De 7 a 17 de Dezembro, está a decorrer mais uma edição do “Natal Serrano” que, até agora, já trouxe milhares de pessoas à Pampilhosa da Serra.
É de facto e como considerou o presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio, um Natal diferente dos demais do país. Pela sua autenticidade, pela sua simplicidade, “é um Natal da família, dos afectos, dos abraços e não tanto o Natal do Pai Natal”.
O Natal de outros tempos e que, com todos os cenários, se pode encontrar no Natal da serra, desde o dia 7, na inauguração desta edição na qual era para estar presente a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, mas que há última hora acabou por não vir, acabando a simbólica abertura do “Natal Serrano” 2023, ser feita pelo presidente da Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal, Raul Almeida.
“É aqui em Pampilhosa da Serra que o significado da tradição mais genuína é saboreado à moda antiga sob a luz do céu mais estrelado do país. De 7 a 17 de Dezembro, este espaço reunirá cheiro, aromas e sabores de antigamente onde a luz brilhará a partir de agora. Ilumine-se o recinto pelas mãos do presidente do Turismo do Centro de Portugal, Raul Almeida.
E assim tem acontecido, o cheiro, os aromas e os sabores de antigamente têm brilhado no “Natal Serrano” 2023 que, na sua inauguração, contou a presença de muitas entidades convidadas, autarcas, saudados pelo presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio, para salientar depois que “há uma razão porque é que a Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra há alguns anos tem apostado neste Natal Serrano, bem sei que nesta altura praticamente todos os Municípios fazem a sua Feira de Natal, o Mercado de Natal, mas confesso que não quisemos imitar ninguém, não quisemos ir atrás de ninguém e este Natal Serrano, com vão perceber aqueles que aqui tem pela primeira vez, quer-se assumir claramente como disruptivo do que é norma, (…) costumo dizer por brincadeira que aqui não entra o Pai Natal, não porque tenhamos nada contra ele, mas porque na verdade esta gente da serra, as pessoas da Pampilhosa o que querem dizer é que temos muito orgulho em sermos serranos, temos muito orgulho nas nossas tradições e no modo como sempre vivemos até hoje. E não gostamos de virar as páginas como que se o passado não existisse e na verdade o que temos feito foi ir recuperar essas tradições antigas, o que era o Natal de outros tempos, o Natal da fogueira, o Natal da lareira, o Natal do sapatinho na chaminé sim, porque na altura não era o Pai Natal que trazia os presentes, era o Menino Jesus”.
“Portanto, sem vergonha, assumimos claramente que o Natal Serrano é um Natal diferente dos demais, recuperando o que são essas nossas tradições e o nosso modo de estar”, disse Jorge Custódio, sem contudo deixar de referir também que “o Natal Serrano teve para nós outro objectivo porque, como sabem, durante o Verão, felizmente, na Pampilhosa da Serra temos cinco vezes maios população do que é o normal e, como estratégia de turismo, entendemos que devíamos ter algo no pico do Inverno, (…) ter um programa diferenciador que homenageie o que são as nossas tradições, mas também que valorize um produto cultural para podermos ter mais pessoas a virem à Pampilhosa da Serra, para obviamente ajudar a economia local, como restauração, como o alojamento, pelo que não é uma despesa, é o investimento feito pela Câmara ao conseguir conceber um programa que vai muito para além do que aqui se vê e que se vai prolongar durante estes dez dias”.
E por isso, o presidente da Câmara não deixou de fazer “um agradecimento muito especial aos presidente de Junta de Freguesia e seus executivos, a todas as senhoras que estão a colaborar gratuitamente” no Festival do Filhó Espichada, “todo o valor financeiro da venda das filhós vai reverter na íntegra para as valências ligadas às crianças da Santa Cada da Misericórdia e da Associação de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere, “confesso que é de coração cheio e muito humildemente agradeço”, como agradeceu à empresa Ovos Matinados e ao seu responsável “pela oferta de cerca de oitocentas dúzias de ovos para ajudar as nossas IPSS”, sem deixar de salientar também o “esforço acrescido para que durante a semana proporcionarmos às nossas crianças do concelho, mas também às crianças do concelhos vizinhos um programa para virem à Pampilhosa para verdadeiramente perceberam o que é o Natal de outros tempos, o Natal sem o Pai Natal”.
