Notários reuniram em Congresso Internacional na cidade de Aveiro

Um movimento de protesto dos autarcas da região Centro com o objectivo de cortar o trânsito na Autoestrada do Norte (A1) e da Linha Ferroviária do Norte – exigindo a transformação do IP3 em perfil de autoestrada – foi o desafio lançado no último fim-de-semana pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra aos seus congéneres.

Este é o “aviso” deixado por José Manuel Silva numa altura em que foi dado a conhecer que a intervenção prevista pelo Governo, não prevê transformar o IP3 numa autoestrada “por dificuldades técnicas”.

A tomada de posição vem reforçar o que o autarca já havia dito no Dia do Município (4 de Julho): «Quando todos estiverem disponíveis para cortarem a autoestrada A1, em defesa de uma verdadeira e célere modernização do IP3, contem com Coimbra na primeira linha!», noticiou na ocasião o Diário AS BEIRAS.

Agora, José Manuel Silva sublinha que (…) «infelizmente, os autarcas desta região ainda não se motivaram suficientemente e, por isso, têm responsabilidades naquilo que se passa».

O autarca conimbricense alerta que (…) «a retórica nada resolve. É perder tempo. Se é só para retórica, não contem com a nossa presença (…) e for para definir acções concretas de reivindicação forte, acções de força, para exigir respeito para com esta região, então contem comigo na primeira linha», assegurou

Quem também se pronunciou foi o presidente da Câmara de Penacova, que lembra que o IP3 (…) «já nasceu torto» e os (…) «altos níveis de sinistralidade, quase desde o minuto zero», dando origem a muita contestação em relação ao traçado e à forma como o mesmo foi desenhado, acrescenta Álvaro Coimbra.

Também de acordo com a transformação total do traçado do IP3 em autoestrada, está o presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, que afirma não fazer sentido que haja ligações com perfil de autoestrada entre Coimbra e a Figueira da Foz (A 14) e outra entre Viseu para norte até Vila Verde da Raia – A 24 – (…) «e as duas cidades daqui da Beira não têm uma ligação com perfil de autoestrada». «É uma lacuna de há muitos anos, que vem a ser adiada pelos vários governos», conclui Leonel Gouveia.

Entretanto o presidente da Câmara de Viseu e da CIM Viseu Dão-Lafões, também já manifestou a intenção de reunir com a sua congénere da Região de Coimbra para tomarem uma posição conjunta sobre o IP3.

Fernando Ruas lembra o historial das promessas de obras no IP3 nas duas últimas décadas, e destaca o sucedido em 2008, quando o então primeiro-ministro José Sócrates anunciou a criação de uma autoestrada (…) «com direito a placa a assinalar a data», aposta na Câmara Municipal de Mortágua, onde se mantém, sem que o projecto tenha avançado.

A tomada de posição do autarca de Coimbra, mereceu já uma resposta política do PS. Raúl Lino, presidente do PS-Coimbra e deputado à Assembleia da República, criticou, em comunicado, que as recentes declarações (…) «em tom ameaçador», são um (…) «incitamento à desordem pública» e merecem (…) «um veemente repúdio político da parte do Partido Socialista de Coimbra».

Alternativa à Estrada da Beira pode custar entre 77 e 94 milhões

Elaborado pela CIM Região de Coimbra, em colaboração da IP-Infraestruturas de Portugal, o “Estudo de Viabilidade da Variante à N17 – Entre o Nó de Ceira da A13 e a Ponte Velha (Lousã), incluindo a Ligação de Vila Nova de Poiares ao IP3/IC6”, pretende ser uma alternativa à actual Estrada da Beira (N17), que apresenta um traçado sinuoso e níveis elevados de tráfego, para além de atravessar muitas povoações.

A análise aponta para a viabilidade da variante à EN 17, que tem sido submetida à apreciação dos municípios que atravessa.

Em termos de viabilidade ambiental, o estudo conclui que a implantação da variante à EN 17 “poderá ser realizada desde que se acautelem os requisitos legislativos e regulamentares, devendo em fase de projecto serem definidas as medidas de minimização adequadas”.

Para além do traçado, divido em três troços, em cima da mesa estão três propostas de ligação ao IP3/IC6.

A construção de um primeiro troço, que liga o nó com a A13 (Ceira) e o Vale Carvalhal (Poiares), tem 8,312 km. De acordo com o estudo, prevê-se a execução de quatro viadutos com extensões de 130, 126, 610 e 650 metros, cinco passagens superiores e uma passagem inferior.

O troço 2 desenvolve-se entre Vale Carvalhal e o Nó em Ponte Velha/N17 num total de três quilómetros. Estão previstos um viaduto com 480 metros e um pequeno pontão sobre uma linha de água, bem como duas passagens inferiores em restabelecimentos.

O troço 3, com uma extensão total de 13,7 km, tem início em Vale Carvalhal (onde termina o troço 1), segue em direcção a Vila Nova de Poiares, contorna a vila por norte e continua para a serra da Atalhada, até próximo de Vale Maior (Penacova). Este troço contempla também uma ligação à zona industrial de Vila Nova de Poiares. Está prevista a construção de 12 obras de arte.

A ligação ao IP3/IC6 poderá ser feita através de uma de três propostas. O primeiro traçado, com cerca de 5,4 km, corresponde ao prolongamento do troço 3 até ao IC6, perto do lugar de Lavradio (Penacova) e implica a construção de um novo nó naquele IC. Prevê a construção de três viadutos de grande dimensão.

Uma outra hipótese é a ligação do troço 3 ao IP3, com cerca de 2,7 km, através da construção de um novo nó. Por fim, o terceiro traçado que, tal como o anterior prevê o prolongamento do troço 3 até ao IP3, aproveita uma estrada municipal existente (EM 534 – ligação Vale Maior/Miro) e liga a um nó existente no IP3 (nó de Miro), implica a construção de um viaduto entre a base da serra da Atalhada e a EM 534.

As estimativas de tráfego para o ano base (2027) apontam para 14.300 veículos ligeiros e 440 pesados no troço 1 e 9.295 ligeiros e 228 pesados no troço 2, refere o documento, concluindo que a variante terá potencial para captar tráfego ao IP3 (principalmente se a solução para o troço final for a 3.2), bem como à EN 17 até Vila Nova de Poiares.

A análise conclui que o projecto é economicamente rentável para todas as alternativas apresentadas, uma vez que os benefícios introduzidos pela melhoria das acessibilidades superam os custos de projecto.

O custo global, para a totalidade do traçado, desde o nó da A13 (Ceira) até ao IP3/IC6, pode variar, em função da solução adoptada no troço final, entre os cerca de 77 milhões e os 94 milhões de euros.

Cortesia: Diário AS BEIRAS