“Competência e dedicação”, duas palavras que, como alguém dizia, descrevem bem o novo presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra. Jorge Custódio, que no discurso da sua tomada de posse deixou a promessa, “trabalho, muita dedicação, mas acima de tudo prometemos ouvir toda a gente, como sempre fizemos. Pelo futuro da nossa terra, pelo futuro de todos vós!”.
Um futuro que mesmo apesar das dificuldades próprias de um território muito vasto deste interior profundo de Portugal, Jorge Custódio encara com optimismo, porque sabe das potencialidades, das riquezas que tem nas pessoas, nas belezas ímpares (até únicas) e que fazem a diferença no seio destas terras e destas serras, neste que não deixa de ser também um mercado de sabores e de saberes únicos e que distinguem a Pampilhosa da Serra.
E apesar de reconhecer “serem muito ambiciosas” as 26 medidas estratégicas com que, no manifesto eleitoral da candidatura (que liderava) do Partido Social Democrata e que foi apresentado ao eleitorado, Jorge Custódio acredita que, com a renovada equipa que o acompanha neste seu primeiro mandato à frente dos destinos e no governo do Município, possa concretizar e dar cumprimento às promessas feitas aos pampilhosenses.
Mas para isso, para “Crescer com a Pampilhosa da Serra”, o novo presidente da Câmara Municipal não deixa de contar também com todos os pampilhosenses, com as instituições e associações (e são muitas), com todos os agentes económicos, com todas as pessoas de boa vontade porque, só assim e como espera, “Seguimos juntos pelo crescimento da nossa terra”.
Um crescimento que, mesmo apesar de “muito ambicioso” passa, de entre outras e como está no programa eleitoral – “Crescer”- apresentado aos pampilhosenses, por melhores infraestruturas rodoviárias, por mais apoio ao empreendedorismo, por novas soluções de emprego, por mais incentivo e consequentemente por mais e melhores ofertas às empresas, por mais valorização ambiental e da floresta, por melhor desenvolvimento estratégico, por melhor administração pública, por novas soluções urbanísticas, novos e melhores espaços públicos, por mais e melhor cobertura de fibra óptica, por novas estratégias de habitação, pela valorização turística, por mais apoio social, por mais incentivo e apoio à população.
A COMARCA (AC) – Na tomada sua tomada de posse, prometeu trabalho, dedicação, ouvir toda a gente “pelo futuro de todos nós, pelo futuro da nossa terra“, mas para isso quais são os caminhos a trilhar para esse futuro?
JORGE CUSTÓDIO (JC) – Antes de responder à sua questão, não posso deixar de dizer que, para quem está nestes lugares, é obvio que tem de ter muita competência e dedicação ou seja, são atributos cada vez mais decisivos e quando digo competência, é não saber mais do que os outros, mas é ter esta capacidade para conseguir perceber um bocadinho de tudo, enquanto e no que se refere à dedicação tem de se ter muito amor ao que se faz, porque se assim não for será realmente muito difícil enfrentar as contrariedades que temos todos os dias. E quem já me conhece sabe que sempre fiz isso, a dedicação e o amor à minha terra e ao meu concelho, desde o tempo da Junta de Freguesia (de Pessegueiro) que foi uma grande tarimba, foi uma excelente escola, até aos 12 anos como vice-presidente da Câmara Municipal. Mas respondendo concretamente à sua questão sobre os caminhos a trilhar no futuro, eu pensei muitas vezes se devia ser ou não candidato e embora entenda que ser presidente da Câmara não é uma profissão, mas é uma missão e tenho bem presente que estamos aqui de passagem, acabei por aceitar e aqui estou para continuar a dar o meu modesto contributo para um melhor futuro do meu concelho e que não passa apenas pela obra feita ou a fazer, mas passa pela parte mais difícil que é trazer e fixar as pessoas. Esse é que é o verdadeiro contributo para o futuro.
AC – Mas como é que se trazem e fixam pessoas?
JC – Como sabe, esse não é apenas um problema da Pampilhosa, é um problema estrutural do país, mas nas medidas que apresentei e na minha opinião, sinto que levantei um bocado a fasquia, porque apesar de contemplar algumas obras, verdadeiramente o que tem mais é a parte imaterial que é difícil de alcançar e que tem muito a ver com a questão – e eu vou puxar as fichas todas – para arranjar maneira de conseguir a fixação das pessoas, que não pode passar pelo emprego público mas tem de passar pela capacidade das administrações públicas de darem ferramentas aos privados para, por si só, conseguirem criar postos de trabalho. O que quero fazer e sei que não é fácil tenho consciência disso, mas é tentar ver se conseguimos criar esses mecanismos de apoio, que vão ser financeiros, para quem criar o seu posto de trabalho, a sua empresa, porque só assim é que se conseguem trazer pessoas e se não houver pessoas não vale a pena fazer grandes obras.
