No final do encontro, com a Associação Atlética de Arganil a garantir um lugar na Liga Elite, o treinador clube fez para a A COMARCA o balanço da época. Ainda que positivo, João Santos lamenta alguns casos que condicionaram o seu trabalho.
«Foi uma época em que sofremos e sofremos muito. Sabíamos que íamos sofrer…
Quando cheguei, em Outubro, tínhamos 2 pontos e um golo marcado. Isto era impossível. Estávamos mortos e enterrados… já nos tinham feito o funeral, e por isso sabia que não iria ser um processo fácil.
A nossa – da equipa técnica – preocupação foi unir o grupo. Esse foi o nosso primeiro trabalho. Tínhamos que unir muito o grupo para depois os resultados se tornassem naquilo que acabou por ser a realidade.
Em Janeiro, quando entrámos na segunda volta do campeonato, tínhamos 8 pontos, e iria ser impensável conseguirmos – até porque as minhas contas foram feitas com todas as equipas onde poderíamos pontuar – fazer mais de 30 pontos, mas, felizmente, graças ao grupo de trabalho e ao grupo de jogadores (foram uns heróis, foram uns seres humanos fantásticos), e apesar de ser um plantel “curto”, foram todos homens com H grande, porque acabamos por levar tudo a bom-porto, e conseguimos fazer este “milagre”, porque somos das equipas que, na segunda volta, mais pontos fez.
Portanto, conseguimos fazer 34 pontos, e uma equipa que consegue 34 pontos com as condições que temos, com todas as condicionantes que nos surgiram – desde o “acompanhamento” por parte da direcção; também por resolver questões financeiras (mas quero acreditar nas palavras da presidente quando diz que as vai resolver, mas ainda não estão resolvidas) tudo isso condiciona estes jogadores que não ganham muito dinheiro, mas o pouco que ganham precisam dele, mas ainda assim conseguimos que este grupo se unisse e dignificaram o emblema e tudo fizeram para que não transparecesse lá para fora o que se passava aqui dentro -, acaba por ser uma época brilhante, fantástica, e não tenho adjectivos para qualificar o orgulho que tenho nestes jogadores e neste grupo de trabalho.
Em relação ao futuro – está à vista o trabalho que aqui foi feito, tanto para treinadores como para jogadores – mas há contactos, que não passam disso mesmo, são meramente contactos. Eu queria fechar o campeonato, acabar o campeonato. Acabou o campeonato e durante esta semana começarei a pensar no futuro… mas tenho várias propostas que estou a ponderar.
Já ouvi a parte da direcção da Associação Atlética, como já ouvi outras propostas… e esta semana vou decidir o futuro (…) aqui teria que se mudar muita coisa (…) pode não ser um processo simples e tão fácil para a minha continuação aqui, mas não quero com isto a dizer que fico ou não fico. Para já não sei».