
No dia 10 de Abril, a Pampilhosa da Serra celebrou “com emoção uma longa e honrada caminhada de mais de sete séculos. São 717 anos de história, de identidade e de uma autonomia conquistada com esforço e mantida com audácia e paixão”, como disse o presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio, na sessão solene comemorativa do Dia do Município, presidido pelo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, e que, além de outros convidados, contou ainda com a presença do Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo.
Dia do Município que, além da gratidão, ficou marcado pela visita oficial à recém qualificada Estrada Nacional 344 e à plantação de uma cepa na AIGP da Travessa, junto à aldeia do Trinhão, e a que ficaram também ligados os membros do Governo e onde está a nascer o projecto de exploração vitivinícola que resulta de um contrato histórico no que à gestão e transformação da paisagem diz respeito, assinado com a Florestgal, S.A. e prevê a execução, por parte do Município, da transformação de 100 hectares que antes eram de eucalipto, mato e ocupação de solo florestal abandonado, em socalcos com plantação de vinha.
Mas “na Pampilhosa da Serra a distância não se mede em quilómetros, mas sim em tempo”, disse ainda Jorge Custódio, pelo que visita oficial às obras recém-concluídas da 1.ª fase da Estrada Nacional 344 foi outros dos momentos que marcou a comemoração do Dia do Município, sendo que um dos objetivos passou por “sensibilizar os decisores de agora e do futuro, que esta obra não pode parar a meio. Já fizemos o nosso trabalho e temos o projecto para a requalificação da 2.ª fase até à Ponte da Amoreira, que tem de ser validado pela Infraestruturas de Portugal. Resta ao Governo fazer a parte que lhe compete que é terminar esta obra tão necessária, não só para o concelho como para a região”, salientando que “a concretização da 2.ª fase da requalificação da EN 344 bem como a requalificação do troço da EN112 na Pampilhosa, são importantíssimas para encurtar esse tempo, com mais segurança, mais eficiência, mas sobretudo com mais justiça territorial. Não estamos a revindicar novas estradas, apenas a sua requalificação. Quem afirma que existem estradas a mais em Portugal não conhece a verdadeira realidade do país. A coesão não se faz de palavras. Faz-se de acções. Apesar de termos consciência do período eleitoral que atravessamos e de, neste momento, termos um Governo em gestão, contamos com o seu empenho para a concretização desta 2.ª fase e de assumir o compromisso com o futuro da Pampilhosa da Serra e dos pampilhosenses”.
Mas neste dia de festa, que começou com o hastear das bandeiras de Portugal e do Município nos Paços do Concelho e a homenagem aos ex-combatentes da Guerra Colonial com a deposição de uma coroa de flores junto ao seu Memorial, na sessão solene comemorativa, além da assinatura do Contrato de Adesão à Operação Integrada de Gestão da Paisagem da Travessa, também a assinatura de protocolos de colaboração com nove associações e instituições concelhias “às quais entregámos subsídios, não como um favor, mas como um dever de gratidão”, como referiu Jorge Custódio, e que foram a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra, Associação de Pessoal do Município de Pampilhosa da Serra, Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra, Associação de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere, Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, Grupo Desportivo Pampilhosense, Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense, Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra e Rancho Folclórico de Dornelas do Zêzere
“Ao entregarmos estes apoios, não estamos apenas a cumprir um dever institucional. Estamos a investir no que temos de mais precioso: a capacidade de cuidarmos uns dos outros. Por isso, nunca é demais agradecer a estas pessoas e instituições que tanto nos dão. Que servem sem estar à espera de aplauso. Que acreditam, tal como nós, que ser pampilhosense é nunca deixar ninguém para trás. Muito obrigado a todos vós!”, disse o presidente da Câmara Municipal.
