NOTA DA SEMANA: País de brandos costumes, mas até quando?

Aparentemente, todos pareceram ficar surpreendidos com os atos de agressão contra um conjunto de imigrantes de origem argelina, perpetrados na Freguesia do Bonfim na cidade do Porto.

Digo aparentemente, porque, na realidade, as agressões em causa parecem ser o resultado de um acumular de situações de violência gratuita e assaltos a diversos transeuntes, cuja autoria tem sido atribuída a vários imigrantes argelinos que deambulam pelas ruas dessa Freguesia, algumas delas filmadas e divulgadas nas redes sociais.

Tal atuação da “milícia popular”, composta, alegadamente, por cidadãos portugueses, parece ser o resultado da ausência de resposta a diversos pedidos de ajuda e de intervenção efetuados por residentes e comerciantes dessa Freguesia, cujas autoridades, sem meios, sem recursos, ou mesmo sem qualquer enquadramento legal, pouco ou nada poderiam fazer.

Mas obviamente, a primeira explicação mediática avançada para o sucedido foi a de que tal ação teria sido da responsabilidade de uns quantos extremistas da direita radical, seguindo-se logo manifestações de apoio à comunidade de imigrantes atacada, com a imediata participação dos comentadores do costume a dizer que isto era a consequência do resultado das últimas eleições legislativas.

Depois, lá apareceram as conhecidas associações que se apregoam detentoras de uma moral que lhes permite apelidar a Sociedade Portuguesa como sendo estruturalmente racista e xenófoba, e em resultado disso, a nossa dita Sociedade, terá que expiar os seus pecados, passados, presentes e futuros, decorrentes da exploração das suas antigas colónias.

Como se isso não bastasse, os Partidos da extrema-esquerda vieram diabolizar todos os portugueses que não se revêm numa agenda anti-histórica e essa sim preconceituosa que esses mesmos Partidos Políticos apregoam.

E por via dessa diabolização apelidam de racistas todos os cidadãos que, apesar de condenarem veemente os atos de tais “milícias populares”, não concordam com a completa impunidade que resulta da atual política de imigração, que promove um País de portas abertas, sem qualquer escrutínio na entrada dos imigrantes.

Em bom rigor, reações como a que sucederam na Freguesia do Bonfim, com a mobilização de populares para a realização de um “acerto de contas” e “justiça popular”, apenas surpreendem por ainda não terem ocorrido em outros pontos do País.

Na realidade, as concentrações de imigrantes começam a suceder por vários locais do território nacional, concentrações essas cada vez mais ostensivas e intimidatórias.

Importa realçar que a grande maioria dos imigrantes procura melhores condições de vida, e serão inúmeros aqueles que são explorados e enganados, cabendo a todos os portugueses de bem denunciar tal exploração. No entanto, alguns desses imigrantes começam a organizar-se em redes de exploração mútua dos respetivos compatriotas, promovendo “guetos” nos subúrbios urbanos, onde subarrendam casas que acolhem dezenas de imigrantes, sem quaisquer condições de habitabilidade.

A par disso, promovem, a coberto da diversidade cultural reconhecida na nossa Constituição da República Portuguesa, nichos de práticas que atentam contra essa mesma Constituição, em matérias como a igualdade de género ou o respeito pela liberdade religiosa.

Ora é isso que nos devia, a todos, preocupar, especialmente depois das declarações de um Presidente da República que considerou necessário “reparar” as antigas colónias, apelidando de “rural” um Primeiro-ministro e “lento” um ex-Primeiro-ministro.

A aceitação dos outros e da sua diferença depende, e dependerá sempre, da aceitação que esses outros farão do contexto de quem os acolhe e recebe.

Assusta-me, verdadeiramente, que uma parte dos responsáveis políticos e algumas associações, não pretendam olhar de frente para o problema, optando antes por culpabilizar a Sociedade e a sua organização, simplificando e reduzindo tudo a uma diabolização estrutural dos portugueses e da sua História.

Em breve, se nada for realizado para combater o estigma que está a ser lançado contra a nossa História e os portugueses, teremos uma Sociedade dividida e extremada em redor das medidas mais drásticas, e com a generalização de episódios de “milícias populares” e “justiça popular”.

Os portugueses que defendem uma política de imigração mais criteriosa, e que não pensam que a História do seu País seja motivo de vergonha e repúdio, apesar de ter erros e injustiças, não podem ser acossados como criminosos e culpados, e isto porque estes são os portugueses moderados, que não aceitam o racismo nem a xenofobia.