NOTA DA SEMANA: Apresentem-se os candidatos…mas para as autarquias

Já se sabe que as eleições para a Presidência da República serão no dia 26 de Janeiro de 2026, e antes dessas ainda teremos as eleições para as autarquias, lá para Setembro ou Outubro do corrente ano.

Contudo, se para as primeiras os nomes que se falam como potenciais candidatos para ocuparem a cadeira no Palácio de Belém já são mais do que muitos, para as autárquicas os nomes, na maioria dos concelhos, tardam a aparecer ou a serem confirmados.

Os Presidentes de Câmara em funções e com possibilidades de se recandidatarem, “fecham-se em copas”, aproveitando para irem fazendo a campanha com inaugurações e visitas de trabalho pelas aldeias, vilas e vilarejos, vendendo aquela máxima de que não estão preocupados com as eleições mas apenas com o trabalho que o exercício da presidência impõe!

Como se nós, os eleitores, acreditássemos…

Depois os outros, os que concorrerão contra os Presidentes ainda em funções, vão esperando por alguma novidade para se apresentarem… encarando o papel de amor ao Partido e destinados ao sacrifício na noite eleitoral em nome de um bem maior… quiçá uma nomeação para outro lugar.

Há ainda os obstinados e convictos, com a coragem para enfrentar o mundo e que, sendo independentes, estão na moda e entram bem na alcofa do zé-povinho, e como Jorge Coelho dizia: cuidado com “os independentes, são demasiado imprevisíveis”.

Senhores Presidentes, não esperem muito para anunciar a respetiva candidatura…caso contrário ainda haverá surpresas.

Mas voltando às Presidenciais, na última semana tivemos já a confirmação da candidatura de Luís Marques Mendes, que assim sossega a necessidade de resolução de um problema ao Partido Social Democrata (PSD), embora a larga maioria do Centro Direita e Direita, suspirasse pelos nomes de Pedro Passos Coelho e Leonor Beleza.

Do lado do Partido Socialista (PS), António José Seguro parece não corresponder ao perfil desejado dos “barões” e “baronesas”, que olham com melhores olhos para António Vitorino e a sua tendência “lobista”, de acordo com as palavras da sempre irrequieta Ana Gomes, que continua a viver à sombra do que pensa ter feito aquando do processo de independência de Timor-Leste.

Exemplo de rigor, e elevada postura ética, António José Seguro merecia muito mais deste PS, a começar pela forma como foi destratado pelo atual Presidente do Concelho Europeu e o seu famoso “poucochinho”!

Para marcar presença, o Iniciativa Liberal (IL) lá tirou da cartola uma jovem deputada, de apelido Leitão, mas que não se confunde com a Alexandra Leitão do PS, que esta está mais interessada na Câmara de Lisboa, do que Mariana Leitão, bem mais interessada em ocupar tempo da antena para promover os liberais portugueses.

O Bloco de Esquerda (BE) também não fará por menos e lá haverá de aparecer uma qualquer Marisa Matias, se não uma Catarina Martins, apenas para manter acesa a agenda do costume, nomeadamente das ideologias de género e dos direitos dos trabalhadores, sendo que neste último caso, convenientemente, os dos outros e não os próprios.

Quanto ao Partido Comunista Português (PCP), que não brinca em serviço, tratará de chamar o homem do costume que assegurará aquilo que torna este Partido o mais fiável no panorama nacional – a dogmática coerência na defesa dos seus valores, mesmo que impliquem uma ditadura socialista.

Quanto ao Partido Animais e Natureza (PAN), o candidato preferido a apresentar não pode nem votar e nem ser eleito, pelo menos para já, pois o desejo era que fosse aquele cãozinho fofinho de que todos nós gostamos.

Já o LIVRE, balanceia entre o desejo de um candidato semelhante ao do PAN ou ao do BE, uma vez que o PCP não permite intromissões… e muito menos confusões ideológicas.

Restam apenas os potenciais candidatos com perspetiva de passarem a uma segunda volta, de acordo com as sondagens que nos vão impingindo, quando ainda temos quase 12 meses pela frente! Vejam bem, falta tanto tempo e já há projeções da segunda volta!

Serão Henrique Gouveia e Melo, o Almirante que o deixará de ser em Março, e muito provavelmente o candidato desejado pelo Centro Democrata Cristão (CDS), e André Ventura, o Presidente do Partido CHEGA.

Em relação ao primeiro, o seu silêncio tem assegurado a sorte para se afirmar como candidato, associado à sua capacidade de liderança, não apenas durante o processo de vacinação que ocorreu durante à pandemia, mas de igual modo à sua carreira enquanto militar.

No que diz respeito ao segundo, não é o silêncio que o catapulta para as projeções das sondagens, mas antes o seu barafustar contra o sistema político vigente, e nem as malas desaparecidas no aeroporto parecem ser capaz de o fazer parar.

Enfim, isto é o que temos… falamos das Presidenciais quando devíamos estar a falar das Autárquicas.

Por isso, pede-se aos políticos que sejam sérios, apresentem, ou apresentem-se, os candidatos às eleições autárquicas. Tragam as ideias e os programas de candidatura, espetem as facas das jogadas partidárias onde quiserem e tirem o tapete aos amigos neste grande circo que é a política local.

Escolham a melhor imagem para venderem ao zé-povinho, distribuam os sorrisos que guardaram ao longo dos últimos 3 anos, coloquem muita grua e alcatrão na rua e, se possível, façam umas festanças com um bom cartaz de artistas e distribuam um vasto leque de subsídios.

Aproveitem e troquem de Partido Politico, assumam que gostavam daquele lugar de Vereador que estava no local errado e negoceiem, negoceiem muito, especialmente empregos, subsídios e apoios, este é o melhor momento… caso contrário terão que esperar mais 4 anos.

Mas, volto a dizer, atenção ao que dizia o Jorge Coelho, parodiado e caricaturado pelo boneco “Jorge Coelhone”… Cuidado com “os independentes, são demasiados imprevisíveis” e até podem ganhar!