GÓIS: “Vamos ouvir mais os bombeiros”

Na passada quarta-feira, 22 de Junho, e depois de algum mau estar no seio dos Bombeiros e que culminou com uma carta que pedia a demissão do comandante e da direcção, realizou-se uma reunião entre o corpo activo e a direcção da Associação para se chegar a um consenso, durante a qual “os bombeiros colocaram as suas questões e reivindicações” no que se refere “a melhores condições salariais e de trabalho”, como referiu o presidente da direcção, Renato Souza.

“São situações normais, problemas de fundo, que não são exclusivos da Associação dos Bombeiros de Góis”, considera Renato Souza, acrescentando ainda que, no final da reunião, ficou decidido criar uma comissão representativa do corpo activo dos dois quartéis – Góis e Alvares – incumbida de alinhar as reivindicações num documento que será analisado numa reunião com a direcção, “a realizar o mais rapidamente possível “ e durante a qual “vamos analisar as questões, procurar corrigir alguns problemas e ir ao encontro das necessidades apresentadas pelos bombeiros”.

Questões do “foro operacional” terão estado na origem do clima de tensão que se instalou no quartel, mas “dando resposta a uma das reivindicações apresentadas”, o presidente da Associação promete “uma maior proximidade entre a direcção e o corpo activo”, que “desde já está assegurada. (…) Vamos ouvir mais os bombeiros”.

Contudo e ainda segundo Renato Souza, uma das questões mais complicadas de resolver será a dos aumentos salariais, “a Associação não tem capacidade”, dado que “tudo o que tenha a ver com questões financeiras é muito complicado”, agravadas desde logo pela dívida à Segurança Social, “que apesar de negociada, ultrapassa os 140 mil euros” e que acaba por resultar também dos sucessivos atrasos do pagamento dos serviços de saúde pela tutela à Associação e que “representam uma facturação mensal entre o 6 mil e os 7 mil e quinhentos euros, (… ) essenciais para dar desposta aos compromissos, nomeadamente no que se refere ao pagamento de ordenados, aos fornecedores e à segurança Social”.

“Não chega para tudo”, salienta o presidente da direcção, mas mesmo assim e recordando que “a direcção foi legitimamente eleita pelos associados”, deixou a certeza que “vamos cumprir o mandato até ao fim e entregar o leme da casa em Janeiro próximo. Temos de garantir que as coisas funcionem” numa Associação que tem actualmente um corpo activo constituído por 55 operacionais, 27 dos quais funcionários entre os quais dois administrativos, sendo ainda de referir que com a passagem do comandante ao quadro de honra, o comando será interinamente assegurado pela adjunta do comando, Patrícia Carvalho.