Na segunda-feira, 10 de Abril, Pampilhosa da Serra comemorou o seu Feriado Municipal, presidido pelo Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, e que ficou marcado pela distinção e reconhecimento a “pessoas e instituições que, de alguma forma, colaboraram, ajudaram e contribuíram para o bom nome e desenvolvimento do nosso concelho”, como disse o presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio.
E de entre os distinguidos, além dos nove colaboradores da Câmara Municipal (Medalha de Bons Serviços) e, a título póstumo, João Albano e Ana Paula Branco (Medalha de Valor e Altruísmo) e ainda a Associação de Combatentes do Concelho de Pampilhosa da Serra (Medalha de Mérito Municipal), não deixou de merecer especial destaque a distinção feita à Embaixada de Israel em Portugal, com a entrega da Medalha de Mérito Municipal ao embaixador Dor Shapira que, como salientou o presidente da Câmara, “visa enaltecer a entreajuda de várias instituições por uma causa nobre, mas também reconhecer que a Embaixada e os seus representantes foram muito além das suas expectáveis competências”.
“Numa atitude que nos deixou de coração cheio, a Embaixada de Israel em Portugal, com o concerto que promoveu a 14 de Junho de 2018 no Casino Estoril, angariou 70 mil euros, por ocasião das comemorações dos 70 anos do Estado de Israel (…) e que foi entregue na totalidade ao Município de Pampilhosa da Serra, destinando-se às populações afectadas pelos incêndios de 2017”, como recordou Jorge Custódio, dando conta que esse valor se juntou na totalidade à conta solidária e “integrou o programa de apoio à reconstrução de habitações não permanentes”, considerando por isso que “com este gesto conquistaram a gratidão e o reconhecimento de todos os pampilhosenses em particular e, de um modo geral, de todos os portugueses”.
Município de Cascais também “juntou a mobilização à generosidade”
Mas também com a Medalha de Mérito Municipal foi homenageado o Município de Cascais que, “após os incêndios de 2017, juntou a mobilização à generosidade. Foram muito além do simbolismo e estiveram ao lado dos pampilhosenses num dos episódios mais tristes do passado recente do concelho. O gesto da Câmara Municipal de Cascais foi um impulso à regeneração. A sua capacidade de entrega alimentou paisagens e pastos, mas alimentou também a esperança”, considerou o presidente da Câmara, tendo palavras de particular apreço para com o seu homólogo Carlos Carreiras, que “através de si e da Câmara a que preside, chegaram até nós toneladas de materiais de construção, centenas de árvores e animais, brinquedos, alimentos, entre outros”, deixando “a si e a todos os que colaboraram, o nosso bem-haja”.
Ainda neste Feriado Municipal e porque “hoje é também dia de manifestarmos o devido reconhecimento pela difusão da nossa identidade e pelos serviços prestados a este concelho, (…) voltamos a assinar protocolos de colaboração com colectividades e instituições (…) através da atribuição de subsídios (num total de 317. 500 euros), no folclore, Rancho de Pampilhosa da Serra (5.000 euros); na música, Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense (5.000 euros); desporto, Grupo Desportivo Pampilhosense (5.000 euros); no regionalismo, Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra (15.000 euros); e no associativismo, Associação do Pessoal do Município de Pampilhosa da Serra (47.500 euros).
Mas também os Bombeiros Voluntários não deixaram de ser contemplados com a significativa verba de 240 mil euros, “para além do apoio à missão diária dos nossos heróis de todas as horas, que acabámos de atribuir, este executivo decidiu conceder uma verba adicional destinada à aquisição de uma viatura de desencarceramento e de todo o material complementar”, como disse Jorge Custódio (e que foi benzida pelo pároco), acrescentando por isso que “jamais podíamos ficar alheios à preocupação sinalizada pela direcção e, dentro das possibilidades da autarquia, quisemos dar mais um contributo a quem tanto nos dá”, deixando também aos Soldados da Paz pampilhosenses, “o nosso bem-haja”.
