NOTA DA SEMANA: A Guerra que se agiganta no horizonte da Europa

Moscovo foi alvo de um ignóbil ataque terrorista que vitimou mais de uma centena de pessoas, ataque este já reivindicado pelo Estado Islâmico (IS), difundindo diversas imagens da barbárie que caracterizou essa matança.

Um País que se encontra em contexto de guerra como o é a Federação Russa, e que dias atrás saiu de uma eleição para um novo mandato do seu ditador Vladimir Putin, razão pela qual tinha toda a sua estrutura policial em modo repressivo e securitário, terá sido apanhada de surpresa!

Por outro lado, o Kremlin tinha já sido avisado pela inteligência americana (Serviços Secretos), assim como pelos próprios Serviços Secretos Russos, de que esse ataque poderia vir a suceder, como efetivamente aconteceu.

Paradoxalmente, Vladimir Putin, oriundo da máquina do antigo KGB e consequentemente sempre atento às informações das “secretas”, não valorizou quaisquer desses alertas.

Após o ataque terrorista, o ditador russo, que aguardou um dia para reagir a essa mortandade de inocentes, direcionou a sua retórica contra a Ucrânia, dando a entender que tinha sido desse País a origem do ataque hediondo a civis inocentes da Federação Russa.

Mais uma vez, o antidemocrático Vladimir Putin engana a opinião pública do seu País para dessa forma justificar o reforço do empenho militar no ataque à Ucrânia, procurando, através da mobilização de quase mais um milhão de militares (2 exércitos), destruir toda a resistência desse povo.

A operação especial, como era conhecida na Federação Russa a invasão da Ucrânia, passou agora a ser designada como uma situação de guerra assumida, justificando assim a mudança da forma de encarar o conflito bélico em curso, pelo menos do lado de Vladimir Putin. 

Perante as insinuações de responsabilidades por parte dos ucranianos nesse ataque, o Presidente Volodymyr Zelensky reagiu duramente a essas insinuações, assim como outros representantes de Países ocidentais, com destaque para os Estados Unidos da América (EUA), negando qualquer envolvimento, o que aliás facilmente é corroborado pela reivindicação do Estado Islâmico.

Contudo, nada disso interessa a Vladimir Putin, pois para este ditador criado pela máquina soviética e nostálgico do Império Russo, o que faz sentido é destruir a Ucrânia, fazendo uso da mesma estratégia que usou na Chechénia e em outras antigas repúblicas soviéticas.

Permitir ataques terroristas contra o seu próprio povo, matando inocentes, para depois usar toda a crueldade que a sua máquina de guerra possa infligir e assim destruir qualquer laivo de resistência, é já habitual no “modus operandi” de Vladimir Putin.

Mas se a mobilização dos 2 exércitos já anunciados pelo ditador russo tem como destino o território ucraniano, também não é mentira que uma parte dessa mobilização ficará estacionada junto da fronteira de Países, que hoje pertencem à NATO, mas no passado estiveram sob a mão de ferro do Pacto de Varsóvia.

As principais lideranças militares do comando militar da NATO já assumiram que a guerra com a Federação Russa será inevitável se, porventura, a Ucrânia sucumbir. Hipótese que cada vez mais ganha contornos no horizonte, face à incapacidade dos Países europeus para fornecerem o material militar que as forças ucranianas necessitam para continuar a travar a guerra que é, cada vez mais, de todos nós.

Ao longo deste últimos dois anos, este assunto do alargamento a outros Países do Continente Europeu do conflito bélico na Ucrânia tem sido, de tempos a tempos, alvo de atenção nestas crónicas semanais que tenho o prazer de assinar.

E essa minha atenção e escrita não tem qualquer intenção de suscitar o alarme, nem tão pouco o de suscitar sentimentos adversos na forma como se encaram os outros povos.

Contudo, não posso deixar de recordar que a instabilidade internacional, onde o conflito militar na Ucrânia tem um papel fundamental, contribui, decisivamente, para que a paz criada após a segunda guerra mundial, e aparentemente eternizada com o fim da Guerra Fria, poderá originar um novo conflito europeu multinacional.

E, se nada foi feito por cada um dos Países que integra a NATO e a Comunidade Europeia, não tenham dúvidas de que a médio prazo estaremos em GUERRA, contra os resquícios do Comunismo Soviético e tudo o que isso ainda simboliza.