

No passado dia 4 de Junho, no salão nobre da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Góis, realizou-se a cerimónia da tomada de posse do comandante do Corpo Activo, João Miguel Pratas, e do segundo comandante, Nuno Pedro Nascimento.
“É com satisfação que vejo este ilustre salão nobre repleto de pessoas e entidades que se quiserem associar a mais um dia, que ficará registado na história desta Associação”, disse o novo comandante João Miguel Pratas, deixando a garantia que “o nosso compromisso é trabalhar, com todos, sem excepção e sem distinções, mas com disciplina, respeito e entendimento” e, dirigindo-se particularmente aos bombeiros que já se encontram no quadro de reserva, não deixou de reconhecer que “as exigências são cada vez maiores, mas o contributo de todos nós é essencial para conseguirmos prestar um bom serviço à população”, deixando-lhe o apelo, “o vosso regresso ao activo é importantíssimo” e ainda uma palavra de “encorajamento” aos estagiários que ingressaram recentemente na Corporação.
O novo comandante agradeceu “reconhecidamente à Câmara Municipal o contínuo apoio financeiro, logístico e humano que sempre prestou e presta a este Corpo de Bombeiros”
E depois de se referir aos eventos que a Associação irá promover, nomeadamente um jantar solidário a realizar no próximo dia 10 e uma caminhada solidária a decorrer no dia 18, de forma a granjear receitas para a Associação, uma vez que “é do conhecimento de todos a situação financeira da nossa casa”, o novo comandante agradeceu “reconhecidamente à Câmara Municipal o contínuo apoio financeiro, logístico e humano que sempre prestou e presta a este Corpo de Bombeiros”, deixando ainda um agradecimento particular ao presidente da Câmara, Rui Sampaio, “por me possibilitar profissionalmente que hoje assuma novamente funções de comandante”, agradeceu também à sua família e às famílias de todos os bombeiros, enalteceu “a coragem, empenho e profissionalismo dos actuais dirigentes da Associação”, terminando com agradecimentos ao 2.º comandante Nuno Tavares e ao futuro adjunto de comando, Nuno Cunha (que em breve terminará a sua formação), “pela confiança demostrada ao aceitarem a difícil, mas nobre tarefa, de comandar mulheres e homens, voluntários, mas profissionais na sua actuação”.
“Constitui uma honra e motivo de orgulho assumir as funções de 2.º comandante”, disse Nuno Nascimento, sem contudo deixar de reconhecer ter “consciência do grau de exigência do cargo”, mas “tudo farei para dignificar e honrar o nome dos Bombeiros Voluntários de Góis”, agradeceu depois à família por “todo o apoio e sacrifício, não tenho mais palavras, são muitos anos, por isso, um agradecimento grande”, ao comandante deixou a garantia que “pode contar comigo no desempenho do trabalho e dessa forma conseguiremos que o Corpo de Bombeiros tenha cada vez maior grandeza”, bem como aos bombeiros e bombeiras que “podem contar comigo para tudo o que precisarem, até porque, todos juntos somos mais fortes”.
O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, Fernando Carvalho, depois de dar os parabéns aos novos comandantes e aos Bombeiros de Góis e de desejar votos dos maiores êxitos na missão em que eram empossados, aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, deixar alguns alertas relativamente às realidades das Corporações de Bombeiros, “em 2002 tínhamos cerca de 43 mil bombeiros a nível nacional e hoje temos 26 mil, ou seja, num prazo praticamente de vinte anos houve uma redução de cerca de 40% no número de bombeiros nas Corporações do país” e, sem deixar de destacar o voluntariado e de reconhecer ser “cada vez é mais difícil, nomeadamente em concelhos do interior, ter equipas suficientes para dar resposta ao que os nossos conterrâneos exigem e merecem”, referiu-se ao financiamento dos Corpos de Bombeiros e mais concretamente ao apoio das autarquias às Associações Humanitárias, congratulando-se por um lado pelo facto de a autarquia de Góis apoiar “de alma e coração o Corpo de Bombeiros”, mas por outro lado lamentando porque “nem todas são sensíveis a esta causa”.