“Comemoramos hoje 715 anos de autonomia e história. Uma história de luta e de reivindicações. Uma história de mulheres e homens fortes, lutadores e resilientes”, como disse na sessão solene comemorativa o presidente da Câmara Municipal, afirmando ainda “colectivamente o orgulho em ser serrano, expressando sem qualquer reserva o amor incondicional pela nossa Pampilhosa da Serra”, considerando ainda não ter “dúvidas de que a união, a entreajuda e a essência serrana que transportamos com vaidade, continuam a prevalecer e serão a chave para um futuro próspero e de importantes conquistas. Somos um povo com uma alma imensa. Herdeiros e transmissores de uma forma de estar simples e humilde, mas também determinada e corajosa, que se recusa a ser uma qualquer ovelha de rebanho, assumindo-se antes, teimosamente, como uma livre e genuína cabra do monte”.
E assim sendo e dirigindo-se particularmente ao Secretário de Estado, João Paulo Catarino, Jorge Custódio disse que “sou testemunha da estima e atenção que dedica a este território. Um território que bem conhece, porque também e num concelho vizinho, abraçou o desafio de ser um autarca do interior e, por isso, sabe muito bem os desafios que esta região do país enfrenta e com os quais se debate há anos a fio”, sendo “disso exemplo a requalificação da 1.ª fase da EN 344, projecto que também v. ex.ª muito contribuiu colocando-o na agenda política nacional”, referindo que “se por um lado a Câmara Municipal custeou o projecto, identificou proprietários e se responsabilizou pelo processo de expropriação, por outro lado o Governo lançou a obra a concurso, custeando o seu valor através do PRR e por isso anuncio, com grande alegria, que nas próximas semanas, o início da obra será uma realidade”.
“Pampilhosa, é da Serra. E sendo da serra, tem na sua massa florestal um activo indiscutível que temos obrigação de gerir e cuidar, de forma a aliar a sustentabilidade à rentabilizar”, considerou o presidente da Câmara, e por isso “é à floresta que dedicamos esta cerimónia de forma particular”, tem sido essa aposta do Município “em fazer diferente” através dos vários projectos “diferenciadores e explorar novas possibilidades”, nomeadamente com a “tão desejada autorização para a plantação dos primeiros 30 hectares de vinha, (…) pode parecer pouco, mas é uma conquista que nos dá alento e a certeza de que este é um projecto de transformação da paisagem que poderá marcar o concelho de forma profunda, para além de criar novos mosaicos na área florestal, tem um forte incremento na transformação da floresta em agricultura, com almejado reflexo na criação de postos de trabalho”.
E depois de reconhecer a “dificuldade em captar investidores e empresas para este interior”, Jorge Custódio não deixou de salientar que “a estratégia deste executivo para os próximos anos continua sem segredos. É transparente e temos as metas muito bem definidas”, considerando ser “primordial inverter o ciclo demográfico e para o efeito precisamos de empresas e de dinâmica comercial, (…) precisamos dos jovens e dos mais experientes, de profissionais dos mais diversos ramos e especializações”, referindo que “quem queira arriscar, empreender, encontra aqui o espaço perfeito para viver em família, para começar ou recomeçar. (…) Pampilhosa da Serra é um local que garante condições adicionais atractivas nos domínios da segurança, da saúde, da educação, da acção social ou da habitação”, terminando por referir “no que diz respeito à adopção de políticas municipais temos feito o nosso melhor, (…) e seguro que há um caminho a percorrer, continuo com a plena convicção de que estaremos à altura dos desafios que hão-de vir. Saberemos ouvir e zelar pelos interesses de toda a população”.
Essa foi a opinião deixada pelo presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Emílio Torrão, exaltando do trabalho que tem sido feito pelo executivo camarário, o seu importante papel na defesa do seu território, destacando a sua “acção, resiliência, saber e competência, são unidos, um esforço muitas vezes pouco reconhecido numa terra com um enormíssimo potencial”, deixando a certeza que “a Pampilhosa da Serra pode contar com a Região de Coimbra, porque a Região de Coimbra conta com a Pampilhosa da Serra”.
“As minhas frustrações a alegrias que as mesmas que partilhamos”, começou foi referir o Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, para depois dar “nota do que temos vindo a fazer em termos florestais”, enalteceu “o exemplo da Pampilhosa” sem deixar de reconhecer que “todas as políticas dependem da proactividade dos autarcas, precisamos de autarcas como Jorge Custódio, precisamos de territorializar a política”, terminando por manifestar o orgulho pela “terra empreendedora” e pelo exemplo de Pampilhosa da Serra.