LIGADO À MOBILIDADE INTELIGENTE: Pólo de formação superior criado em Arganil

Momento da assinatura do protocolo entre o Município e o Instituto Politécnico de Coimbra que formaliza a constituição de um pólo do IPC em Arganil

Na passada terça-feira, dia 22 de Abril, no salão nobre dos Paços do Concelho, realizou-se a cerimónia de assinatura do protocolo entre o Município e o Instituto Politécnico de Coimbra que formaliza a constituição de um pólo do IPC em Arganil, no âmbito do projecto SIMA – Smart Innovatite Mobility Arganil.

A criação do Arganil Smart Mobility Institute é um pólo de formação superior, que terá uma capacidade inicial para 200 alunos, ligado à mobilidade inteligente e que, em parceria com o Município, deverá entrar em funcionamento no ano lectivo 2026/2027.

Este novo pólo, a ser implementado na Área de Acolhimento Empresarial da Relvinha, “pretende afirmar-se como um espaço de referência dedicado ao desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis na área da mobilidade inteligente e autónoma. O projecto resulta de uma parceria estratégica entre o Município de Arganil e o IPC, com o objetivo de promover a qualificação de recursos humanos, fomentar a transferência de conhecimento e atrair investimento para o território. O SIMA será ainda o motor de novas ofertas formativas, com especial destaque para cursos profissionais e técnicos especializados, contribuindo para a dinamização da economia local e para o reforço da competitividade regional.

A constituição e instalação desta unidade formativa, no âmbito do projeto SIMA, representa uma resposta estratégica aos desafios colocados ao sector automóvel europeu, num momento em que a transição digital e ecológica exige recursos humanos altamente qualificados. Com raízes na ligação histórica de Arganil à competição automóvel e com ambição de futuro, este pólo nasce como um espaço de formação e desenvolvimento orientado para a mobilidade autónoma e sustentável, com especial enfoque em áreas como a eletromobilidade, a condução automatizada, a análise de megadados ou a química das baterias.

Esta parceria entre o Município de Arganil e o IPC pretende contribuir para a requalificação de trabalhadores, o desenvolvimento de novas competências, a promoção da empregabilidade e a criação de dinâmicas de inovação no interior do país, ligando o saber académico ao território e à realidade industrial”.

“Em muito curto prazo vamos ter ensino superior e ciência em Arganil”, disse o presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, Jorge Conde, acrescentando que “a ideia foi evoluindo e chegou à criação de um centro de formação e de investigação em mobilidade suave e inteligente, cumprindo a agenda das alterações climáticas e fazendo aquilo que podemos fazer bem, que é formar pessoas e criar produtos para esse mundo diferente que queremos. (…) E queremos que Arganil seja um laboratório de inovação no que respeita à mobilidade. (…) Um centro diferenciador” e, por isso, a ideia é levar para Arganil cursos que possam “alterar a capacidade de intervenção e a competência de quem trabalha à volta da mobilidade do sector automóvel, no sentido de formar [técnicos] para os grandes grupos que estão a investir na mobilidade elétrica”.

Jorge Conde referiu que, no ano lectivo 2026/27, deverão ter início os primeiros cursos, embora em Fevereiro de 2026 possam ter início os cursos de pós-graduações e microcredenciações, e que a capacidade de formação vai depender da capacidade de captação, salientando que “a ideia, quando abrimos um pólo, e é isso que fazemos nos outros sítios, é oferecer no mínimo três cursos, que garantam um mínimo de 25 vagas, o que significa que os nossos pólos são programados para os 200 alunos na fase de arranque, que se atingem no terceiro ano”.

O Politécnico “está hoje em oito concelhos da região, com pólos que têm todos uma razão de ser”, disse Jorge Conde, dando a conhecer que, para Arganil, “pensámos trazer qualquer coisa ligada à engenharia mecânica, aos automóveis de competição”, aproveitando “esta transição que o mundo está a ter, no sentido da mobilidade inteligente, da mobilidade limpa” e que este pólo foi denominado de “Arganil Smart Mobility Institute”, informando ainda que “não estará centrado exclusivamente numa ideia de ensino, de formar pessoas, mas está associado a um conjunto de projectos de inovação e desenvolvimento” e, para isso, “está a ser preparado um conjunto de formações para trazer para Arganil”.

A criação do Smart Mobility Institute Arganil inspirou-se no Rali de Portugal, que é uma marca distintiva do concelho, tendo associado um conjunto de projectos (dados a conhecer) associados à mobilidade inteligente financiados com fundos europeus, dizendo ainda o presidente do Instituto Politécnico de Coimbra que  “o objectivo do IPC é o de que, num prazo de uma década, este pólo e o ecossistema que lhe está associado possa ser uma referência no ranking científico do sector como um dos melhores do mundo”.

Para isso e ainda segundo Jorge Conde, o Smart Mobility Institute Arganil vai disponibilizar formações superiores não conferentes de grau, como cursos técnicos superiores profissionais, microcredenciações e pós-graduações em “domínios chave” para a transição para o sector automóvel, que permitam a requalificação de capital humano em novas áreas de competências, como a análise de metadados, desenvolvimento de software, engenharia eléctrica, química das baterias, electromobilidade e condução automatizada.

O presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, depois de agradecer ao presidente do IPC por proporcionar “este acontecimento muito importante para o concelho”, que pretende afirmar-se como “um espaço de referência dedicado ao desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis na área da mobilidade inteligente e autónoma” e que resultou de um desafio lançado por Jorge Conde baseado na “marca” deste concelho que é o “Rali de Portugal” e o objectivo foi a referida marca ser “mote para algo mais ambicioso, um ecossistema que permitisse conjugar ensino, investigação, desenvolvimento de produto e estar também no mercado”.

 Luís Paulo Costa não deixou de agradecer também às entidades parceiras neste projecto, nomeadamente Jorge Bandeira e Eloísa Macedo, da Universidade de Aveiro, que na sessão apresentaram o projeto “Vision”, bem como a Jorge Brito, secretário executivo da CIM-RC, que apresentou o projeto “Lince” e a Jônatas Manzolli, responsável por dar a conhecer o projeto “DT4ST”, para referir depois que as áreas da mobilidade autónoma e das tecnologias são “áreas de valor acrescentado” e “mais viáveis do ponto de vista também da formação” e o que se pretende com este pólo é “transformar Arganil num centro diferenciado para testar e validar tecnologias relacionadas com o setor da mobilidade e também posicionar Arganil como um elo de desenvolvimento e teste num contexto de excelência”.

O pólo surge enquadrado “num leque mais amplo de um ecossistema direcionado para o automóvel e a mobilidade autónoma” disse ainda o presidente da Câmara, acrescentando que “esta componente do ensino e da investigação que estamos a protocolar com o IPC, é peça vital e fundamental neste processo”, pelo que e como considerou, “o Município deve aproveitar as novas tendências no sector automóvel, da mobilidade autónoma e da electrificação e tirar partido do território e do Rali de Portugal, que é a marca incontornável e provavelmente a que mais projecta o concelho”.

O protocolo que tem duração de cinco anos, renovável por igual período, compete ao IPC a coordenação do pólo e o desenvolvimento da oferta formativa, enquanto ao Município de Arganil compete proporcionar as instalações e garantir os recursos humanos para o funcionamento e limpeza do espaço pelo que, e também segundo Luís Paulo Costa, “ser possível a abertura do pólo no ano lectivo 2026/2027”.