
De sexta-feira a domingo, no Parque Municipal de Exposições Mário Soares (e espaços anexos), decorreu a 34.ª Feira do Mel e da Castanha que, como é já considerada, a melhor Feira do Mel e da Castanha do país.
Foram três dias únicos dedicados aos produtos regionais, com destaque para o mel e para a castanha, mas também aos sabores e saberes, tradição, inovação e grandes espectáculos e que, no fim-de-semana, trouxeram à Lousã milhares de visitantes.
Mais de 120 expositores estiveram presentes na Feira, onde não faltou (e voltou a brilhar) também a gastronomia, o magusto popular, o showcooking (a celebrar o mel, a castanha e os sabores dos produtores locais), a Caminhada de São Martinho e a palestra “Abelhas e Territórios”, o Concurso de Mel (promovido pela Cooperativa Lousãmel), tudo isto e muito mais, a tornar, de facto, a Feira do Mel e da Castanha na melhor Feira do Mel do país.
“A Lousã tem Mel”, foi o mote escolhido para mais esta edição da Feira, mesmo apesar da baixa produção do mel “que, devido às condições climatéricas, em alguns casos atingiram a queda de 70% para 80%”, como referiu na sessão da abertura do certame o presidente da Cooperativa Lousãmel, António Carvalho, sem deixar de salientar ainda que a Feira “é hoje uma referência a nível nacional. Há que reconhecer que este sucesso se deve à aposta da autarquia”, sem deixar de reconhecer também o apoio que dá “aos nossos apicultores que mais do que nunca merecem este reconhecimento e dedicação por parte do Município. Após os incêndios que enfrentaram na Serra da Serra é urgente e justo apoiar quem trabalha a terra, quem cuida das abelhas e quem mantém viva a nossa paisagem e cultura”, terminando por desejar “que esta 34.ª edição da Feira do Mel seja mais um grande sucesso e que juntos possamos continuar a fazer da Lousã uma referência regional e nacional”.
Votos a que se associou também o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Luís Paulo Costa, reconhecendo depois que “estamos num certame e perante um certame que é marcante da nossa região e, naturalmente, marcante para a Lousã, (…) que promove os produtos do concelho e da região, o mel e a castanha”, sem deixar de se referir ainda “ás preocupações do sector, nomeadamente naquilo que tem a ver com a apicultura (…) e, nesse sentido, quero agradecer e reconhecer o papel que a Câmara Municipal da Lousã tem vindo a emprestar à promoção deste sector”, mas ainda “na promoção de um conjunto de ofertas diversificadas, quer na área da economia local, mas também naquilo que tem a ver com a cultura, com a animação, tornando este evento um ponto de encontro e capitalizador das gentes da região”.
“Também está connosco a nossa responsabilidade de vos apoiar, de apoiar aqueles que resistem neste território de baixa densidade com os investimentos ou os apoios agrícolas”, disse depois o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, José Morgado Ribeiro, dando também nota “do grande esforço que tem feito a Comunidade e as suas equipas de técnicos, conjuntamente com os técnicos do Município, de inventariar as perdas e danos resultantes dos grandes incêndios que ocorreram no mês de Agosto e no mês de Outubro. Estamos no terreno, temos isto sinalizado e todas as pessoas vão ser apoiadas também dos danos decorrentes destes incêndios”, enalteceu a Feira e os produtos endógenos, nomeadamente o mel e a castanha, ao mesmo tempo que “temos que enaltecer estas pessoas que vão resistindo com muita dificuldade e com muito esforço. Para eles também uma palavra de agradecimento por estarem nos territórios, crescerem os territórios e contribuírem também para a economia local”.
Dois membros do Governo visitaram a Feira
O presidente da Câmara Municipal de Lousã, Vítor Carvalho, depois de dar “as boas-vindas a todos os presentes, em especial às individualidades e entidades que honram este evento com a sua presença”, nomeadamente ao Ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, e ao Secretário de Estado da Protecção Civil, Rui Rocha, “que estão a chegar a qualquer momento”, agradeceu também “às empresas patrocinadoras e colaboradoras deste evento e que tornam possível também a realização desta Feira, às Forças de Segurança aqui presentes e a todos os expositores que nos concedem a honra de estarem aqui a contribuir para que esta Feira seja o sucesso que tem vindo a ser ano após ano”.
“Este evento não é apenas uma mostra de produtos, mas é também um momento de celebração da identidade e do esforço das nossas gentes”, considerou Vítor Carvalho, acrescentando que “é a partilha de saberes, sabores e tradições que nos unem enquanto comunidades. É um orgulho e um sentido de responsabilidade inaugurar esta 34.ª edição da Feira de Mel e da Castanha que já se inscreve na memória coletiva do nosso concelho e da nossa região” e que “transcende a dimensão de um simples evento, (…) é um espaço de afirmação identitária, de valorização dos produtos endógenos e da projecção da Lousã no panorama nacional. O mote A Lousã tem Mel é, para além de uma frase de promoção, uma síntese da nossa história, da nossa geografia e da nossa cultura. O mel da Serra da Lousã com a dimensão da origem protegida, e da castanha fruto ancestral que alimentou gerações, são símbolos da resiliência e de continuidade. Representam a capacidade de um território transformar os seus recursos naturais em valor económico, social e cultural. E são também símbolos de resistência perante os desafios que enfrentamos. Os incêndios de Agosto, por exemplo, lembram-nos de forma dolorosa a vulnerabilidade dos nossos territórios e a urgência de reforçar o mundo rural”, salientando que “é precisamente através da valorização dos produtos endógenos, da dinamização da economia local e da ligação das comunidades à sua terra que podemos construir respostas estruturantes para combater estes constrangimentos”.
“A Feira do Mel e da Castanha é uma celebração, mas também é um compromisso com a sustentabilidade, com a protecção da nossa paisagem e a afirmação de um futuro mais seguro e resiliente. Vivemos um tempo em que os territórios se afirmam, não apenas pela sua dimensão, mas pelo seu poder industrial, mas também pela autenticidade daquilo que oferece”, referiu o presidente da Câmara Municipal, acrescentado ainda que “a Feira do Mel e da Castanha é, neste sentido, um laboratório vivo de desenvolvimento endógeno que aqui cruza tradição e inovação, saberes antigos e práticas contemporâneas, produtores locais e consumidores rurais. É este diálogo que permite que a Lousã se posicione como referência nacional na valorização dos seus recursos naturais e na promoção da sustentabilidade” e “ao reunir 125 expositores, ao envolver as nossas freguesias, associações e comunidade escolar, o evento criou uma rede de cooperação que estabelece o tecido económico local e social. Por outro lado, o comércio, a restauração e o alojamento também beneficiam diretamente, mas o efeito multiplicador vai para além da economia, gerando orgulho comunitário, oferecendo laços de referência e projectos que tornam a Lousã um destino turístico e cultural da relevância nacional e até internacional”.
“Ao afirmar-se como um eco evento, a Feira do Mel e da Castanha demonstra que é possível celebrar a tradição e ao mesmo tempo preparar o futuro”, considerou Vítor Carvalho, acentuando que “a prevenção do ambiente, a redução dos impactos e da promoção de práticas responsáveis são condições essenciais que os nossos produtos endógenos continuam a ser a fonte da riqueza e da comunidade”, terminando por afirmar que “esta Feira é um espelho daquilo que somos e daquilo que queremos, (…) daquilo que nos distingue e que nos engradece”.

