
No domingo, 20 de Agosto e organizado conjuntamente pelo Grupo dos Amigos do Património Pampilhosense e pela Liga de Melhoramentos de Carvalho, realizou-se no Carvalho o colóquio em homenagem à investigadora Ana Paula Branco, que contou com a participação de Nuno Barata-Figueira, João Ramos, Joaquim Eurico Nogueira e Fernando Rua, autores ligados à homenageada naturais ou oriundos do concelho de Pampilhosa da Serra.
Coube a Nuno Barata-Figueira abrir o evento com a apresentação da comunicação “Ana Paula Branco: algumas curiosidades genealógicas”, seguindo-se “As cidades e as Serras em Ana Paula Branco”, por parte de João Ramos. Na sessão da tarde, “A historiografia de Ana Paula Branco: alguns apontamentos” foi o tema da comunicação apresentada por Joaquim Eurico Nogueira, cabendo a Fernando Rua fechar o evento com a apresentação da comunicação “O processo de expropriações da Barragem de Santa Luzia: o arquivo pessoal de Manuel Antão Alves Júnior”.
Filho de pampilhosenses, Nuno Miguel Marques Barata-Figueira nasceu em 1977, em Lisboa. Licenciado em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa, iniciou a sua carreira profissional como advogado, sendo atualmente jurista num instituto público que integra o Ministério da Justiça. Tem trabalhos publicados na revista “Raízes & Memórias” da Associação Portuguesa de Genealogia, no jornal “Serras da Pampilhosa” da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, no boletim “Agulha de Pinho” da Casa da Comarca da Sertã e no boletim “Alma Recreativa” do Grupo Dramático e Recreativo Ramiro José.
João Ramos, o segundo orador, nasceu em 1959, na, então, freguesia da Amadora, concelho de Oeiras. É licenciado em Direito, em 1984, pela Faculdade de Direito de Lisboa, e em História, pela Universidade Autónoma de Lisboa, em 2001. Ingressou na magistratura em 1985, tendo passado sucessivamente por diversas comarcas, Paços de Ferreira, Matosinhos, Porto, Barcelos, Ponta Delgada, Lisboa (Tribunal da Boa Hora e DIAP), Vila França de Xira, DCIAP e Cascais. De 2014 a 2019, foi magistrado coordenador da Comarca de Castelo Branco, passando a ser inspetor do Ministério Público, em Abril do último ano, funções que ainda desempenha, tendo sido promovido a Procurador-Geral Adjunto em 2020.
Por seu turno, Joaquim Eurico Nogueira é professor associado na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde ensina diversas disciplinas de Matemática. É também um apaixonado por temas regionalistas, tendo publicado diversos artigos no jornal “Serras da Pampilhosa”, em revistas da especialidade, sendo autor, ou coautor de alguns livros sobre o concelho da Pampilhosa da Serra e sobre a aldeia natal, Dornelas do Zêzere.
Por fim, o orador Fernando Rua é natural de Pampilhosa da Serra. É licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi bolseiro da Fundação para Ciência e Tecnologia na London School of Economics, no Departamento de Filosofia da Ciência e é membro do Centro de Filosofia da Ciência da Universidade de Lisboa. Foi professor de Filosofia. Tem publicações na área da Filosofia da Ciência, em didática da Filosofia e colaborações em assuntos de história local.
Em paralelo ao colóquio cultural, foi descerrada uma placa de homenagem a Ana Paula Branco, na Casa-Museu de Carvalho, bem como uma romagem ao cemitério local para deposição de uma coroa de flores.
Antiga diretora do jornal “Serras da Pampilhosa”, Ana Paula Branco nasceu em Lisboa, a 20 de agosto de 1962, filha de pais naturais de Carvalho, tendo falecido a 17 de Novembro do ano passado. Frequentou a Escola Primária n.º 1 da Damaia, ao que se seguiu o 1.º ano do ciclo preparatório, na Escola Preparatória de Roque Gameiro, na Amadora, voltando à Damaia, onde frequentou o 2.º ano do ciclo preparatório, tendo concluído o ensino secundário no Liceu Nacional da Amadora. Era licenciada em Ensino de Matemática, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. À altura do seu falecimento era docente de Matemática no Agrupamento de Escolas Dom João V, na Amadora, zona onde residia.
Nunca esquecendo as suas raízes, Ana Paula Branco dedicou-se à causa regionalista, integrando os órgãos sociais da Liga de Melhoramentos de Carvalho, sendo responsável pelos núcleos museológicos da aldeia, e da direção da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, onde também ocupou o cargo de diretora do jornal mensal “Serras da Pampilhosa”. Fez também parte, desde a sua fundação, do núcleo duro do Grupo dos Amigos do Património Pampilhosense. Outra das suas paixões foi a genealogia, exercendo, desde 2019, o cargo de diretora da Associação Portuguesa de Genealogia e de Redatora da sua revista anual “Raízes & Memórias”.
Autora de vários artigos sobre História Regional e Genealogia, Ana Paula Branco deixou obra publicada no jornal “Serras da Pampilhosa” e nas revistas “Arganilia” e “Raízes & Memórias”. Colaborou em vários livros, designadamente, “Carvalho e as suas Gentes”, “Subsídios para uma cronologia do Concelho de Pampilhosa da Serra”, “Património Pampilhosense” e “Pampilhosenses
na 1.ª Guerra Mundial”.