AC – E que obras faltam fazer?
JC – Infraestruturas rodoviárias, sobretudo. Não é por acaso que a Pampilhosa se chama da Serra, porque de facto estamos aqui encravados entre estas serras e estes vales – e essa é que é a nossa maior riqueza – mas a questão do empreendedorismo, de tentar fixar pessoas, postos de trabalho, criar empresas, não será possível se não tivermos uma boa estrada para que os empresários possam depois vender as suas mercadorias. Não é no mercado local que as vendem. E ainda que por si só isso não fosse suficiente, eu já disse a um Secretário de Estado quando afirmava que Portugal não precisa de mais infraestruturas rodoviárias, que queria vê-lo, a si, a sair da Pampilhosa da Serra, deitado numa ambulância, numa urgência e a fazer um percurso para Coimbra, se depois dizia que não eram precisas mais infraestruturas rodoviárias. E o que é que eu quero dizer com isto, as infraestruturas rodoviárias não salvam, por si só o concelho, mas falta-nos aqui um bom elo de ligação, não precisamos de uma auto-estrada, mas de uma boa estrada a ligar ao IC8 que permita criar melhores condições às pessoas e às empresas para se fixarem cá, e para isso e porque não é competência da Câmara, vamos pressionar Governo para que essa pretensão venha a ser uma realidade porque, mais do que uma necessidade, não deixa de ser uma questão de justiça.
AC – Mas as estradas que são da competência da Câmara estão em boas condições?
JC – Estão, com bom piso, em razoáveis condições, permitindo assim também mais e melhores condições de mobilidade às pessoas das nossas aldeias, onde temos também a preocupação de lhes criar as melhores condições para ali morarem, para se sentirem bem, agora e no meu entender e porque falamos em aldeias, não posso deixar de referir que as suas colectividades regionalistas o que não podem continuar a fazer é vir pedir à Câmara polidesportivos, piscinas, museus para servirem apenas em tempo de férias – nós queremos e vamos apostar cada vez mais em trazer as pessoas de férias – , mas o que queremos pedir às colectividades é que em vez de deste tipo de obras, concentrem as suas energias e as suas capacidades em criar postos de trabalho na sua aldeia.
AC – Entende então que, além das empresas, também as colectividades regionalistas podem criar postos de trabalho no concelho?
JC – As associações foram (e continuam a ser) o nosso motor de desenvolvimento, porque se hoje a Pampilhosa tem o que tem nas suas aldeias, deve-se ao movimento regionalista. Mas agora essa responsabilidade cabe ao Poder Local, mas não podemos esquecer que, num outro papel, o social, continuamos a precisar muito das nossas colectividades. E não merece a pena fazer obras se as novas gerações perderem o cordão umbilical que os liga às aldeias de seus pais, de seus avós. E é aqui que as associações têm de fazer a diferença, criar condições para que os mais novos venham, se sintam bem e para esse papel a Câmara Municipal está cá para ajudar. Hoje, felizmente, já estou a ver no concelho muitos jovens a dar passos nesse sentido e a prova disso e na sua maior parte, mesmo a integrar os corpos sociais das colectividades do nosso concelho. São os tais filhos que têm e vêm com uma outra visão, uma visão diferente para a sua aldeia e que tem de ser aproveitada porque o paradigma mudou completamente, a realidade de 2021 não é, por exemplo, a mesma de 1980, e assim sendo o movimento regionalismo e os seus servidores podem continuar a ter um papel importantíssimo, por exemplo na criação de um posto de trabalho na sua aldeia, são 109, onde há 80 colectividades formalizadas, dessas há 40 que funcionam regularmente com a realização das suas festas, dos seus almoços e se dessas 20 ou 30 criassem esse posto de trabalho faria a diferença, por exemplo com um funcionário a reabrir as Casas de Convívio com aquela pequena mercearia que nas aldeias já não existe, onde podiam continuar a ter o bar aberto como um espaço social onde as pessoas se podiam encontrar e conviver, ou até e como já fez uma colectividade, com o pagamento de uma avença ao funcionário que vai regar o jardim, cortar a relva nas casas das pessoas que precisam ou que estão habitualmente ausentes.
A partir de Janeiro, na Casa do Concelho, em Lisboa, vão realizar-se reuniões com as colectividades regionalistas do concelho para sensibilizar os seus dirigentes no sentido de promoverem a criação de postos de trabalho nas suas aldeias.
