
No passado dia 11, na Casa Amarela, foi apresentado o Projeto Radar Social, representando uma verdadeira mudança de paradigma, prevendo um sistema de georreferenciação social, e dessa forma, garantindo uma intervenção mais direta e acessível, acompanhando as necessidades da comunidade em tempo real.
A pandemia COVID-19 teve um grande impacto económico e social, agravando as condições de vida, especialmente de pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade, pobreza e exclusão social. Neste contexto, o Município implementou o Projeto Radar Social, pois este é uma iniciativa que assenta no desenvolvimento de um trabalho colaborativo e de parceria entre diversas entidades, que visa identificar e resolver os problemas de pobreza e exclusão social, em articulação com as redes locais de apoio. Através deste programa, está a ser implementado um sistema de georreferenciação social, que ajudará a identificar as áreas de maior necessidade e a otimizar os recursos e respostas disponíveis, tornando as ações das entidades locais mais eficazes e alinhadas com os princípios de desenvolvimento social integrado e desenvolvimento local.
A criação de um sistema de georreferenciação social é importante porque permite identificar de forma precisa as áreas e populações mais vulneráveis e em risco de pobreza, exclusão social ou discriminação. Este sistema facilita a análise das necessidades específicas de cada território, permitindo uma intervenção social mais eficaz e direcionada, otimizar os recursos disponíveis e melhorar a coordenação entre as entidades locais. Ao integrar esta ferramenta, as ações podem ser mais bem planeadas, acompanhadas e ajustadas de acordo com as realidades locais, contribuindo para um desenvolvimento social mais inclusivo e sustentável. Além disso, a georreferenciação social apoia na atualização contínua dos diagnósticos locais, e ajuda a garantir que as políticas públicas e as respostas sociais sejam adaptadas e mais próximas das necessidades reais das populações.
A principal missão do projeto é promover uma ação mais próxima e eficiente, com a colaboração de todos na sinalização de situações de pobreza, exclusão social, isolamento e outras fragilidades que afetam a população.
Apesar de contar com uma equipa dedicada, o Radar Social convida todos os cidadãos a colaborar ativamente, identificando casos de vulnerabilidade que possam passar despercebidos.
O objetivo é mobilizar a comunidade para que se torne um verdadeiro agente de mudança.
Para divulgar a iniciativa, estão a ser realizados trabalhos de sensibilização porta-a-porta e distribuídos folhetos informativos, com o apoio do comércio local e de outras instituições.
Após a sinalização de uma situação, as equipas técnicas avaliam cada caso e encaminham-no para os serviços adequados, como as áreas da saúde, da segurança social, do emprego, da justiça ou da proteção à infância.
Embora o Radar Social tenha como foco todas as formas de vulnerabilidade, a situação de isolamento dos idosos foi especialmente abordada na apresentação do projeto. Sabendo que muitos idosos vivem sozinhos, principalmente em zonas mais isoladas, a unidade móvel do Município percorre o território para garantir um contacto mais próximo com estas populações. Um simples gesto de atenção pode ser crucial para melhorar o bem-estar destas pessoas.
Nos próximos meses, o projeto será levado a todas as Juntas de Freguesia de Miranda do Corvo, com ações ajustadas às necessidades específicas de cada comunidade. O Município sublinha a importância da participação de todos, afirmando que a construção de um território mais justo, inclusivo e solidário depende do envolvimento ativo de cada cidadão.