A Associação Portuguesa de Museologia (APOM), distinguiu o Município de Penacova com o prémio “Museografia” pelo trabalho desenvolvido no Centro Interpretativo (CI) do Mosteiro de Lorvão.
A entrega do prémio aconteceu na sexta-feira, 31 de Maio, no Centro de Congressos da Alfândega, no Porto. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal sublinhou a importância da distinção. «É o reconhecimento da qualidade do projecto e, ao mesmo tempo, do empenho que esta Câmara teve na concretização de uma obra que deveria, em primeira instância, ter sido concluído há uma década pelo Estado. Foi um extraordinário trabalho de equipa que envolveu historiadores de arte, especialistas em restauro e em museografia, a colaboração de outros museus, através da cedência de peças, um número alargado de colaboradores e técnicos do município, da empresa municipal Penaparque e do arquiteto Fábio Nogueira, responsável pelos conteúdos».
Álvaro Coimbra defendeu que o CI veio dar um novo impulso e visibilidade ao Mosteiro de Lorvão, considerando que (…) «durante décadas, o tesouro de Lorvão esteve escondido do grande público, armazenado em condições precárias. Com a abertura do Centro Interpretativo, o público pode finalmente perceber a importância de Lorvão e do seu conjunto monumental. Este prémio valoriza ainda mais todo o trabalho feito no último ano».
Instalado no sobreclaustro do Mosteiro de Lorvão – monumento nacional classificado desde 1910 – o Centro Interpretativo abriu ao público em 17 de Julho de 2023. O projecto resultou de uma candidatura do Município de Penacova ao CENTRO 2020 e incluiu a musealização, a conservação e restauro de peças de arte pertencentes ao espólio do mosteiro de Lorvão, a criação de um percurso de visitação, o desenvolvimento de conteúdos digitais de interpretação do património, nomeadamente uma “app”, disponível em várias línguas e um ecrã interactivo dedicado à iluminura medieval. É no sobreclaustro que se encontra a exposição, a qual se desenvolve ao longo de treze salas temáticas. Aqui é contada a história do monumento, cuja origem está ligada à reconquista Cristã da cidade de Coimbra, e que foi ocupado por monges beneditinos antes de se converter num mosteiro cisterciense feminino no século XIII. A exposição integra têxteis, manuscritos, ourivesaria, escultura, pintura e pequenos objectos pertencentes às abadessas do Mosteiro, a maioria dos quais dos séculos XVII e XVIII. São abordados temas como o boticário e a música, existindo uma sala dedicada a D. Catarina de Eça, abadessa do mosteiro entre 1472 e 1521, com peças do retábulo que mandou construir.