AC – Mas para isso não deixará de ser necessário sensibilizar os dirigentes das colectividades?
JC – Na altura e enquanto vice-presidente da Câmara, a minha proposta foi conceder um apoio de 5 mil euros a cada uma das colectividades para a criação de um posto de trabalho e, apesar considerar uma boa ideia, o presidente não deixou de alertar para o facto de que se todas aceitassem esse desafio, isso seria um rombo para o orçamento da Câmara, mas sabe quantas colectividades responderam, quatro. Agora e enquanto presidente da Câmara, a partir de Janeiro, na Casa do Concelho, em Lisboa, vou realizar reuniões chamando os dirigentes das colectividades para os sensibilizar e tornar possível esta ideia da criação do posto de trabalho na sua aldeia que, como já disse e penso, faria toda a diferença.
AC – Não será com certeza uma utopia, mas porque falamos em utopia a Pampilhosa da Serra já sentiu apoios em medidas concretas por parte do Governo que tem feito do interior uma das suas bandeiras?
JC – Não lhe posso responder, porque depois sou politicamente incorrecto, mas mesmo assim tenho de dizer que não tenho sentido à dimensão que deveria sentir esse apoio que, em termos de legislação para estes territórios tem sido magnífico, mas dessa legislação o que verdadeiramente desce ao terreno e que faz com que as pessoas sintam que ouve um olhar diferente, eu digo que não, não houve.
AC – Mas espera que a Pampilhosa não seja esquecida pela chamada basuca?
JC – Ainda sou suficientemente jovem para acreditar… mas a questão do Plano de Recuperação e Resiliência, o chamado PRR, está completamente formatado para muitos outros investimentos que não são os mais pequenos nestas regiões mas que, ainda que pequenos, podem fazer a diferença. O PRR não está virado para aí, percebendo-se perfeitamente que grande parte das medidas já estão muito bem definidas para onde vão e, por isso, a única coisa que ainda acredito e que possa vir a fazer a diferença, é este Plano de Revitalização do Pinhal Interior que o Governo decidiu lançar e que em termos de dotação é substancial se realmente todos tivermos a capacidade para fazer disponibilizar essas verbas, que são na ordem dos 200 milhões de euros para este conjunto de Municípios. Agora temos de perceber é que muitas dessas medidas são desenhadas de tal forma atrás de uma secretária que depois, na prática, em vez de olharmos para os problemas do território e tentar arranjar ferramentas para os resolver, às vezes acontece o contrário. Mesmo assim eu acredito mais que o Plano de Revitalização possa fazer a diferença, do que aquelas da basucas gigantescas do PRR que, sinceramente, duvido que cheguem aqui. Neste momento fica sempre bem falar do interior, não há nenhum político nacional que não fale do interior como uma bandeira, mas depois, na prática, o que acontece é pouco ou nada.
AC – E no que se refere às delegações de competências que, como decorre da lei, os Municípios vão ter de aceitar?
JC – É mais um presente envenenado que vem para as Câmaras Municipais. Eu por princípio sou claramente a favor da descentralização, não podemos estar sempre a queixar-nos que Lisboa é que decide, que Lisboa é que faz, que Lisboa é que manda, porque acredito também que em áreas como a saúde, a educação de entre outras e que vêm neste bolo da descentralização estes sectores vão ser muito mais bem geridos do que pelo Governo Central. Não tenho dúvidas, como não tenho dúvidas que, nestes sectores, iremos prestar um melhor serviço à população, mas o problema que todos temos de perceber, é que a tal mochila financeira que o Governo está a preparar para as Câmaras Municipais é claramente insuficiente, está outra vez a tirar mais do pouco dinheiro que nós temos para pagar uma despesa que até hoje era suportada pelo Estado. Contas feitas, o dinheiro que estão a preparar para a Câmara da Pampilhosa da Serra no que diz respeito à saúde e educação não chega para pagar os vencimentos dos assistentes técnicos e operacionais ao serviço das instituições onde prestam serviço. E agora acrescente-lhe o resto…
AC – Porque falou em saúde, numa reunião recente com o director do ACES do Pinhal Interior um dos problemas debatidos foi a falta de médicos na Pampilhosa da Serra?
JC – Infelizmente esse é também um problema não é só da Pampilhosa da Serra, mas do país todo. É verdade que o ACES já abriu concurso para o Centro de Saúde de Pampilhosa da Serra mas que ficou deserto. Agora houve um compromisso por parte do director de abrir um novo concurso para mais dois médicos e percebendo também a sua angústia dos médicos não querem vir para o interior, neste momento e mais uma vez, a Câmara Municipal irá arranjar uma bolsa de condições extraordinárias, desde casa a outras, para que os médicos aqui se possam vir a instalar.
