NOTA DA SEMANA: No melhor pano caiu a nódoa!

Terminou o Campeonato de Futebol Português e ao fim de trinta e quatro jornadas sagrou-se Campeão Nacional o Futebol Clube do Porto (FCP), obtendo uma pontuação total de noventa e um pontos (91), a melhor pontuação dos últimos anos.

Em segundo lugar, classificou-se o Sporting Clube de Portugal (SCP) com um total de oitenta e cinco pontos (85) e logo a seguir ficou o Sport Lisboa e Benfica (SLB), totalizando para o terceiro posto setenta e quatro pontos (74).

Em quarta posição quedou-se o Sporting Clube de Braga (SCB), com uma pontuação final de sessenta e cinco pontos (65), encerrando os cinco primeiros lugares o Gil Vicente com cinquenta e um pontos (51) obtidos no final da competição.

Importa pois, destacar, que o Porto (FCP) é um justo vencedor e legítimo Campeão Nacional, tendo sido o clube mais regular em toda a competição futebolística, apresentando a equipa mais coesa e constante, o Treinador mais empenhado e o Presidente mais sabedor e conhecedor dos meandros do futebol.

Por outro lado, o novo Campeão Nacional tem ainda fortes probabilidades de conquistar a Taça de Portugal no Estádio do Jamor, o que a suceder, representará uma “dobradinha” que nos últimos anos não tem sido assim tão habitual entre os três grandes do Futebol Nacional.

Regista-se ainda, a distância entre o terceiro classificado, o Benfica (SLB), e o quarto, neste caso o Braga (SCB), com uma margem favorável ao primeiro de nove pontos (9). No entanto, se compararmos com o Porto (FCP), essa distância aumenta para vinte e sete pontos (27), neste caso favoráveis ao atual Campeão Nacional.

Mas a distância entre o quarto classificado nacional nos últimos anos e quaisquer outros Campeões Nacionais, tem sido sempre significativa, o que me leva a questionar o porquê de se falar insistentemente num quarto grande clube. Mas qual clube?

Na realidade, em Portugal só há lugar para três grandes e eles são, sem dúvida alguma, e por ordem da classificação do Campeonato 2021-2022, Futebol Clube do Porto (FCP), Sporting Clube de Portugal (SCP) e Sport Lisboa e Benfica (SLB) e nada mais há a dizer, até porque não temos dimensão no País, e muito menos recursos económicos, ou massa associativa, para termos mais do que estes três grandes.

São esses três clubes que, no início de cada nova competição futebolística, são os naturais candidatos ao título nacional, tudo o resto são divagações criadas apenas para fomentar rivalidades clubísticas regionais e alimentar os egos de alguns Presidentes de Clubes de Futebol, assim como alguns autarcas.

Não quero com isso dizer que só podem vencer os três grandes, antes pelo contrário, todos devem poder ganhar, e a competição que encerra esse espírito tem sido a Taça de Portugal. Contudo, sendo o Campeonato de Futebol uma competição de regularidade, onde a dimensão faz a diferença, criar ilusões alimentando rivalidades regionais em nada beneficia o Desporto.

Agora, é hora de valorizar a conquista do Porto (FCP), tanto mais que foi concretizada tendo como pano de fundo uma enorme dificuldade financeira que ainda assola a respetiva Sociedade Anónima Desportiva (SAD), o que obrigou a um maior empenho de toda a estrutura do futebol profissional, Equipa Técnica e respetiva Direção.

Não tenho pois dúvidas que a atual vitória do Porto (FCP) foi deveras saborosa para todos os seus associados, especialmente para o “eterno” Presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, o Treinador, Sérgio Conceição e, claro está, para o respetivo plantel.

E quando todos esperavam a comemoração do título nos “Aliados”, semanas antes, sucedeu a pior coisa que poderia acontecer em data de festejos, e neste caso a morte de um adepto do mesmo clube, alegadamente assassinado por uma turbe adeptos de uma claque, sendo caso para dizer que no melhor pano caiu a nódoa.

O Porto não merecia que a sua vitória tivesse sido assombrada pela perda de uma vida, muito menos o seu Presidente, Treinador, Equipa Técnica e Plantel.

E pergunto eu: quanto mais mortes terão que ir sucedendo como resultado do futebol, para que sejam tomadas as medidas que se impõem?
Será que não somos capazes de aprender com os Britânicos cuja atuação musculada baniu os “hooligans” dos estádios de futebol, permitindo o regresso das famílias à assistência dos jogos.

É claro que os “hooligans” não desapareceram, apenas aparecem quando os Clubes Britânicos jogam fora do seu território e mesmo esses, são devidamente identificados e, no regresso a casa, a mão pesada da Lei Britânica não lhes dá sossego.

Nós por cá continuamos a colocar o Futebol num mundo à parte, onde as agressões são aceitáveis, a violência desvalorizada e as ”máfias” compostas por um número significativo de rufias que se vão perpetuando de geração para geração.

Muitas das claques existentes não passam de escolas do crime, formas de subsistência de alguns cobardes e vagabundos que encontraram no Futebol uma forma de, à margem dos valores que o desporto encerra, subtrair rendimentos, seja através da (re)venda de bilhetes “desviados” dos clubes, seja através da concretização de ameaças encomendadas, ou mesmo através de atos ilícitos relacionados com o tráfico de drogas e afins.

E os donos dessas claques são figuras sobejamente conhecidas das autoridades, marcam o mundo da noite e vangloriam-se dos seus feitos nas redes sociais.

Talvez fosse a altura certa de os recrutar e enviar para fazer frente aos “Chechenos” que torturam muitos dos inocentes que sofrem as agruras da Guerra na Ucrânia, e talvez dessa forma dessem valor ao que têm em Portugal e passassem a respeitar mais o Mundo do Futebol e os respetivos clubes, razão de ser das claques!