PARDIEIROS – BENFEITA (Arganil): Paisagem Protegida da Serra do Açor comemorou 41 anos

Está a ser criada uma mascote, designada de “GuardAçor” e que “potenciará a interacção com um público mais infantil”

No dia 3 de Março, a Paisagem Protegida da Serra do Açor (PPSA) comemorou o seu 41.º aniversário, num dia em que, como recordou a directora do Departamento Regional de Conservação da Natureza e Biodiversidade do Centro, Anabela Simões, celebrou-se também o Dia Mundial da Vida Selvagem, considerando por isso que “este foi o local perfeito” para comemorar este dia, já que é detentor de “uma vida selvagem riquíssima, que é tão importante para a nossa vida, para a nossa sobrevivência”.

E depois de dar as boas-vindas ao presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, presidente da Junta de Freguesia de Benfeita, José Pinheiro, Professor Doutor Jorge Paiva (grande amante e defensor da Mata da Margaraça) e também aos alunos da Escola Secundária de Arganil, professores, directora do Agrupamento de Escolas, Anabela Soares, “é com muita motivação que sentimos o vosso apoio, acompanhamento e colaboração no desempenho desta missão de conservação da natureza e da biodiversidade, nesta Área Protegida que é uma relíquia na nossa floresta autóctone” e deixando-lhe o pedido “continuem a desenvolver trabalhos connosco”.

Referindo-se ao projecto (dado depois a conhecer pelo presidente da Câmara) de melhoria das condições de visitação da Mata tornando-a “mais apelativa, interactiva, acessível e segura”, Anabela Simões deu a conhecer também que “há um projecto que estamos a desenvolver, há três anos, de restauro da área ardida da PPSA, no qual também foram contempladas acções para a melhoria da visitação, nomeadamente a aquisição de uma mesa interativa” e que, na sequência de um protocolo estabelecido com o Agrupamento de Escolas de Arganil, “um aluno desenvolveu a sua prova de aptidão construindo os conteúdos para esta mesa interactiva” e que é o Eduardo Mourão, aluno do 12.º ano do curso Técnico de Multimédia da Escola Secundária de Arganil.

Criação de uma mascote, designada de “GuardAçor” e que “potenciará a interacção com um público mais infantil”

E ao dar a conhecer a aplicação interactiva sobre a Mata da Margaraça que está a desenvolver no âmbito de uma prova de aptidão profissional, Eduardo Mourão explicou que o seu projecto consiste numa “estratégia de comunicação interativa da Mata da Margaraça”, que engloba a criação de uma mascote, designada de “GuardAçor” e que “potenciará a interacção com um público mais infantil”, bem como uma aplicação interativa, que poderá ser consultada na Mata da Margaraça, que dará “a possibilidade aos visitantes de descobrirem um pouco mais sobre esta Paisagem Protegida”, conhecendo “a fauna e flora aí existente”, através também de fotografias e vídeos.

Além de tudo isto e no dia em que comemorava o seu 41.º aniversário, a Paisagem Protegida da Serra do Açor não deixou de receber também, como “prenda”, o novo projecto de melhoria das condições de visitação “mais apelativa, interactiva, acessível e segura”, dado a conhecer pelo presidente da Câmara Municipal, que tem um investimento de 158.894 euros e conta com o financiamento do Fundo Ambiental, no valor de 150.000 euros e que, durante este ano, vai ser implementado pelo Município, no Centro de Interpretação, na Mata da Margaraça, e que tem como propósitos “melhorar o ordenamento do espaço e o cumprimento das regras de circulação, através do reforço da sinalética informativa e direccional e da criação de zonas de interdição; melhorar a qualidade da informação disponibilizada ao visitante sobre o valor do património natural presente na PPSA; sedimentar e qualificar a oferta turística do concelho de Arganil e da região, no que diz respeito ao Turismo de Natureza”.

