Tendo como convidados o Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e o Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) realizou uma visita de campo ao perímetro florestal de Góis, que permitiu observar ações de prevenção que incluem diferentes tipologias de intervenção, no âmbito da preparação do território contra incêndios rurais e que teve como ponto fulcral a povoação de Aigra Velha, no Perímetro Florestal de Góis – Baldios de Penedos de Góis.
As tipologias de intervenção observadas durante esta iniciativa do ICN, foram silvicultura preventiva com gestão de combustíveis em subcoberto e condução do povoamento; gestão de combustível para criar faixas de contenção com o objetivo de reduzir a probabilidade de passagem de incêndios; fogo controlado para instalação de mosaicos de parcelas de gestão de combustível; faixa e mosaicos de gestão de combustível, manutenção de rede viária florestal.
Estas intervenções contaram com a colaboração e presença de diversas entidades, nomeadamente da Caule – Associação Florestal da Beira Serra, dos Sapadores Bombeiros Florestais do ICNF e Associação Florestal do Concelho de Góis
A visita de campo a Góis enquadra-se numa das missões prioritárias do ICNF, criar um território mais resistente e resiliente aos incêndios rurais, com baixas cargas de combustíveis e com descontinuidades que diminuam a afetação dos habitats e das infraestruturas em caso de incêndio, que permitam uma maior eficiência e segurança no combate e garantam uma maior probabilidade de rápida recuperação dos ecossistemas e dos serviços por eles prestados.
ICNF forma primeira equipa própria de Sapadores Bombeiros
Durante a visita, os membros do Governo puderam assistir aos trabalhos de gestão de combustível por parte da primeira equipa de Sapadores Bombeiros Florestais ao serviço do ICNF.
A conclusão da formação da sua primeira equipa de 40 Sapadores Bombeiros Florestais, que vão trabalhar na prevenção e combate a incêndios, foi dada a conhecer pelo presidente do ICNF, Nuno Banza, salientando ainda que “este é um contingente inicial de um processo que tem como meta 600 operacionais distribuídos por todo o país, estando a decorrer um concurso para o recrutamento de mais 60 elementos, a que se seguirá um outro concurso com mais 50 vagas”.
“Esta é uma força especializada que vai tornar o território mais resiliente (na época baixa de incêndios) e que, na época quente, está disponível, em conjunto com outros meios, para ajudar a combater, utilizando técnicas específicas de combate a incêndios rurais que têm resultados muito relevantes nesse combate. Depois, intervêm também no pós-evento, não só nas manobras de rescaldo, como de recuperação das áreas ardidas”, disse o presidente do ICNF, acrescentando que “o primeiro concurso tinha 100 vagas abertas, mas foi apenas possível recrutar 40, porque jovens com menos de 25 anos não superaram as provas físicas. Isto devia-nos pôr a pensar: como é que um jovem com menos de 25 anos não consegue fazer um número mínimo de flexões ou abdominais ou corrida”.
E depois de referir que houve mais de 150 candidatos nesse primeiro procedimento, Nuno Banza salientou ainda a estratégia de prevenção ativa que a instituição tem assumido, muitas das vezes em parceria com outras entidades, como Municípios, comunidades intermunicipais ou associações de produtores florestais, considerando que “2022 é um ano em que o país está mais preparado do que no passado. Mas este é um trabalho contínuo e não depende apenas de nós, mas de todos”.