“Meninos/as como é que querem ser felizes esta semana?” Todas as segundas-feiras dos meses de julho e Agosto, foi esta a pergunta de ordem a cada arranque semanal da “Eira da Brincadeira”, que voltou a ser a “casa de férias” de cerca de uma centena de crianças e jovens do concelho. Uma casa que se estendeu a inúmeros locais do território, preferencialmente ao ar livre, que respeita o superior interesse das crianças e onde predomina a alegria, a partilha, o respeito e, claro está, a brincadeira.
Depois de votadas na habitual Assembleia de Planeamento, a realização de atividades como “a construção de uma casa na árvore, a exploração do espaço envolvente, a descoberta de lugares diferentes como o Poço da Primavera, idas a praias fluviais, e momentos passados na piscina da Eira – oferecida pela mãe de dois participantes” -, são apenas alguns exemplos recordados pela vice-presidente da Câmara Municipal, Alexandra Tomé, no balanço do programa de férias que voltou “a dar voz às crianças”.
Após 3 anos de implementação de uma metodologia que recentra a aprendizagem no brincar e escuta o superior interesse dos/as mais novos, Alexandra Tomé salientou que o programa de férias “voltou a deixar todos de coração cheio”, salientando ainda que “os maiores indicadores são os sorrisos e a felicidade das crianças, assim como o feedback que obtivemos por parte dos pais”.
E se existiram momentos em que essa felicidade inundou os jovens participantes, foram os três acantonamentos realizados por cada um dos grupos da Eira da Brincadeira – Pampilhosa da Serra e Dornelas do Zêzere -, e o acampamento na Barragem de Santa Luzia que juntou ambos os grupos. Estas foram as “únicas iniciativas propostas pelos adultos porque tínhamos alturas específicas para as fazer”, explicou Alexandra Tomé, acrescentando que foram “profundamente impactantes para as crianças, mas também para os adultos. Muitos dos pais libertaram os seus filhos pela primeira vez para passar uma noite fora”.
Em Santa Luzia, as crianças participaram em atividades como canoagem, slide, lazer tag, arborismo ou uma “viagem ao céu noturno”, e terminaram o dia com muita dança ao som de um DJ. Nos acantonamentos também não faltaram atividades e animação, com destaque para o Pampilhosa Night Run – Versão Infatil, danças populares, um peddy paper, passeios, mergulhos no Parque Fluvial de Dornelas do Zêzere, entre muitas outras.
No final de cada semana da Eira da Brincadeira, em Assembleia de Reflexão, “as crianças escrevem as suas próprias atas, onde refletem sobre o que mais gostaram, o que menos gostaram, e com sentido autocrítico identificam o que não correu tão bem”, notou a vice-presidente da Câmara, realçando que “o grupo tem-se autorregulado.
Os mais velhos ajudam os mais novos e os mais novos aprendem com os mais velhos. Isso é fascinante de ver num grupo heterogéneo em termos de idade”.
Os participantes do programa de férias foram acompanhados por um total de 19 monitores afetos ao Município e à Cáritas Diocesana de Coimbra. Depois de terminadas as férias, a brincadeira continua, uma vez que no ano letivo que se avizinha o modelo continuará a ser aplicado às Atividade de Enriquecimento Curricular (AEC). “É uma metodologia simples, que permite que as crianças ao serem livres se responsabilizem, com o devido acompanhamento dos adultos”, referiu Alexandra Tomé.
Recorde-se que as caraterísticas singulares da Eira da Brincadeira, fizeram com que, no final de junho, o Município fosse o único do país a ser distinguido com o “Prémio Quem Brinca É Quem É” promovido pela Fundação Santander Portugal. Também em maio do ano passado, o programa fez com que a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra fosse distinguida com o prémio “Autarquia do Ano” na categoria “Democracia, Igualdade e Participação Cívica” e subcategoria “Direitos das Crianças”.