Inserido nas comemorações do Feriado Municipal de Tábua (10 de Abril) – ver notícia relativa na edição de 13 de Abril – o Núcleo de Tábua da Liga dos Combatentes assinalou os 105 anos da célebre “Batalha de La Lys” (7 a 29 de Abril de 1918) – que se desenrolou no decorrer da I Grande Guerra Mundial, resultante de uma enorme ofensiva militar alemã focada ao norte da fronteira franco-belga, na região da Flandres (à época território repartido pela França, Bélgica e Holanda).
Também conhecida como “Operação Georgette”, “Ofensiva do Lys”, “Quarta Batalha de Ypres”, “Quarta Batalha da Flandres” e “Batalha de Estaires”, fez parte da chamada “Ofensiva de Primavera”, onde os alemães pretendiam romper as linhas Aliadas de uma vez por todas na Frente Ocidental europeia e onde, valorosos militares portugueses tudo deram para defender a integridade da “Europa livre do jugo alemão”.
Este é também o ano em que se comemoram os 105 anos do final do primeiro grande conflito bélico na Europa – o Armistício, foi assinado a 11 de Novembro de 1918 em Compiègne (França), e pôs fim à Primeira Guerra Mundial marcando a derrota das forças germânicas e seus aliados.
Para Armando Pereira Costa (1.º sargento) presidente do Núcleo de Tábua da Liga dos Combatentes, a cerimónia comemorativa dos 105 anos, teve por objectivo (…) «homenagear a memória dos portugueses que defenderam a Pátria ao serviço das Forças Armadas» alguns (…) «com o sacrifício da própria vida», lembrando que a I Grande Guerra (I Guerra Mundial), não se combateu apenas e só na Europa mas (…) «desenrolou-se igualmente no mar, nomeadamente na costa atlântica portuguesa, no envolvente rio Minho, passando pelo Algarve, Açores e Cabo Verde e na costa Angolana e Moçambicana, do oceano Índico».
Evocando nomes grados da história militar portuguesa, Armando Pereira Costa ao recordar o papel que os combatentes da “Guerra do Ultramar” – “Guerra Colonial” ou “Guerra de Libertação” e/ou “Guerra da Independência” pelos movimentos independentistas africanos e que se desenrolou entre 4 de Fevereiro de 1961 e 25 de Abril de 1974 – lembrou que esta foi uma decisão política de então (Estado Novo) de se bater em terra, ar e mar durante catorze anos, e por isso os militares hoje sobreviventes (…) «têm o direito de, odiando a guerra, se baterem agora pelo apoio daqueles a quem a guerra destroçou a vida e daqueles que chegados ao final de suas vidas necessitam de apoio a saúde e apoio social e financeiro para continuar a viver com dignidade».
Elencando as facetas dos bravos militares portugueses – desde o Corpo Expedicionário Português até aos dias de hoje – o presidente do Núcleo de Tábua da Liga dos Combatentes, admitiu que a cerimónia alusiva dos 105 anos da “Batalha de La Lys” mais não é do que (…) «um verdadeiro hino de louvor aos soldados portugueses», gritando (…) «vivam os combatentes da guerra do ultramar e das operações de paz».
A cerimónia recorde-se, teve lugar no monumento ao Combatente, e contaram com a participação de uma força militar do Regimento de Infantaria N.º 14 (RI 14) de Viseu, a quem coube a Guarda de Honra nas cerimónias onde, para além da deposição de duas coroas de flores pelo presidente da Câmara Municipal de Tábua, Ricardo Cruz e pelo presidente do Núcleo, foram ainda atribuídas medalhas comemorativas das Campanhas das Forças Armadas Portuguesas aos antigos combatentes: Américo Jorge de Jesus (Angola 1963-1965) | José de Matos Silva (Angola 1971-1973 | Manuel Pereira Correia (Angola 1972-1974), impostas pelo Major Vasconcelos (Lida dos Combatentes), Capitão Ferreira (RI 14) e Ricardo Cruz (presidente do Município).
Talhão dos Combatentes
Após as cerimónias, a comitiva deslocou-se ao cemitério Municipal de Tábua o nde foi dado a conhecer o talhão destinado a todos os combatentes que desejem ter aquele espaço por última morada.
Trata-se de 20 sepulturas – em terra virgem – junto aos novos gavetões existentes na área de alargamento daquele espaço fúnebre, e que podem ser utilizados por aqueles a quem a família – de combatentes – manifeste essa intenção.
As 20 lápides (cabeceiras) – em pedra de Ançã – foram adquiridas pelo Núcleo de Tábua da Liga dos Combatentes, e são provenientes de um talhão “desactivado” no cemitério do alto de São João, em Lisboa.
Os Tabuenses na 1.ª Grande Guerra
Ao longo de 433 páginas do livro “Da Guerra à Paz – Tabuenses na 1.ª Grande Guerra”, o Investigador e Historiador Fernando Pais (Mouronho-Tábua), dá-nos a conhecer a história de cada um dos 290 “bravos tabuenses” que, nos vários teatros de operações (Angola, França e Moçambique) contribuíram para o esforço militar português na 1.ª Grande Guerra.
Tábua 58 militares | Midões (57) | Covas (34) | Mouronho (24) | Candosa (19) | Pinheiro de Coja (14) | Póvoa de Midões (13) | Sinde (13) | Espariz (12) | Ázere (11) | São João da Boa Vista (10) | Carapinha (9) | Vila Nova de Oliveirinha (8) | Meda de Mouros (6) | Covelo (2)