Morreu Alexei Navalny, preso político e opositor a Vladimir Putin, concretizando-se assim a crónica de uma morte há muito anunciada e preparada.
Depois de uma malograda tentativa de envenenamento ocorrida algum tempo atrás, e que apenas não originou a morte de Alexei Navalny graças ao internamento num hospital na Alemanha, era de esperar que tal viesse a suceder depois de anunciado o “plesbicito” destinado à continuidade do ditador, nascido da escola do KGB e do espírito do projeto falhado que foi a ex – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no Kremlin.
Com efeito, Vladimir Putin nunca poderia sujeitar-se a uma eleição, mesmo que falseada, tendo como sombra a continuação na prisão de Alexei Navalny, razão pela qual, e aproveitando a instabilidade mundial com dois grandes conflitos em curso (Ucrânia e Israel) e um terceiro a ser preparado (EUA – China), mandou assassinar o seu opositor.
Poderemos pensar que a palavra assassinar, porventura, será demasiado dura e rude, e que qualquer Estado merece a presunção da inocência como qualquer cidadão em Democracia.
No entanto, nem Vladimir Putin é um democrata e nem a Rússia um exemplo de um Estado de Direito, já para não referir os inúmeros casos de desaparecimentos misteriosos e mortes estranhas, muitas delas por envenenamento com substâncias tóxicas desenvolvidas em plena guerra fria, e que têm marcado o legado político do ditador russo.
Sendo por isso legítimo, qualquer pessoa de bom senso e democrata, congeminar nos seus pensamentos que a hipótese de assassinato é, sem dúvida alguma, uma forte possibilidade.
Talvez por vergonha, alguns comentadores, e mesmo políticos da nossa praça nacional, apelidam Vladimir Putin de “fascista”, procurando empurrar toda a razão antidemocrática em que assenta o seu poder, para o espaço de uma direita radical e extremista, quando na realidade ele não passa de um verdadeiro comunista russo!
Um comunista nascido, criado e formatado durante a ditadura do regime comunista soviético, que teve no seu ADN todos os assassinatos políticos ocorridos durante a existência da URSS, e para o qual o exercício da violência ao serviço do Estado é, só por si, razão suficiente para a justificar.
Recordemos agora, o dia seguinte à invasão da Ucrânia pelo regime de Putin, e consulte-se o registo discursivo dos Partidos mais à esquerda com representação na Assembleia da República, e é fácil constatar que o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) não se apressaram a condenar tal ataque à soberania de um País que pretende fazer parte da União Europeia.
E não fosse a pressão da opinião pública, e a necessidade de sobrevivência política no panorama eleitoral em curso, ainda hoje estariam a falar de uma operação especial que, segundo Vladimir Putin, foi delineada e pensada para concretizar a desnazificação da Ucrânia, País que tem como Presidente um descendente de Judeus e que este perdeu parte da família nos campos de concentração Nazis.
Por outro lado, historicamente, para alguns dos conselheiros de Vladimir Putin, a Ucrânia não é uma Nação e por isso não merece ser um Estado independente.
Se assim fosse, talvez apenas Portugal, no panorama europeu, fosse digno de ser um Estado Nação, com quase novecentos anos de existência.
Imaginem agora, como seria Vladimir Putin a ocupar Lisboa, capital deste “nosso reino”, anunciando que iria libertar os Portugueses das temíveis garras do imperialismo, aproveitando para sanear todos aqueles que pensassem de modo diferente do PC e do BE, nacionalizando tudo e todos.
Utilizo o termo nacionalizar para não ter que lhe chamar outra coisa, e nesse processo, vários milhares de portugueses seriam enviados para o sistema de reeducação russo, praticado e implementado nas suas famosas colónias penais, localizadas em lugares dominados pelos “encantos” e rigores da natureza como é a Sibéria.
Seguramente um lugar paradisíaco para os amantes e defensores do “terrorismo ambiental”, onde aí poderiam praticar esses valores, em sintonia e harmonia com as regras estimulantes desse sistema penal russo, tão “permeável” ao exercício da cidadania, onde todos se podem exprimir e defender as suas ideias!
Pois é caros leitores, o desafio que vos lanço será o de pensar de como seria a reação de vários políticos e Partidos, se Vladimir Putin aterrasse em Lisboa com uma força expedicionária de igual dimensão à que em Fevereiro de 2022 entrou na Ucrânia.
Não tenho dúvidas nenhumas de que se tal viesse, ou vier, a concretizar-se passaríamos a ter a bandeira russa nos edifícios oficiais, e nas escolas passaríamos a ter a fotografia de Vladimir Putin pendurada, ao mesmo tempo que nos livros de História passaria a estar registado que Portugal sempre foi uma província russa e que nos tempos dos grandiosos Czares era apenas um destino de férias para a respetiva corte, onde constavam figuras como Grigori Rasputin.
Termino dizendo, quem matou Alexei Navalny foram também aqueles que não condenam, de forma clara e sem equívocos, a ditadura comunista e czarista de Vladimir Putin.