O ministro da Administração Interna escreveu aos presidentes de junta de freguesia a apelar à capacitação das populações para colaborar com os agentes de protecção civil no combate a fogos rurais e à limpeza de matas e terrenos.
Na carta enviada esta segunda-feira, dia 15, à Associação Nacional de Freguesias (Anafre), o ministro José Luís Carneiro sublinha que é “fundamental” que cada um “assuma as suas responsabilidades” na prevenção e combate aos fogos florestais e na protecção de pessoas e bens quando estes aconteçam, sublinhando que (…) «importa garantir a melhor cooperação entre as diferentes entidades e instituições locais».
«Para o efeito, é essencial que se desenvolva uma cultura de prevenção e de alerta precoce susceptível de capacitar as populações para a adequada colaboração com os agentes de protecção civil, a estimular através da criação de sistemas de monitorização e alerta de incêndios rurais e da realização de acções de sensibilização junto das populações», apelou na missiva.
No mesmo texto frisa ainda a importância da limpeza de terrenos, matas e caminhos, da criação de faixas de proteção dos aglomerados populacionais, limpeza dos cursos de água e sensibilização para comportamentos seguros das pessoas.
Sublinhando que o período actual “é de grande exigência para todos”, o ministro reforçou junto dos presidentes de freguesia (…) «a mensagem da importância da adopção das acções e medidas acima referidas para uma eficaz e eficiente prevenção e defesa contra os incêndios rurais, em prol da segurança e do bem-estar das comunidades que representa».
José Luís Carneiro deu conta da dificuldade do Estado em garantir este ano meios aéreos de combate aos incêndios, adiantando que a Força Aérea está no mercado à procura de soluções, mas a guerra da Ucrânia tem dificultado o objectivo.
«Até hoje estavam a operar 14 meios aéreos e hoje entraram mais 14. Faltam quatro helicópteros e dois (aviões) ‘Canadair’», referiu.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano foi apresentado no passado mês de Abril e contabilizava 34 meios aéreos para o período de 15 a 31 de Maio, mas, segundo disse à Agência Lusa a Força Aérea Portuguesa (FAP), estão apenas garantidos 23 meios aéreos.
De acordo com o ministro, a FAP está no mercado “a fazer tudo o que pode para conseguir contratar mais meios”.
“Falei hoje pela manhã com a senhora ministra da Defesa Nacional. O senhor presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil está na União Europeia com os colegas europeus para procurar ter esses meios. Tivemos 60 meios aéreos em 2022 e destinamos como objetivo chegar a 72 meios aéreos, mas não estão disponíveis no mercado”, disse o ministro.
José Luís Carneiro disse que “os meios aéreos são escassos a toda a Europa” devido à guerra que está a viver-se na Ucrânia e reiterou a ideia de que o Governo “está a fazer de tudo”.