LOUSÃ: Inauguração das obras de restauro da capela da Misericórdia

A renovada capela da Misericórdia da Lousã

No passado ia 20 de Setembro, foram inauguradas as obras de restauro e conservação da capela da Santa Casa da Misericórdia da Lousã, “construída entre 1566 e 1568, após alvará régio de S. Sebastião, logo depois da fundação da Irmandade” e à qual “décadas mais tarde foi acrescentada a sala do despacho”, como recordou o provedor, João da Franca.

Ao longo dos anos a capela “foi sendo sujeita a várias intervenções de restauro e conservação, mas sem o cunho e o cuidado de preservar o seu passado, principalmente nos altares laterais e altar mor”, como referiu ainda João da Franca, e que agora acabou por resultou num “trabalho magnífico e profissional das técnicas da empresa Arque”.

Fundo Rainha D. Leonor financiou a totalidade das obras com cerca de 90 mil euros

Mas o provedor não deixou de reconhecer também que “este magnífico trabalho só foi possível graças ao apoio do Fundo Rainha D. Leonor que financiou a totalidade das obras com cerca de 90 mil euros,” deixando “o nosso profundo agradecimento ao provedor da Misericórdia de Lisboa”, apelando que “mantenha este Fundo que nos ajuda a preservar o nosso património, caso contrário seria muito difícil a sua preservação”, deixando ainda o agradecimento “à dr.ª Inês Dentinho e seus colaboradores pelo apoio e colaboração à nossa instituição”, ao Gabinete de Arquietectura Less is Green e “a presença de todos e que Nossa Senhora das Misericórdias nos ajude e proteja no presente e no futuro que se prevê muito difícil”.

O presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias, António Sérgio Martins, depois de referir que”o trabalho das Misericórdias, eu costumo dizer que metade é feito por amor e a outra metade é feito com amor, e se dúvidas houvesse temos aqui um caso bem presente disso mesmo”, para dizer depois que “os tempos que se avizinham, os tempos que estamos a ultrapassar são de facto, e eu não diria difíceis, mas diria muito, muito desafiantes” e que “há uns anos a esta parte todos temos bem presentes o quão difícil é respondermos a todas as necessidades de forma que queríamos e que fomos naturalmente habituando e fazendo o caminho da valorização, uma vez mais da marca Misericórdia. Isto para dizer que se não houvesse de facto esta componente do amor e da entrega a uma causa tão bonita quanto esta, esta seria uma obra que seria descurada e seria passada para terceiro ou quarto plano com certeza”.

António Sérgio Martins deixou ainda os parabéns à Misericórdia da Lousã “para levar por diante esta obra que, naturalmente, é para valorizar este magnífico património religioso, mas sobretudo para honrar aquilo que é a história nesta magnífica vila da Lousã”, realizada “graças ao Fundo Rainha D. Leonor e porque “inaugurar é um acto que todos nos sentimos muito bem, todos gostamos de fazer, mas também dizer a todos os presentes essencialmente à comunidade que estas instituições para além destes dias mais festivos, tem outros 364 ou 365 de muita dificuldade, de continuar com todas as respostas abertas e isso sabemos bem o desafio que é. Não viemos aqui para nos lamentar, (…)  mas era importante as pessoas perceberem que a acção social não é só nos dias de festa, a acção social é de Janeiro a Dezembro e efectivamente os meios para que o conseguirmos fazer sendo cada vez mais escassos é urgente, é urgentíssimo, eu diria mesmo é uma questão de vitalidade do próprio sector para continuarmos a chegar aqueles que mais precisam e menos têm”, terminando com um “muito obrigado a todos, força, força Misericórdia”.

O representante da União das Misericórdias Portuguesas, Júlio Norte, depois de deixar “uma mensagem de gratidão por parte da União das Misericórdias aos Bombeiros de Portugal por todo o trabalho que fizeram até agora”, reconheceu que com o Fundo Rainha D. Leonor “temos feito coisas extraordinárias, nomeadamente, neste caso na região de Coimbra, mas também noutras partes do país” e, por isso, disse ser “muito importante que este Fundo continue”.

Em representação do provedor da Misericórdia de Lisboa, Ângela Guerra (com ligação a S. Simão, concelho de Tábua), começou por recordar “sou da equipa das Misericórdias pequeninas e sei bem do que falo, e do que falam todos vós, quando andamos de mão estendida. Coisas para tratar dos doentes que devia tratar o Estado Central, e somos nós que temos que o fazer em última instância”, para referir depois que “sou uma acérrima defensora do Fundo Rainha D. Leonor e que ia dizer ao provedor que “não pode acabar”, reconhecendo que a obra inaugurada “fica marcada naturalmente com outra qualidade, fica à disponibilidade de toda a população, mas também para quem nos visita no Verão e em todas as outras ocasiões. Isto é uma casa aberta não só à população, mas a todo o distrito e também ao país e a quem nos visita do estrangeiro, que reproduz o nosso património, que transmite o que de bom foi feito nesta Misericórdia”.

Foi também essa a opinião da vice-presidente da Câmara Municipal, Henriqueta Oliveira, reconhecendo “o trabalho que é feito, de facto, a nível nacional pelas Misericórdias” e pela Misericórdia da Lousã da qual “somos parceiros de longa data, tenho que dar aqui nota da boa cooperação, mesmo não estando sempre de acordo, o que também seria entediante. Temos trabalhado em conjunto naquilo que são as respostas sociais” e, referindo-se depois à capela “este é um espaço património fundamental na Lousã, tem sido sempre uma área central da zona histórica e de facto um espaço que é visitado, que é muito bonito, que é muito rico, que tem sido sempre em parceria cedido sempre que queremos fazer um concerto, um evento que seja adequado a este espaço, a provedoria tem tido sempre aberto à comunidade e é assim que desejamos que continue. (…) Um património riquíssimo que temos enquanto comunidade e que para a Lousã é tão especial e tão querido”.