OLIVEIRA DO HOSPITAL: Lucinda Maria e o seu livro «Viagens através da imaginação»

Decorreu no passado dia 4 de Junho, na Biblioteca Municipal de Oliveira do Hospital, a apresentação do sétimo livro da escritora oliveirense Lucinda Maria, que tem por título «Viagens através da imaginação», apresentação que foi presenciada por elevado número de amigos e autarcas, com a ilustração musical do jovem lagarense, Rafael Abrantes, cantando e dedilhando na sua viola.

Nesta sua obra, que é uma edição do Município de Oliveira do Hospital, a autora apresenta-nos um livro de prosa composto por narrativas várias, grande parte delas já escritas anteriormente, sendo que algumas histórias são ficcionadas e outras baseadas em factos reais, às quais se juntam outros episódios que lhe dizem intimamente respeito, ingredientes que certamente aguçam a curiosidade dos atentos leitores desta autora concelhia, havendo ainda a registar a particularidade de se encontrar nas páginas deste novo título, três histórias que têm como figura central três monumentos nacionais do município – Capela dos Ferreiros, Igreja Moçárabe Lourosa e Ruínas Romanas de Bobadela.

Lucinda Maria é uma das autoras concelhias com mais títulos publicados, sendo reconhecido o seu gosto pela escrita, particularmente pela poesia. Nasceu em Oliveira do Hospital, concluiu o Curso do Magistério Primário na Escola do Magistério Primário da Guarda em 1972, com apenas 20 anos de idade, iniciando nesse ano a carreira de docente na Escola de Oliveira do Hospital, onde exerceu funções até se aposentar, tendo passado ainda por várias escolas do concelho.

Sempre foi apaixonada pelo português, pela escrita, pela leitura e por tudo o que se relacionasse com o estudo da Língua Materna. Adora investigar, aprender, saber e privilegia o conhecimento e a cultura, nas suas várias vertentes. Assume-se uma oliveirense convicta, sempre pronta a defender a terra natal, onde continua a residir.

«O Município continuará a apoiar…»

No dizer da responsável autárquica pela Cultura, Graça Silva, não deixou de salientar o ambiente que se vivia na sala para mais uma apresentação de um livro de Lucinda Maria, uma oliveirense dedicada à sua terra, que com o seu trabalho de pesquisa e de recolha, «muito notável, descobrindo o que acontece no concelho», não esquecendo os três monumentos mais emblemáticos e históricos, referidos anteriormente, e por isso deixou o convite para que «levem para casa um livro cívico, que merece ser lido», referindo que é uma obra editada pelo Município de Oliveira do Hospital, o qual vai «na continuidade de outros apoios, não só para concretizar sonhos, mas também para enriquecer o concelho».

«Casa cheia é sinónimo de que se gosta das pessoas…»

O presidente da Assembleia Municipal e deputado da Nação, José Carlos Alexandrino, considerou que «para escrevermos é preciso olhar, mas aquilo que outros não veem a forma de olhar modifica-se consoante a idade, tal qual a paisagem que vai mudando de aspecto, mas sempre trazendo a sua terra no seu coração» e relevou que ao ver «casa cheia é sinónimo que se gosta das pessoas», reconheceu que Lucinda Maria «é uma grande escritora e grande mulher, sendo orgulho de Oliveira do Hospital e de todos nós».

Depois das palavras de Manuel Mendonça, colaborador na edição deste livro, que realçando o papel da Câmara oliveirense, o que não é fácil ver os municípios do país a apoiar estas iniciativas literárias, que «não é todos os dias ver uma Câmara a apoiar escritores e que ao ver a sala cheia, «demonstra que aqui há amor pela cultura», decorreu a seguir a intervenção de diversos amigos da autora, que leram poemas do livro, como Fernanda Tavares, João Cid, João Mário, Álvaro Assunção e a finalizar o habitual declamador José Vieira. E como a prefaciadora do livro, Susete Fraga, de Póvoa de Lanhoso, não pôde estar presente, foi a própria Lucinda Maria que o leu.

«Em Oliveira há felicidade e há muito talento…»

Quem o disse foi o presidente da Câmara, José Francisco Rolo, acrescentando que está esperançoso que «continuaremos no bom caminho, sobretudo cultural» e que «debaixo dos céus aparece o 7.º livro de Lucinda Maria, que ninguém vai sem saber de onde vem». Referiu que este executivo e o anterior conseguiram valorizar o livro, quando a quase totalidade estava nas estantes e nas gavetas, e salientou que «não há cidades ou concelhos de qualidade sem criadores culturais», e neste campo, «os concelhos podem trabalhar em conjunto no âmbito da música, da literatura» e alertou para que não esqueçam o grande espaço que é o Museu do Azeite, dada a sua originalidade e relevou o caminho pelo caminho cultural traçado por José Carlos Alexandrino, deu os parabéns ao pelouro da Cultura, na pessoa da sua responsável Graça Silva, «que com pouco faz muito», não esquecendo o Presidente as equipas das redes das bibliotecas que com ela trabalham, levando diariamente às freguesias, às aldeias, aos lares, os livros para as pessoas amenizarem a solidão, neste caso com a leitura.

Recorde-se os livros que Lucinda Maria já publicou: “Palavras Sentidas” (2013); “Alma” (2014); “Divagando…” (2015); “Terra do Meu Coração” (2016); “Sonho?… Logo Existo” (2017); “Um Ano… 365 Poemas” (2018), para além de diversas publicações, de autoria coletiva, desde poesia a pequenas histórias e contos infantis.

Viagens através da imaginação

Segundo Lucinda Maria, pode-se viajar, sem sair de casa e a prova encontra-se neste livro e viajando no espaço, «viajei no tempo, encontrei pessoas, vivi histórias… que através da imaginação, embarquei na máquina do tempo, calcorreei o passado, recordei… recordei… Fui escrevendo e narrando as lembranças. Fui escrevendo e ficcionando pedaços de vidas que se cruzaram, se entrelaçaram, se fundiram… ou se separaram. Como cenário, quase sempre a minha terra, o meu concelho» e assim nasceu esta obra e convidou todos «a embarcar comigo nesta odisseia pelas esquinas do tempo. Boa viagem!».