Fundada a 1 de Dezembro de 2011, a Associação de Combatentes do Concelho de Penacova continua à espera que lhe seja atribuído um espaço onde possam instalar a sede.
Este é um objectivo que, por agora, mais não é do que (…) «uma promessa que já vem do mandado autárquico de Humberto Oliveira» que foi recorde-se, presidente da Câmara Municipal de Penacova durante 12 anos (entre 2009 e 2021).
É, pois, o sentimento manifestado por António Silva no decorrer da assembleia geral da Associação que se realizou este domingo, na Quinta da Nora (Miro), e onde, para além do Relatório de Contas (aprovado por unanimidade) – e cujo resultado ascende a 3 mil euros – o presidente da Direcção manifestou que para garantir o futuro – sobrevivência das associações de combatentes – têm que associar os filhos e os netos dos militares, porque (…) «a cada ano que passa somos menos», constatou.
Foi também o momento para prestar informações da última reunião da Federação Portuguesa das Associações de Combatentes (FPAC) que teve lugar no passado sábado, em Tondela.
Lembrando que os últimos dados conhecidos apontam para a existência de 450 mil antigos militares vivos, e destes, 350 mil receberam o Cartão de Combatente, António Silva ironizou: «Quando formos menos, talvez alguém se lembre – que faça um brilharete – e dê qualquer coisa, porque depois já somos menos».
Dando informações relativas à actividade da FPAC, salientou que esta continua a ter reuniões com o Governo no sentido de obter (…) «mais regalias» e, consequentemente a revisão do Estatuto do Combatente, nomeadamente no que diz respeito às taxas moderadoras.
Mas os combatentes querem mais. Lembrando a disparidade entre os grandes centros urbanos, nomeadamente Lisboa e Porto – onde os combatentes beneficiam de descontos nos transportes – António Silva informou que as reivindicações/exigências da FPAC junto do Governo, passam por ser atribuído o desconto de 25% nos transportes públicos (em qualquer zona do país); bem como no apoio judicial, onde pretendem que haja isenção de custas em eventuais processos que envolvam os antigos militares.
Reconhecendo que o Governo não poderá “acudir” a todas as reivindicações, o presidente da Associação de Combatentes do Concelho de Penacova assegurou aos presentes que (…) «temos que nos virar para as Câmaras Municipais», desde logo com a (…) «redução do IMI e do IRS».
António Silva apresentou um Plano de Actividades “minimalista” muito pelo facto a Associação não dispor de uma sede onde possa organizar a sua actividade administrativa (…) «tem limitado de forma feroz a vida da nossa Associação», mas, e apesar disso, deu nota que durante o ano de 2023 pretendem manter o “apoio estruturado aos associados na resolução dos seus problemas”; organizar o passeio anual, a ter lugar nos dias 16 e 17 de Setembro”; “obter da Câmara Municipal bandeiras portuguesas para usar sobre a urna nos funerais de antigos combatentes”; “perspectivar a obtenção de uma sede – proceder ao seu apetrechamento e organização”; “organizar e actualizar o ficheiro de associados”; “participar activamente nos eventos e nas reuniões organizadas pela Federação e pelas associações congéneres”; e “promover e dinamizar a inscrição de novos associados”.
Recorde-se que na vila de Penacova, e antes da realização da assembleia geral, foi prestada uma singela homenagem junto do monumento evocativo a todos os combatentes do concelho que tombaram nos diversos cenários de guerra – Guiné (7) | Angola (9) | Índia (2) | Moçambique (2) – tendo sido guardado um minuto de silêncio e colocado um ramo de flores por parte de António Vasconcelos, presidente da Associação de Combatentes de Arganil, e à qual se associou a Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar (Tondela).