Quando em 1897 Herbert George Welles publica o seu romance de ficção científica intitulado “A Guerra dos Mundos”, e cuja ação se desenrola no Século XX, estava longe de imaginar o impacto que essa obra viria a ter no imaginário de parte da Humanidade.
Mais tarde, já em 1938, o então jovem Orson Welles, dramatiza num programa de rádio a invasão do planeta Terra por extraterrestres, criando durante várias semanas o pânico em mais de um milhão de ouvintes do dito programa.
Contudo, ambos os “Welles” estavam longe de imaginar que no século XXI a Guerra dos Mundos estaria a decorrer, apenas com a diferença de que esta guerra não envolve marcianos ou extraterrestres, mas apenas “terráqueos”, ou seja, a mortandade ocorre apenas entre Seres Humanos.
Se até aqui padecíamos da guerra entre a Federação Russa e a Ucrânia, e que representa o duelo entre duas formas de encarar a Liberdade e a Democracia, ou a ausência delas, isto no caso da Rússia, já o conflito entre Israel e o HAMAS representa a luta entre dois mundos bem distintos.
Reparem que neste texto fiz questão de diferenciar o HAMAS dos Palestinianos, ao não envolver estes últimos no conflito com Israel, desde logo, porque o grupo terroristas não é a Autoridade Palestiniana, que é quem legitimamente os representa e, para além disso, é bom que se aceite que nem todos os que vivem na “Faixa de Gaza” são terroristas.
Contudo, hoje em dia é fundamental desmistificar essa ideia que perpassa por parte de alguns ativistas dos direitos humanos, de que Israel é violador desses mesmos direitos, que o HAMAS é um grupo de libertação e que a Palestina pertence aos palestinianos.
Antes de tudo, Israel é uma democracia e um Estado de Direito, subordinando-se ao direito internacional, já o HAMAS é um grupo terrorista que defende um Estado onde a religião se sobrepõe aos direitos civis, e onde as Mulheres e as minorias, seja de que tipo forem, não têm lugar ou voz.
Em Israel há liberdade para dois homossexuais passearem de mãos dadas, já na “Faixa de Gaza” dominada pelo HAMAS, não é possível duas mulheres simplesmente passearem com os rostos e a cabeças destapadas.
Depois, o HAMAS é financiado por Repúblicas Islâmicas, como o Irão, onde a repressão de todos aqueles que defendem os direitos civis e humanos é prática diária, contando para isso com a “Policia dos Costumes e da Moral” que, recentemente, matou uma jovem universitária porque não tinha colocado bem o “lenço” na cabeça e deu origem a uma revolta popular que foi brutalmente esmagada.
Por último, e ainda no campo dos direitos, Israel nunca invadiu a pé a “Faixa de Gaza” entrando em qualquer campo residencial, ou em qualquer evento, metralhando, indiscriminadamente, homens, mulheres, crianças e…bebés.
Israel nunca incendiou famílias juntas, aprisionadas e amarradas numa divisão das respetivas casas, degolou pessoas, raptou inocentes e violou jovens raparigas, ao mesmo tempo que as fez reféns e as humilhou publicamente como troféus.
Quanto à Palestina ser dos Palestinianos, tal afirmação apenas pode partir de quem desconhece a História, pois quando os Romanos, há cerca de dois mil anos, chegaram à Judeia, já por lá encontraram os Judeus, neste caso os Hebreus, e com eles lutaram.
Só por pura ignorância se pode afirmar que se desconhece que a coroação do Rei dos Judeus com uma coroa de espinhos não aconteceu na Judeia, e que esse Rei que morreu crucificado era, tão só, o responsável pelo Cristianismo e que é a figura central da Bíblia.
Foi com os Romanos que a Judeia passou a ser designada de Palestina, no âmbito de uma estratégia política de condicionamento dos Judeus, chamando para aí vários povos e culturas, dividindo para reinar.
Assim, se os Palestinianos têm direito à Palestina, seguramente os Judeus terão direito à Judeia.
Por último, importa recordar que, após o fim da Segunda Guerra Mundial, foi conhecido o holocausto de um povo que foi chacinado sem esboçar qualquer reação e sequer ter resistido. Esse Povo foi o Judeu.
Nesse sentido, em 1948, a Organização das Nações Unidas, depois da decisão de uma Comissão designada especificamente para analisar a pretensão dos Judeus e dando continuidade a um processo de regresso de muitos milhares de Judeus, iniciado ainda antes da primeira Guerra Mundial (1914), aprovaram a criação de dois Estados, um Judeu e outro Palestiniano.
Razão pelo qual, em 14 de Maio de 1948, David Ben Gurin, primeiro governante do Estado de Israel, leu a Declaração de Independência, de imediato reconhecida pelos Estados Unidos da América (EUA) e a então União das Republicas Socialistas Soviéticas (URSS).
No dia seguinte, os Países Árabes atacaram o recém-criado Estado Judeu, não o reconhecendo como tal e definindo como politica a sua destruição e irradicação do Povo Judeu, e desde essa data Israel tem lutado pela sua sobrevivência.
Em 1967, nesse contexto de luta, aconteceu a guerra dos seis dias em que o Egito e a Jordânia tentam invadir Israel e este, numa contraofensiva bem-sucedida, conquista a “Faixa de Gaza” e a Cisjordânia, cujas devoluções ocorreram em 2005 à Autoridade Palestiniana, após o reconhecimento do Estado de Israel.
Assim, desenganem todos aqueles que não concebem e não percebem estar perante o conflito de dois mundos.
De um lado temos o mundo cultural e politico Judaico-cristão, do outro lado está o dos radicalismos obscuros religiosos, e no meio estão todos os inocentes, sejam eles Palestinianos ou Judeus, sejam eles crianças, jovens, idosos, homens e mulheres.
Por último, o conflito que opõe Israel ao HAMAS é a antecâmara para idêntico conflito no interior da Europa entre esses dois Mundos…e já estivemos mais longe disso!