
No passado dia 7, no Mercado Municipal, foi inaugurado o “Natal Serrano”, que decorre de 7 a 11 e de 16 a 18 de Dezembro e que, como disse o presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio, “pretende assumir-se como o local onde moram os valores mais importantes associados à celebração desta quadra em Pampilhosa da Serra e que devolvem à memória momentos como a família reunida à volta da fogueira”.
E depois de se acenderem, de forma simbólica, as luzes que “declararam oficialmente aberto” o “Natal Serrano”, Jorge Custódio salientou ainda que “são esses valores que são genuinamente familiares e muito puros da serra que quisemos recuperar e trazer para este evento” onde, num circuito de três áreas interligadas – uma para o Festival da Filhó Espichada, outra para artesanato e Eira da Brincadeira e ainda outra para os espectáculos musicais e para a gastronomia – se valoriza “apenas o que é nosso e os valores essenciais que nos diferenciam”.
E de facto é ver para crer, porque “entrar no Natal Serrano é recuar no tempo e descobrir a magia da época natalícia de outrora”, sendo ao som do Grupo de Concertinas do Machio e com o aroma inconfundível da Filhó Espichada a pairar, que teve início “aquele que é um dos Natais mais genuínos do país”, ao qual e como referiu o presidente da Câmara Municipal, “quisemos dar o mote daquele que é diferente dos demais, entendemos fazê-lo mas de um modo muito particular, quisemos ir recuperar o que são as verdadeiras tradições do Natal serrano onde não há Pai Natal, (…) antigamente não havia esta figura do Pai Natal, havia a figura do presépio, do Menino Jesus, da família reunida à volta da fogueira, do sapatinho e são esses valores que são genuinamente familiares e que são valores muito puros da serra. (…) E quando muitas pessoas às vezes parece que têm vergonha de dizer que são serranos, eu quero aqui dizer que nós, na Pampilhosa da Serra, temos muito gosto em ser serranos, porque é isso que nos diferencia”.
E com tudo isto e como considerou Jorge Custódio, “não estamos a inventar nada, estamos a valorizar apenas o que é nosso e por isso é que vão encontrar as nossas ruas cheias de mato como era antigamente, por isso é que vamos encontrar as senhoras que tínhamos e temos a fazer as filhoses, o artesanato (…) e no sítio onde estamos denominado Eira da Brincadeira onde se tentou recriar uma pequena aldeia – e eira porque é central – para onde convidamos todas as crianças a virem de facto brincar com o que é mais genuíno e com as suas mãos, sem play station, sem ipad, sem televisões, apenas puxar pela mente e puxar inteligência de todos, é esse o verdadeiro desafio”.
Mas o presidente da Câmara Municipal não deixou de referir também que “este evento tem também um cariz social muito importante, o que assistimos ali não foi só a renovação das tradições serranas, foi mais do que isso, a Câmara Municipal está a oferecer todos os ingredientes para a confecção das filhoses e os presidentes de Junta e os seus executivos, mobilizaram pessoas das várias freguesias para, gratuitamente, virem trabalhar porque o total da receita financeira obtida reverte a favor das duas IPSS que têm Creche, a Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra e a Associação de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere e, portanto também é uma forma de apoiarmos e ajudarmos particularmente as nossas crianças”, dando ainda a conhecer que “além destas actividades todas, estamos mais uma vez a potenciar aquilo que é genuinamente nosso, vamos ter junto à Câmara Municipal um pavilhão com um planetário e que, no fundo, é para dar aqui uma roupagem mais actual permitindo às pessoas que foram vivendo esta lenda dos Rei Magos de irem atrás da estrela à procura da verdadeira riqueza que era o Menino Jesus, agora tenham oportunidade de vir atrás de outra riqueza que são as estrelas da Pampilhosa da Serra”.
Jorge Custódio terminou por deixar o convite e o pedido às pessoas para visitarem o “Natal Serrano, onde “a reunião e o convívio serão certamente a alma desta celebração de oito dias”, onde “o orgulho serrano se apresenta aos visitantes através do artesanato, da gastronomia, da animação musical, das estrelas (no planetário) e, não menos importante, do sorriso das crianças (na Eira da Brincadeira)”, e mesmo a certeza de que “quem vier até Pampilhosa da Serra, encontra verdadeiramente o que é genuíno e, até hoje, encontrarão essa excelência até no tempo, porque há muitas pessoas que gostam de vir à Pampilhosa só quando é Verão, mas o espírito e a verdadeira realidade da Pampilhosa é esta também, é o Inverno com todas as suas dificuldades e são estas dificuldades que fazem esta gente serrana mais rija e mais forte”.
O vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (e também presidente da Câmara Municipal de Arganil), Luís Paulo Costa, depois de considerar que “a Região de Coimbra é isto mesmo, a diversidade de termos a capacidade de num território de 19 Municípios, termos uma oferta tão diversificada, cada uma com as suas particularidades e esta, na Pampilhosa da Serra, é efectivamente diferente de todas as outras. (…) Ser serrano é mesmo isto, ser resiliente perante as dificuldades e pelas agruras que estes territórios têm e que, nesta altura do ano são bem mais exigentes, mas é isto também que marca as nossas gentes, que marca o nosso território e que molda a fibra de toda a população desta região”.
Luís Paulo Costa felicitou a Câmara Municipal e o seu presidente por “esta iniciativa, por este contributo para a diversidade que temos na região e, no fundo, com este Natal Serrano por termos também aqui um mexer no aspecto da sazonalidade que tantas vezes está presente nestas zonas da nossa Comunidade Intermunicipal onde sabemos que, no Verão, é muito mais fácil atrair pessoas, pelo que é muito importante e significativa a organização e promoção de iniciativas diversificadas como esta para conseguirmos ter pessoas durante todo o ano, para criar dinâmica social, económica e, desta forma, também termos um território com esta diversidade cultural e que tem esta marca desde o litoral até à serra”.
O presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, depois de destacar também as caraterísticas diferenciadoras e genuínas do território da Pampilhosa da Serra, não deixou de salientar a “dinâmica” do evento e o “facto de envolver a sua comunidade, associações e Juntas de Freguesia”, sendo ainda um incentivo ao encontro e à reunião, considerando que “este momento de afirmação do Natal Serrano tem diferenças em relação aos outros Natais espalhados pela região e pelo país. Tem um ADN singular, de podermos interagir e perceber aquilo que são as raízes e as tradições do território”.