Para isso e como referiu Luís Paulo Costa, estão previstas várias acções que passam pela “reabilitação da Casa Grande, da Casa da Eira e da Casa da Fraga da Pena”, assim como pela “reabilitação de percursos pedestres e caminhos e melhoria das condições de acessibilidade”, para além do “fornecimento e instalação de sinalização vertical direccional rodoviária”, sublinhando ainda que “a PPSA faz parte da Reserva Biogenética do Conselho da Europa” e que é “um espaço muito significativo do ponto de vista, não apenas da paisagem, mas da biodiversidade” e, embora “sendo uma tutela do Estado, através do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), tem agora também uma participação mais activa das entidades locais e, particularmente, da Câmara Municipal, no âmbito de um modelo designado de co-gestão e, nesse modelo de co-gestão, foi possível montar uma candidatura que tem em vista criar e dotar outras condições para aquilo que tem a ver com a visitação, com a interpretação da vida da Paisagem Protegida da Serra do Açor”.

Casa Grande “tem uma localização extraordinária e que tem um papel de Centro Interpretativo muito importante” e que “queremos dotar com melhores condições, quer do ponto de vista visual, quer interpretativo”

No âmbito desta candidatura, efectuada em articulação com o ICNF e que já foi aprovada, “vamos levar a efeito um conjunto de pequenas intervenções no espaço da PPSA”, disse o presidente da Câmara, referindo que “uma das mais críticas tem a ver com o espaço da Casa Grande, que tem uma localização extraordinária e que tem um papel de Centro Interpretativo muito importante, mas que queremos dotar com melhores condições, quer do ponto de vista visual, quer interpretativo” e onde, apesar de irem ser feitas “pequenas intervenções de construção civil”, o que “tem mais impacto serão os conteúdos, os novos meios que vamos ter disponíveis”.
“Depois, temos a Casa da Eira e a Casa da Fraga da Pena, dois edifícios que estão no meio da Mata que estão, efectivamente, em condições de avançada degradação, por falta de manutenção ao longo dos anos, nesta intervenção”, considerou Luís Paulo Costa, e que vão ser alvo de “pequenas intervenções, sem adulterar a arquitetura tradicional, mas preservando aquilo que é também uma memória viva do nosso espaço, da Mata, mas também da arquitectura que tínhamos aqui na região com carácter ancestral”.

Mas ainda segundo o presidente da Câmara, também “há uma outra componente que é muito significativa que tem a ver com os percursos de visitação” e que, para além da melhoria desses percursos, “há um outro aspecto que pretendemos resolver que tem a ver com a mobilidade condicionada das pessoas e refiro-me, em concreto, ao acesso à Fraga da Pena, um local de visitação com um nível de atractividade muito grande, mas que não permite que as pessoas com mobilidade condicionada possam ir até aquele espaço”, considerando que “esta pequena intervenção vai permitir alargar um pouco o espaço da levada e com as lajes que estão sobre a levada será possível as pessoas com mobilidade condicionada irem até junto da cascata”, ao mesmo tempo que “também pretendemos melhorar aquilo que tem a ver com a sinalética própria deste tipo de espaços de Áreas Protegidas”, uniformizada e a implantar, em todo o seu perímetro, nos nós rodoviários de acesso à Serra do Açor.

O Professor Jorge Paiva (cuja acção na defesa da Paisagem Protegida da Serra do Açor foi enaltecida, reconhecida e destacada por Anabela Simões e por Luís Paulo Costa), deu depois (mais) uma interessante aula de campo aos alunos presentes da Escola Secundária, encerrando as comemorações com um apontamento musical pelos alunos do Pólo de Música de Arganil do Conservatório de Coimbra e com os parabéns pelos 41 anos da Paisagem Protegida da Serra do Açor.

Na parte da manhã e à margem do programa, os alunos do Jardim de Infância e da EB1 de Arganil tiveram a visita do Prof. Dr. Jorge Paiva, que abordou o tema da Biodiversidade e da importância da Paisagem Protegida da Serra do Açor para o ambiente e para a região.