No dia 5, no salão nobre dos Paços do Concelho, realizou-se o momento evocativo dos 30 anos da Reintrodução dos Cervídeos na Serra da Lousã, promovido pela Agência de Desenvolvimento da Serra da Lousã (ADSL) e Câmara Municipal da Lousã.

Este evento, presidido pelo Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, reuniu autarcas e ex-autarcas dos Municípios que integram a ADSL, técnicos, académicos e outras entidades que participaram na reintrodução dos cervídeos na Serra da Lousã, em 1995.

O presidente da ADSL, Luís Antunes, na sua intervenção salientou “a importância de projetar a Marca Serra da Lousã com crescente qualidade segundo uma linha de atuação primada pelos valores da paisagem e da conservação da natureza e da biodiversidade e da compatibilização da atividade cinegética e exploração racional dos respetivos recursos, com a conservação da biodiversidade e as restantes atividades humanas de forma sustentável”.

Integração da atividade cinegética no Plano de Ação para a Floresta

O Secretário de Estado, na sua intervenção destacou a importância de definir estratégias de exploração sustentável através de ações de monitorização e gestão das populações faunísticas e de uma exploração racional dos recursos e da integração da atividade cinegética, a apresentar em breve, no Plano de Ação para a Floresta.

O Professor Carlos Fonseca, da Universidade de Aveiro, evidenciou o papel do ICNF, das Universidades e de outros entidades que participaram e acompanharam essa reintrodução em 1995. Referiu a expansão extraordinária das populações de ungulados na Serra da Lousã, relembrando os conflitos e impactos negativos desse aumento populacional dos cervídeos na pequena agricultura. Perspetivando a necessidade da ADSL se focar na gestão profissional da Zona de Caça Nacional de modo a mitigar os conflitos com as populações rurais.

Foram ainda apresentados testemunhos por parte de intervenientes no processo, à época, sobre o processo de reintrodução dos cervídeos.

Município vence Prémio da Paisagem do Conselho da Europa

Pela primeira vez em representação de Portugal, o Município da Lousã vence o Prémio da Paisagem do Conselho da Europa, com o projeto “Aldeias da Serra da Lousã – Onde as aldeias soam a único”.

O projeto “Aldeias da Serra da Lousã – Onde as aldeias soam a único” consistiu na recuperação de uma paisagem serrana, composta por cinco pequenas aldeias tradicionais – Candal, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro e Talasnal – incluindo a recuperação da sua paisagem, nas suas diversas componentes, desde as casas tradicionais, à fauna e flora endémicas. 

O projeto teve início em 2002 com a aprovação dos Planos de Aldeia, uma política de âmbito municipal, e a sua concretização permitiu inverter uma trajetória de declínio e de abandono, assegurando, através da adoção de medidas de ordenamento, conservação e gestão da paisagem, a salvaguarda dos valores patrimoniais e a revitalização das aldeias, atribuindo-lhes novas funções.

Implementado pelo Município e por agentes privados é um projeto com um histórico de vinte anos de trabalho, durante o qual foram avaliados os seguintes critérios de atribuição: desenvolvimento territorial sustentável, valor exemplar, participação pública e aumento de consciencialização.

De referir que esta é a primeira vez que Portugal ganhou esta distinção e os outros países concorrentes eram a Finlândia, Croácia, França, Geórgia, Grécia, Itália, Letónia, Noruega, Polónia, Eslováquia, Eslovénia e Suíça.

O Prémio da Paisagem do Conselho da Europa (Landscape Award of the Council of Europe), criado em 2008, é aberto aos Estados que ratificaram a Convenção Europeia da Paisagem e visa promover a sensibilização da sociedade para o valor e importância das paisagens e para as mudanças que nelas vão ocorrendo.

O Município da Lousã candidatou o projeto “Aldeias da Serra da Lousã – Onde as aldeias soam a único” ao Prémio da Paisagem do Conselho da Europa, após ter sido o vencedor do Prémio Nacional da Paisagem de 2022 promovido pela Direção Geral do Território.