica marcado nos azulejos onde está escrito o seu soneto e que declamou, “Deste mirante vejo a Terra inteira./Meu olhar vou pousando aqui e ali./É como se a nascente e a foz do Ceira/Fossem tudo o que sinto e não escrevi./ A paisagem lobrigo à minha beira,/Inventando lugares que nunca vi./Mas, de repente, a vila é feiticeira/E faz com que o meu berço seja aqui./Não há musa tão linda como esta!/Eu beijo-a, não na boca, mas na testa,/Em sinal de profunda devoção./Na hora derradeira levarei/Tamanho Amor que, ó Góis, nem sequer sei/Se caberás no imenso coração!”.