E depois de deixar alguns recados ao Governo recordando, por exemplo, “um problema que se passa em todo o distrito”, nomeadamente, “o problema do equipamento”, Fernando Carvalho deu a conhecer que “os Corpos de Bombeiros do distrito de Coimbra tinham no final do ano de 2022, 204 viaturas de combate a incêndios com mais de 25 anos ou mais, e eventualmente neste momento teremos cerca de 220. E são estas viaturas que vão transportar os bombeiros no combate a incêndios”, salientando que “há cerca de dois anos o Governo anunciou a distribuição de oitenta viaturas e o distrito de Coimbra teria a atribuição de duas viaturas e, passados dois anos, não há viaturas, não há concurso público, ou seja temos zero e vamos continuar a ter zero durante mais quatro ou cinco anos”.
“Foi anunciado há mais de meio ano uma linha de financiamento de 122 milhões de euros para os Corpos de Bombeiros a nível nacional, no caso concreto da Zona Centro seriam 42 milhões e destes, se dividirmos por cem concelhos que tem a Zona Centro, dariam 420 mil euros por concelho a distribuir pelas Associações Humanitárias e pelos Gabinetes de Proteção Civil Municipais, mas até agora zero, ou seja, nada foi feito”, salientou o presidente da Federação, concluindo que “é este o reconhecimento que o Estado tem pelo esforço dos Bombeiros e Bombeiras deste país e não podemos de forma alguma de deixar de apontar estas situações nestas cerimónias”, recordando ainda que “quando representantes do Governo estão presentes, elogiam os Bombeiros e bem, mas ficamos, infelizmente, pelo elogio e todos nós sabemos que não é com elogios que conseguimos sobreviver”.
O presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Góis, Júlio Moura, depois de agradecer a todas as entidades que têm ajudado a Corporação de Bombeiros, nomeadamente à Câmara Municipal, Juntas de Freguesias e colectividades locais, referiu que a escolha do comandante foi “muito fácil, porque tínhamos a pessoa certa ao pé de nós e escolhemos o ideal” e que a escolha do 2.º comandante Nuno Tavares pelo comandante, foi “excelente. Temos a equipa certa”.
Uma equipa que não deixou de ser elogiada também pelos 2.º Comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil de Coimbra, Nuno Seixas, e pelo vice-presidente da assembleia geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Góis, Ricardo Ventura, que deixaram ainda votos das maiores felicidades no exercício da sua difícil missão, para depois o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, reconhecer como “uma parceira de grande mérito” a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, “a instituição concelhia por excelência, que representa o dever de socorro e de protecção das populações, bem como do combate e da prevenção de catástrofes por todo o território”, pelo que “o apoio e a cooperação para com esta entidade foi, é e será sempre uma realidade para o Município, que tem nas pessoas a sua prioridade absoluta, partilhando com a Associação Humanitária ideias e convicções comuns”.
“Creio que não me engano se disser que, no nosso concelho, todos nos orgulhamos do exemplo de disponibilidade, dedicação e força de trabalho demonstrados pelos nossos Soldados da Paz e demais funcionários, bem como pelos elementos que compõem os órgãos sociais da Associação. O vosso trabalho e a vossa missão devem ser valorizados por todos nós”, reconheceu Rui Sampaio e, dirigindo-se ao novo comandante, João Miguel Pratas, considerou tratar-se de um “homem experiente, com provas dadas da sua forte capacidade de trabalho e abnegação para assumir este cargo novamente”, que “conhece muito bem a população e o concelho, assim como é grande conhecedor do universo dos Bombeiros”, felicitando-o “pelo desafio que agora abraça”, desejando-lhe “um bom e profício trabalho” e reiterando a “total disponibilidade do Município para colaborar no que for necessário a bem da proteção e auxílio da população goiense”.
E para ajudar nessa missão, no final da cerimónia foram benzidas pelo pároco, padre Orlando Henriques, duas viaturas – uma ambulância e um veículo de transporte de doentes – agora ao serviço de Góis e dos goienses que, como recordou o presidente da Câmara, desde 1956, contam com a sua Corporação de Bombeiros “para prestar auxílio, protecção e socorro a bem da população e do concelho”.