E depois de deixar um bem-haja a José Martins pelo programa dedicado ao medronho e à destilaria, Jorge Custodio deixou como mensagem, “a Pampilhosa da Serra tem muito orgulho nas suas raízes porque, na verdade e no momento onde se vê tanta guerra, tantos problemas, tantas dificuldades, tanta violência, ainda continuamos a assumirmo-nos como os guardiões da Natureza, a guardar os nossos recursos que felizmente são muitos, e com este Natal Serrano somos também guardiões das nossas tradições. Vão ser dez dia de festa, de convívio, de abraços fraternos e de amizade A Pampilhosa da Serra é isto”.
O presidente da Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal depois de se referir aos tempos de incerteza e de dificuldades que se vivem no país e no mundo, não deixou de enaltecer a certeza dos autarcas como Jorge Custódio na aposta “da estratégia e daquilo que quer fazer, que é o melhor para o seu território. E fê-lo com este evento que quer sublinhar a identidade, a cultura, o património de um território e das suas gentes. E por isso mesmo tenho de lhe dar os parabéns”, sublinhando que “a Pampilhosa tem várias e diversificadas ofertas, mas muitas delas são no Verão, pelo que o Natal Serrano contribui para a quebra da sazonalidade precisamente nesta altura do ano, onde os visitantes tem oportunidade de vir esticar a filhó, fazer a experiência”, terminando por considerar que “são eventos destes que contribuem muito para a coesão territorial, também termos turísticos”.
VI Encontro do Medronho e do Medronheiro
Integrado no programa do “Natal Serrano”, a empresa LENDA DA BEIRA – Aguardente de Medronho Unipessoal Lda, sediada em Pampilhosa da Serra, dinamizou o VI Encontro do Medronho e do Medronheiro, numa iniciativa que contou com a presença de cerca 200 pessoas, entre produtores, investigadores, técnicos e comerciantes, e uma vez mais procurou “promover o medronho e divulgar todas as suas técnicas, desde o cultivo até à colheita e à transformação com a diversidade de todos os produtos derivados deste fruto”.
José Martins, que fundou a LENDA DA BEIRA em 2011, fez um balanço “muito positivo”, com a participação de “pessoas de vários concelhos, não só da Zona Centro, mas também de outras regiões como o Alentejo”. E foi precisamente para tentar contrariar a associação do medronho às regiões do Algarve e Alentejo, que a empresa promoveu esta VI edição do Encontro do Medronho e Medronheiro e, ainda segundo o seu responsável, “mais de 60/70% de medronho é produzido na Região Centro”, uma região que “está completamente adaptada à produção deste fruto e nem sempre está no patamar que merece estar quando se fala em medronho”. Desse modo é necessário criar este tipo de iniciativas, “de forma a criarmos uma região que possa ser respeitada e clarificada”, para que, “quando se fale em medronho, se fale logo na Região Centro”.
“Este foi um dia longo, muito participado”, disse José Martins, esperando o fundador da empresa LENDA DA BEIRA, que todos os participantes “tenham dado o tempo como bem empregue e que cheguem ao fim do dia com uma maior aprendizagem, tendo esclarecido todas as suas questões”.
O V Encontro do Medronho e do Medronheiro terminou em pleno “Natal Serrano” com a Festa do Medronho e da Destilaria e, no evento, os Chefs Luís Miguel Rodrigues e Nuno Nobre dinamizaram um show cooking, provas e degustações de novas aplicações gastronómicas do medronho. Com muita criatividade à mistura, os Chefs fizeram do medronho a estrela de diferentes receitas.