AC – Mas em termos do sector social o concelho está bem servido?
JC – Muito bem servido, as nossas IPSS têm dado prova da sua mais-valia. Todas elas, a Santa Casa da Misericórdia, a Associação de Solidariedade de Dornelas, a Cáritas Diocesana cada uma com valências diferentes no apoio a uma população muito vasta e muito dispersa pelo nosso território. As IPSS fazem aqui um trabalho extraordinário, de excelência e não posso esquecer os momentos difíceis que passaram (e que ainda passam) causados pela pandemia, sou testemunha dos cuidados extraordinários que têm tido, na organização dos serviços para tentarem minimizar os seus efeitos, para evitar outros problemas maiores.
AC – A Misericórdia pretende aproveitar o antigo Centro se Saúde para a instalação de um lar residencial e, recentemente, e para o mesmo fim houve uma proposta de projeto de arquitetura do edifício da Caritas, na localidade de Portela do Fojo. Não acha que há aqui uma sobreposição?
JC – São complementares. O Professor Manuel Antunes esteve a apresentar o projecto daquele edifício da Cáritas que já está construído há muitos anos mas que nunca foi acabado, está em tijolo. Houve investimentos públicos e tem de haver uma solução para o edifício e por isso e enquanto presidente da Câmara, não me passa pela cabeça ter uma instituição que está disposta a fazer todo o esforço para terminar a obra e dizer-lhe não, muito obrigado, agora não quero. Do mesmo modo, a Câmara Municipal e eu pessoalmente, no que puder fazer pressão, no que puder ajudar para transformar o antigo Centro de Saúde numa nova unidade para a Santa Casa, cá estarei. Eu acho que as duas fazem falta. Até no que se refere à criação de postos de trabalho. Uma não inviabiliza a outra e enquanto presidente da Câmara, o meu maior sonho é ver os dois lares a funcionar.
AC – Foi notícia em todos os órgãos de comunicação do país o apoio de 5. 000 euros a atribuir pela Câmara pelo nascimento do primeiro e segundo filhos, e 10.000 euros pelo nascimento do terceiro e seguintes, uma medida ousada mas não deixa de obrigar a um grande esforço da Câmara?
JC – Se quero cá ter pessoas tenho de lhe dar condições para se fixarem e apesar dessa medida obrigar a um esforço grande por parte da Câmara Municipal, temos de ser consequentes com o discurso que temos, com medidas concretas como esta, que acaba por ser também uma dupla ajuda para o comércio local onde e através dos vales transformados em dinheiro que lhe serão distribuídos, os beneficiários terão de fazer as suas compras, ajudando ainda à despesa com creche. O Governo oferece os livros escolares e a Câmara Municipal já há muitos anos que faz isso e ainda mais, oferece também as fichas, além dos transportes escolares que são gratuitos e se juntarmos a isto os apoios às actividades de enriquecimento curricular, o apoio ao estudo, as aulas de informática, o acesso às piscinas e ao pavilhão, o apoio às aulas de música ministradas pelo Grupo Musical, tudo isto acaba por somar muito dinheiro e, no final de cada mês, fazer a diferença no bolso das famílias.
AC – Mas como consta a Câmara tem muito dinheiro?
JC – A Câmara da Pampilhosa não tem dinheiro mas também não tem dívidas, que é a grande diferença. E até posso adiantar que vamos fazer um empréstimo para fazer algumas obras estruturantes, nomeadamente nas vias rodoviárias para as quais o Governo diz que não há um tostão. Temos de rasgar ou isto, porque ou é para rasgar ou fico para aqui a mastigar. E eu não quero, senão nunca mais saímos daqui. Mas não é por isso que não vamos continuar a apostar numa gestão rigorosa, os tostões são contados, à serrano, tenho muito orgulho em ser serrano, porque não podemos esquecer também que para quem tem de organizar um orçamento, como estamos a fazer, temos de ter prioridades para as quais temos de guardar uma fatia significativa, enquanto outras terão de ficar para trás.
AC – Prioridades que, segundo sabemos, não deixarão de passar também pela aposta nas novas tecnologias?
