Depois de A COMARCA ter noticiado, na última edição, que Vítor Almeida foi nomeado para a presidência do INEM, uma semana depois o médio arganilense acabou por pedir a demissão do cargo, alegando que que “não estavam reunidas as condições para assumir a presidência do INEM, por razões profissionais e face ao contexto actual do Instituto”.
Ainda segundo o que conseguimos apurar, um dos motivos da desistência de Vítor Almeida terá sido “o facto de o médico anestesista ter imposto condições que não foram aceites pela tutela e que estarão relacionadas com o caso dos helicópteros de Emergência Médica”, sobre o qual “o Tribunal de Contas apontou ilegalidade ao contrato de ajuste direto que entregou por seis meses a prestação dos meios aéreos ao serviço de emergência do INEM e avisou que podia recusar novo ajuste direto”.
Em declarações à RTP, o médico Vítor Almeida explicou que enviou uma carta a exigir “garantias imprescindíveis (que a Ministra não conseguiu assegurar) para poder assumir o cargo nem que seja por um dia, a garantia e proteção jurídica caso o Tribunal de Contas chumbe o ajuste direto, de forma a que não se comprometa o socorro em Portugal; o reforço das verbas [como] imprescindível; e perceber como é que se dá uma demissão de alguém que possa ter cometido alguns erros mas que tem a versão dele, porque a demissão não está esclarecida”.
Vítor Almeida, considerou ainda que “o Sistema Integrado de Emergência Médica está numa crise profunda que começa no INEM, passa por toda a resposta de emergência médica e passa pelos hospitais. Tudo o que é a protecção do português, para que uma morte seja evitável, está neste momento numa profunda crise, o sistema está a colapsar”.
E porque não tem medo de desafios e que tem um “percurso limpo”, o dr. Vítor Almeida considera por isso que “quem lidera o Instituto tem de ter a garantia de segurança de que não acontece o que aconteceu com o anterior presidente do INEM, na versão dele, para que se possa sentir seguro a tomar decisões”, acrescentando ainda que “estes problemas não surgem de agora e precisam de uma solução estrutural no curto prazo e a médio prazo com soluções mais profundas” e que “o estado em que o Instituto Nacional de Emergência Médica foi deixado pelo Governo anterior é um estado dramático: falta de recursos, falta de condições legais e contratuais para os meios essenciais operarem”.
Em sua substituição, o Ministério decidiu nomear para a presidência do INEM, o médico Sérgio Dias Janeiro, em regime de substituição por 60 dias, enquanto não é aberto o concurso pela Cresap.