Momento de emoção e de agradecimentos não deixou de ser também aconcessão de medalhas e distinções honoríficas, a Medalha de Valor e Altruísmo atribuída à Delegada Regional da Educação da Região Centro, Cristina Oliveira, ao Comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra, Carlos Tavares, e ao “mestre” António João, fundador do Grupo de Concertinas do Machio e um dos guardiões da alma musical da região, enquanto a Medalha de Bons Serviços foi atribuída aos antigos funcionários da autarquia, Armando Ricardo, Fernando Farinha, António Barata, Leonardo Batista, Maria Filomena e Beatriz Monsanto, “pessoas com funções que muitas vezes escapam ao olhar de quem passa, mas que são absolutamente essenciais para que o Município consiga fazer o que lhe compete: servir os pampilhosenses”, como considerou Jorge Custódio.
“Um grande bem-haja a todos vós!. Pampilhosa da Serra é grata!”, salientou o presidente da Câmara Municipal, considerando ainda que “é impossível não sentir um orgulho profundo por pertencer a esta terra. Uma terra moldada por montanhas e rios, mas preenchida pela força das suas gentes. Gentes que não se rendem. Que sabem o valor do trabalho, da entreajuda. Aqui, palavra dada ainda é palavra honrada. Aqui, os homens e mulheres podem ter mãos calejadas, mas tem sempre o coração aberto. Somos filhos e netos de quem não teve medo de recomeçar vezes sem conta. A nossa história não se escreve com facilidades, escreve-se com alma. Com a alma serrana, humilde, resiliente e generosa que nos distingue, e que persiste, geração após geração”.
Jorge Custódio não deixou de acentuar também que “Pampilhosa da Serra não é apenas o lugar onde nascemos ou vivemos. É um sentimento, uma forma de estar no mundo. Um amor genuíno, que se sente em cada regresso, em cada saudade, em cada memória que o tempo não apaga. Hoje, como sempre, elevamos bem alto este orgulho de ser pampilhosense. E reafirmamos, que somos fiéis ao espírito que nos trouxe até aqui. Nenhum desafio será demasiado grande e nenhum sonho será impossível de atingir”.
O presidente da Câmara Municipal terminou por se dirigir aos pampilhosenses, “estas últimas palavras são para vós. Neste dia em que celebramos o que somos, onde estamos e de onde vimos, não posso deixar de vos falar ao coração, porque é aí que mora a Pampilhosa da Serra. É essa ligação umbilical que nos une uns aos outros e nos faz ser mais do que um povo: uma família. Uma família que não desiste. Que sonha. Que cuida. Sim, Somos da Serra! Mas de convicções profundas. Um povo que não se rende à distância, ao isolamento, ou à dureza dos caminhos. Temos, em cada um de nós, um bocadinho deste território gravado no olhar, na maneira de ser, no cuidado com os outros. É por essa mesma razão que este executivo, enquanto aqui estiver, continuará a defender os vossos interesses, como quem defende a própria casa. Porque não estamos aqui apenas para cumprir um mandato. Estamos aqui para honrar um povo. De mangas arregaçadas e fiéis à promessa de nunca baixar os braços enquanto houver uma possibilidade de melhorar a vida de quem cá vive. É esse o nosso compromisso. Viva Pampilhosa da Serra. Vivam os pampilhosenses”.
E depois das palavras do presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Emílio Torrão, para dar os parabéns aos homenageados e destacar a acção do presidente da Câmara Municipal em defesa do seu concelho e das suas gentes e para deixar os parabéns pela comemoração do Dia do Município, às quais se associaram também o Secretário de Estado das Infraestruturas e o Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território que, considerou ainda e relativamente à pretensão do presidente da Câmara no que se refere à concretização da 2.ª fase da requalificação da EN 344, que esta obra “não é um luxo, é uma necessidade”, estruturante para a “ligação entre freguesias e concelhos, mas sobretudo entre pessoas e oportunidades”, salientando que as acessibilidades “continuam a ser uma das grandes barreiras aos concelhos do interior” e uma “prioridade” para o Governo que, no seu “programa, passa por apostar na valorização do Poder Local, reforçando as competências e meios financeiros das autarquias”, constatando com “grande satisfação” o exemplo de Pampilhosa da Serra na “aposta consistente na valorização dos produtos locais, na agricultura, na proteção da floresta, no turismo de natureza”.