No passado dia 19 de Janeiro, no salão paroquial, tomaram posse os órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia da Lousã, eleitos para o quadriénio 2024/2027 (em caixa).
João Filipe Miranda da Franca foi reeleito provedor e, como afirmou, são “três décadas ao serviço da Misericórdia, sempre com o intuito de servir e não servir-me, pondo as minhas capacidades intelectuais e físicas ao dispor do bem comum, dos mais desfavorecidos, desprotegidos e carenciados, superiormente acompanhado por todos os elementos dos corpos sociais, com a maior transparência e rigor na gestão. Tem sido um trabalho muito gratificante que supera todas as dificuldades e obstáculos, por isso a sua longevidade”.
João da Franca depois de lamentar “que a Irmandade não acompanhe este nosso trabalho e dedicação com as suas ideias, propostas, sugestões, críticas e presença quando convocada para as reuniões da assembleia geral, local próprio para informação, discussão e análise dos problemas que afectam a nossa instituição, preferindo outros locais, sem o devido conhecimento dos factos” e de se referir aos vários problemas, também financeiros e de tesouraria que afectam a Misericórdia, mesmo assim e “apesar e todas as dificuldades e contratempos, não deixámos de investir, inovar e modernizar, recorrendo a candidaturas aos fundos europeus, sempre com o propósito de aumentar a qualidade de vida e bem-estar dos nossos utentes, essência da instituição, manter serviços de qualidade e melhoria das condições de trabalho dos nossos colaboradores”.
“Queremos que a Misericórdia seja sempre um porto de abrigo para quem necessite de assistência e dos nossos serviços”, disse o provedor, acrescentando “e se mais não fizemos, foi porque não encontrámos condições para realizar alguns projectos que gostaríamos de concretizar. Mas não desistimos, (…) temos a noção que vai ser um mandato com dificuldade muito elevada, aliás ao que estamos habituados há já algum tempo, porque a crise neste sector não é de agora. (…) Avizinham-se tempos muito difíceis, com futuro imprevisível, o sector social na falência e se o Governo não abre cordões à bolsa muitas IPSS e Misericórdias ficam pelo caminho, infelizmente já é uma realidade”.
“O Governo tem de se capacitar que o mínimo de ajuda às instituições do sector social terá de ser de 50% do custo real do utente quando nos paga somente um terço desse valor. Esta pretensão tem muitos anos de luta que esperamos seja resolvida cm brevidade e não sei se chegará para cobrir tantas despesas no presente e no futuro”, salientou João da Franca, acrescentando ainda que mesmo assim e “apesar deste panorama desfavorável, não hesitámos em servir a Misericórdia com mais um mandato”, deixando um agradecimento aos órgãos que cessaram funções, aos eleitos “pela disponibilidade em servir esta causa”, às colaboradoras e colaboradores “trave mestra da nossas instituição”, aos beneméritos , aos parceiros, aos “irmãos pela confiança em nós”, à família, a todos deixando o seu “muito obrigado”.
“Os empossados são a personificação de valores como coragem, coerência resiliência dignidade, honra, chama humana e humanista capaz de implementar as quatorze Obras de Misericórdias”, considerou a também reeleita presidente da assembleia geral, Filomena Martins, a todos desejando “a continuação da prática destes valores de que nos têm dado tão grande e ilustre exemplo”, enquanto e em representação do presidente da Câmara Municipal, o vereador Ricardo Fernandes, começou por considerar que “a Câmara Municipal tem por obrigação estar com a Santa Casa nos bons e nos maus momentos”, para referir depois que sendo “uma altura difícil para todos nós, um momento de incerteza ara o futuro, (…) é nesta altura que temos de dar as mãos e o facto de Santa Casa ser falada nos cafés, onde quer que seja, das críticas, mas o que é facto é que a Santa Casa não passa indiferente às pessoas. Também temos de sentir isto, a Misericórdia somos todos nós e todos os lousanenses sentem a Santa Casa”.
O presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União as Misericórdias Portuguesas, António Sérgio Martins, depois de considerar também que “estamos perante um subfinanciamento gritante no sector, há muita dificuldade dentro das nossas portas, mas ainda assim convençam-se todos os presentes que a situação seria muito mais dramática se efectivamente não tivéssemos a pessoa do João da Franca à frente desta instituição”, para salientar depois que “pena é que os nossos Governos assinem connosco esta vontade de connosco cooperar indo ao encontro daquilo que é um desígnio constitucional mas que depois, na prática, em vez de estarmos a atingir esse mesmo desígnio, estamos cada vez mais longe e a divergir dele, o que é deveras preocupante”, terminando por acentuar que “estamos aqui todos para dar aquele abraço à Misericórdia da Lousã, porque todos juntos somos efectivamente Misericórdia” e por deixar “esta palavra de esperança, de gratidão a estas mulheres e homens bons que vão continuar a engrandecer a Misericórdia da Lousã”.
Órgãos sociais para o quadriénio 2024/2027
Mesa da assembleia geral – Filomena Maria Carvalho Martins, Deolinda Maria Fernandes Martins e António José Duarte Gonçalves.
Mesa administrativa – João Filipe Miranda da Franca, João Pedro Santos Braga, António Adelino da Silva Fernandes, Manuel Correia Fernandes, Laurindo Victor Vitorino Serra, António Victor da Conceição Correia e António Jorge Ribeiro de Almeida. Suplentes, João Carlos de Almeida Miranda, Humberto Jorge Pereira Barbosa, Pedro Rodrigues Simões e Victor Eugénio das Neves Carvalho.
Conselho fiscal – Artur Teixeira Pedroso, Damião Fernandes Martins e Francisco Tomé Victor. Suplentes, José Manuel Simões Martins, Ana Luísa Ascenso Reis Simões e José Adelino Neves Sequeira.