JC – A pandemia não trouxe tudo de mau e apesar de obrigar a Câmara Municipal a um trabalho intenso e a um gasto muito grande na ajuda às pessoas e às instituições (até tivemos o cuidado de ir de aldeia em aldeia para ver qual era a rede móvel que tinham para que os miúdos tivessem acesso à internet e computadores que foram disponibilizados pela Câmara), mas também tivemos oportunidade de verificar que esta questão do teletrabalho aplicou-se aqui que nem ouro. E não é por acaso que um dos projectos que já mandei fazer e que quero avançar com ele é a requalificação de um edifício que temos aqui, no centro da vila, a casa do dr. Afonso, onde vai ficar um espaço com mais de 20 gabinetes para as pessoas que quiserem vir tenham condições para trabalhar, porque apesar de tudo fazer para isso vai ser difícil termos aqui grandes empresas, mas eu não sei se quero ter uma grande empresa, ou se quero ter 20 ou 30 mini-empresas que podem ir buscar 30 ou 40 pessoas profissionais liberais que aqui possam trabalhar ou criar o seu próprio posto de trabalho. E eu vou dar o exemplo, no Porto da Balsa e a propósito da antena que ali temos, no início do ano há uma empresa que ali se vai instalar e onde seis doutorados na área das Ciências Aeroespaciais vão começar a trabalhar a partir da aldeia para o Canadá, para os Estados Unidos, para o Mundo. Quem é que há meia dúzia de anos pensava que isto seria possível, pois bem, está aqui. Não posso cavalgar uma estratégia em cima de um exemplo, mas tenho é que tentar muitos exemplos destes e apostar cada vez mais na cobertura total da fibra óptica, da cobertura móvel no concelho, numa palavra nas novas tecnologias que são o futuro.
AC – Futuro que, na Pampilhosa da Serra, não deixa de passar também pelo turismo?
JC – Turisticamente, a Pampilhosa sem fazer grandes investimento públicos tem a maior riqueza delas todas que é a Natureza. A campanha “Pampilhosa da Serra o centro comercial da natureza onde encontra tudo o que não compra na cidade” é, de entre outras, uma das muitas apostas no turismo como nunca foi feito pela Câmara Municipal, reconhecendo que nos últimos anos foi o sector que mais postos de trabalho criou no concelho. Não só pelo Hotel, pelas várias unidades de alojamento que foram e que felizmente continuam a ter uma procura acima da média, mas também com a criação de empresas de animação turística e tudo isto, apesar do grande trabalho a que obriga, tem alicerçado alguns postos de trabalho ao mesmo tempo que se nota, cada vez mais, os turistas a procurar estes recantos, sossegados e até inexplorados que não existem noutros locais, não só no Verão mas também durante o Inverno e, por isso, a nossa aposta, forte, tem de ser continuar a ser vender aquilo que temos de melhor que é a Natureza, as águas límpidas, os rios, estas serras, este recantos, mas até o modo de viver das nossas gentes.
AC – Mas para um melhor aproveitamento de tudo isto, das potencialidades destes nossos territórios, não deixam de ser necessárias pontes entre os Municípios?
JC – Nem pode ser de outra maneira. Sempre me ensinarem que quando tenho um dedo a apontar para os outros, tenho os outros dedos a apontar para mim. E se é verdade que os vários Governos têm abandonado o interior, não é menos verdade que também não nos temos sabido unir e entendo, por isso, que é tempo de unir esforços, de falar a uma só voz porque só assim os Municípios deste Pinhal Interior podem encontrar os verdadeiros caminhos que levam a um futuro melhor e mais próspero.
AC – Para isso e como disse, espera então a ajuda de todos para o sucesso da Pampilhosa, e também da oposição?
JC – Assim o entendo e não vejo isso de outra maneira. Tenho de respeitar a opinião dos outros para que os outros também respeitem a minha. O tempo para discutir projectos e ideias já lá vai, terminou no dia 26 de Setembro, e apesar de ter sido eleito pelo PSD, o PSD nunca veio à Câmara Municipal dizer o que tínhamos de fazer ou de deixar de fazer. E eu espero também o mesmo da oposição, que deixe de uma vez por todas a bandeira do PS porque aqui a seguir às eleições só há uma bandeira, que é a bandeira do concelho. E pela primeira vez, acho que isso nunca aconteceu, estou a comunicar aos partidos da oposição para darem os seus contributos para o nosso orçamento e para as nossas opções do plano e, perante este facto, acho não pode haver maior sentido de democracia.
AC – Que mensagem deixa aos pampilhosenses?
JC – O sucesso da Pampilhosa para os próximos anos não depende só do presidente da Câmara, depende muito da ajuda de todos os pampilhosenses que possam vir a dar sua terra e ao seu concelho, porque só todos juntos e a puxar para o mesmo lado é que conseguimos tentar alavancar o progresso e o desenvolvimento deste nosso vasto e querido território da Pampilhosa da Serra. Conto com todos, preciso da ajuda de todos.