No passado dia 15, no Hotel Octant, o Politécnico de Coimbra (IPC) e a Câmara Municipal da promoveram um seminário em que foram temas de debate os desafios da transformação da paisagem e o papel que as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) devem ter neste desígnio nacional.
O evento, intitulado “@GIR pelo Território – Desafios atuais e futuros do Programa de Transformação da Paisagem”, reuniu vários especialistas na área que partilharam experiências no terreno, sendo de referir que o Programa de Transformação da Paisagem foi concebido após os incêndios de 2017 e representa uma oportunidade de repensar a gestão dos territórios mais vulneráveis e que através das Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP), pretende-se dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural.
Na sessão de encerramento esteve presente o Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, referindo que das 70 Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) aprovadas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), 35 estão no Centro do país e incentivou autarquias e proprietários a unirem-se para ultrapassar as dificuldades que forem surgindo, salientando ainda o papel da academia e em particular do Politécnico de Coimbra neste âmbito, contribuindo com um pensamento “mais estruturado” no debate, considerando que “o IPC tem potenciado enormemente o desenvolvimento não só da região, mas do país, primeiro com a transferência de conhecimento que faz com os alunos que estão hoje a trabalhar por esse país fora e que são um atestado de qualidade para a nossa floresta, e depois no trabalho que tem vindo a fazer, não só nesta área da paisagem integrada mas em outros projetos, nas interações que tem tido com os Gabinetes Técnicos Florestais”, manifestando a esperança que os projetos que estão no terreno venham a ser um sucesso e que possam vir a ser replicados para o resto do território nacional.
O presidente do IPC, Jorge Conde, salientou a importância do projeto @GIR – Gabinetes de Inovação Regional, que se foca nos problemas do território e naquilo que a instituição pode fazer na região em que está inserida, referindo que “percebemos há muito que o que temos de fazer com os jovens que chegam às nossas escolas é prepará-los para aquilo que as empresas querem, que os territórios precisam e ajudar a concretizar as transformações que o país precisa de fazer”, afirmando ainda que este evento é o primeiro de um ciclo de seminários “@GIR pelo Território” que a instituição está a preparar com parceiros locais, reforçando a ligação ao território com iniciativas que promovam o debate de áreas e temáticas com interesse para a região.
O presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes, salientou a relevância da temática do seminário para o país e, em particular, para a região e o concelho, no que diz respeito ao valor inestimável que é a Serra da Lousã e todo o seu património natural e edificado, afirmando que “este processo irá permitir, de forma mais estruturada, que a nossa floresta tenha mais valor e mais resiliência”.
O evento incluiu ainda uma exposição relativa ao desenvolvimento das Operações Integradas de Gestão da Paisagem (OIGP) de Arganil, com uma mostra de experiência de aprendizagem e serviço dos alunos na Unidade Curricular de Planeamento e Gestão da Paisagem do Mestrado em Recursos Florestais da Escola Superior Agrária (ESAC) do Politécnico de Coimbra e, na parte da manhã, no âmbito do projeto F4F (Florest for Future), decorreu também um Percurso Demonstrativo de “Gestão Florestal Adaptativa em Povoamentos Mistos com Potencial Produtivo”.