GÓIS: Secretário de Estado no encerramento do projecto de gestão do Ceira

Recebido no salão nobre dos Paços do Concelho, o Secretário de Estado recebeu também o convite do presidente da Câmara, “volte sempre a Góis”

No passado dia 31 de Outubro e após uma visita às intervenções realizadas no concelho da Lousã, o Secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro, esteve em Góis, no âmbito do evento final do Projecto PDP-3 – Gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Ceira face às Alterações Climáticas, financiado pelo EE Grants.

“Por aquilo que faz e o investimento associado”, este é um dos projectos de maior dimensão no âmbito dos EEA Grants, como considerou o Secretário de Estado do Planeamento, depois do descerramento, simbólico, da placa comemorativa EEA Grants, junto ao açude de Santo António, localizado no Parque de Merendas do Cerejal, no âmbito da intervenção ali efectuada e que compreendeu a implementação de dispositivo de passagem de peixes, “que gerou alguma polémica, mas que se viu que tem efeito”, como disse o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, depois de uma visita à estação de monitorização de caudal do rio, “que é muito importante em altura de cheia. (…) Esta intervenção vem no sentido de recuperar o açude, importante pra estabilizar a corrente e para que o rio esteja nas devidas condições”.

Mas apesar do encerramento do Projecto PDP-3 – Gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Ceira face às Alterações Climáticas, o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio,  não deixou de considerar ser necessário dar-lhe continuidade, para combater a erosão das margens e requalificar vários açudes, para garantir a sustentabilidade das árvores das margens ameaças pela erosão, referindo mesmo que “esta erosão das margens provoca que, em contexto de cheias e vento, as árvores facilmente tombam, retirando-nos exemplares que são importantes e que obriga a autarquia a efectuar a rearborização”.

Rui Sampaio não deixou de referir também que “existe ainda um conjunto de açudes no concelho que não estão em condições e precisam de ser recuperados. São trabalhos que têm de ser feitos e que estão sinalizados, nalguns casos já com pareceres positivos da Agência Portuguesa do Ambiente, mas não temos financiamento para todos, o que é uma necessidade, até porque alguns também são importantes para os regadios”.

Mas apesar do que já foi feito, ainda há muito trabalho a fazer no rio, como considerou o presidente da Câmara Municipal, deixando a certeza da disponibilidade do Município “para continuarmos a trabalhar para que o rio continue a ser algo com que todos nos identificamos”,  enquanto o Secretário de Estado, Eduardo Pinheiro, não deixou de considerar também “queremos que continue e é importante como exemplo para outros rios do país, demonstrar o que foi feito e o que podemos fazer, mas mais importante é que o que foi feito não se perca. (…) Este projecto é original e o único com dimensão, que vai muito além da questão ambiental, envolvendo também as populações e a área cultural, pelo que é importante garantir que há uma continuidade, que não se limita aos investimentos realizados. (…) Este é o caminho, a semente para continuar a trabalhar. (…) Parabéns pelo trabalho que foi feito, é bom vir ao terreno e observar o que foi feito”.

A intervenção abrangeu 120 quilómetros do rio Ceira

Com incidência nas componentes hidrológica, cultural e nos ecossistemas, o projecto pretende melhorar a resiliência e a capacidade de resposta às alterações climáticas, sendo de salientar também que a intervenção abrangeu 120 quilómetros do rio Ceira, que nasce na Serra do Açor (Arganil) e desagua no Mondego a montante de Coimbra.

Sobre o Projecto

O Projeto Pré-definido 3 (PDP-3) tem como objectivo a melhoria da resiliência e da capacidade de resposta às alterações climáticas em áreas seleccionadas, através de medidas concretas de adaptação às alterações climáticas, a nível local.

O Projecto é baseado numa abordagem ambiental inovadora que visa consciencializar as populações locais para a mitigação e adaptação das suas actividades às alterações climáticas no seu território, considerando a unidade territorial da bacia hidrográfica do rio Ceira.

O promotor do Projeto é a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), através da ARH Centro, os parceiros são a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a Câmara Municipal de Arganil, a Câmara Municipal de Góis, a Câmara Municipal da Lousã, a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, a Direção Norueguesa de Proteção Civil e a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

A duração do Projeto é de 48 meses e conta com uma verba disponível de 2 600 000 euros.

 O PDP-3 contribuirá para os objectivos gerais dos EEA Grants na redução das disparidades económicas e sociais na Europa e no fortalecimento das relações bilaterais e da cooperação com os países doadores.

Após a visita no terreno, o presidente da Câmara Municipal recebeu a comitiva no salão nobre dos Paços de Concelho, onde a presidente da Assembleia Municipal, Helena Moniz, deu as boas-vindas ao Secretário de Estado do Planeamento, “é sempre um gosto receber representantes do Poder Central para in loco puderem ver a realidade do nosso território”, enalteceu a obra que, pela sua importância, “muito nos satisfaz”, bem como “a importância que o rio Ceira tem para Góis”.

“É com apreço que vemos esta sua visita ao concelho de Góis e nada como estar no terreno, nada como verificar in loco aquilo que nós, por vezes, manifestamos ou temos oportunidade de dar a conhecer do são necessidades que se sentem, e o senhor Secretário de Estado teve oportunidade de verificar algumas situações”, disse o presidente da Câmara Municipal,  deixando por isso o convite, “volte sempre a Góis”, terminando por agradecer também “à Lousitânea pelo trabalho que tem feito”,  reconhecendo que  “é um grande parceiro, com grande conhecimento do rio Ceira, da natureza”, pelo que “o Município está e estará sempre aberto a colaborar com a Lousitânea”.

O Secretário de Estado do Planeamento, depois de voltar a enaltecer e a reconhecer “a importância deste projecto”, considerou que “com aquilo que aprendemos aqui, sabemos aquilo que é importante para o futuro e temos a certeza que, com as autarquias envolvidas, com a Administração Central, terão as condições para fazer os projectos e garantir a sua execução, seja em financiamento comunitário seja em financiamento nacional. É esse o compromisso”, porque e como referiu, “o importante é saber para onde é que queremos caminhar”.