PS de Arganil vota contra Grandes Opções do Plano e Orçamento do Município para o próximo ano

PS de Arganil vota contra Grandes Opções do Plano e Orçamento do Município para o próximo ano

Em conferência de imprensa, o Partido Socialista deu a conhecer a sua posição em relação à proposta das Grandes Opções do Plano e Orçamento do Município de Arganil, apresentadas pelo executivo camarário.

Propostas que o vereador socialista, Miguel Ventura, votou contra, porque “não no revemos na essência destas propostas, não sendo este o nosso Plano e o nosso Orçamento“, justificou. Mesmo apesar de ser “característica da nossa actuação fazermos uma oposição construtiva e responsável, de alertar para questões mais adequadas e fazer propostas alternativas que venham de encontro aos anseios dos arganilenses”, disse.

“Algumas tem sido acolhidas, outras não têm merecido essa aceitação. Respeitamos. Estamos na política com base no respeito pela diferença de opiniões e visões sobre o desenvolvimento do nosso concelho”, considerou o vereador socialista, sendo ainda de opinião que as populações deveriam ser ouvidas, ter maior participação na elaboração dos documentos tão importantes como o Orçamento e o Plano do Município e “o executivo não está a caminhar nesse sentido”.

Por isso e justificando o voto contra, Miguel Ventura disse que “de uma análise aos elementos que integram as GOP e o Orçamento, constatamos que estas vêm confirmar as preocupações que temos manifestado quanto às consequências financeiras dos fortes investimento do Município nos últimos anos”, sendo que o aumento das despesas correntes em 2,9% reflectem os custos inerentes à manutenção de uma crescente rede de infraestruturas e equipamentos, decorre do custo com o funcionamento das instalações da antiga Cerâmica Arganilense”.

“Falharam por completo os rendimentos previstos. E isso preocupa-nos”, referiu Miguel Ventura, para dizer depois que “o investimento tem uma quebra de 30% em relação ao Orçamento para 2012, com um corte de aproximadamente de 2,9 milhões de euros”, estando ainda incluído neste valor das despesas de capital cerca de 940.000 euros, entre encargos e amortizações dos empréstimos que representa um aumento de 25% em relação a 2012”, ou seja, “para efectiva aplicação em investimento está disponível um montante de 5,5 milhões de euros, o que implica um novo adiamento de intervenções essenciais ao desenvolvimento do concelho”.

No que se refere ao lado da receita, o vereador socialista disse que “o aumento de 20%, cerca de mais de 160.000 euros, na previsão de arrecadação do IMI em relação a 2012” vem demonstrar que o PS tinha razão que havia margem para uma maior redução nessa taxa e consequentemente aliviar um pouco mais os municípes, dado que são os que mais vão sofrer com esse pagamento, concluindo que pela análise das GOP “ que continuam a ser previstos investimentos, cuja intenção de realização vem sendo manifestada há alguns anos, não havendo garantia da sua concretização no próximo ano”.

Referindo-se ao Orçamento, Miguel Ventura disse que é “novamente marcado pelos adiamentos, mantendo-se os apoios às corporações dos Bombeiros do concelho sem que esteja “qualquer verba adicional para a apoio à aquisição de uma viatura de combate a incêndios por parte dos Bombeiros de Coja” para substituir a ardida no incêndio do Barril de Alva. “A área social não tem correspondência financeira que se exige num momento de grave crise económica e social”, ficando as IPSS sem condições de concretizar as iniciativas previstas que são fundamentais para qualificarem os serviços que prestam e aumentarem as suas capacidades de resposta”, reconhecendo por isso que face ao momento que se vive, “devemos implementar medidas inovadoras e encontrar novas prioridades para a intervenção municipal”, tornando realidade as Comissões Sociais de Freguesia.

E depois de deixar uma palavra positiva em relação ao investimento previsto no sector da educação “em cuja intervenção nos revemos”, o vereador socialista disse que a outro nível aguardam se será uma realidade no próximo ano a requalificação do Paço Grande “ou mais um projecto adiado como tem sido o Teatro Alves Coelho”, considerando mesmo que a situação em que se encontra este edifício “é uma ofensa à memória doa arganilenses que teimosamente carregaram as pedras para a sua construção”.

Congratulando-se pela proposta de requalificação do antigo quartel da GNR para acolhimento das associações culturais, Miguel Ventura disse esperar que “tal se concretize e venha a ser uma realidade em breve”, estando ainda em querer e porque não tem tradução orçamental para 2013, “que o Museu do Rali a implementar na antiga Cerâmica não passará de um sonho e apenas um desejo”.

Críticas à aquisição dos terrenos no Sub-Paço, cujo investimento “era fundamental para colmatar lacunas que consideramos de maior prioridade”, como considerou o vereador socialista, também ao sector do Turismo “que deveria constituir-se como um importante instrumento de dinamização do sector”, como a beneficiação de praias fluviais, aproveitamento da albufeira das Fronhas, defendendo o PS a criação de uma via pedonal e para bicicletas na Vale do Alva.

Também a merecer críticas por parte dos socialistas “a falta de um olhar diferente – nos documentos aprovados pela maioria – para o tecido económico”, ajudando os empresários a ultrapassarem as dificuldades”, demonstrando precisamente o contrário e revelando que “a economia e o emprego não fazem parte das prioridades deste executivo”, entendo por isso a concluir “que mais poderia e deveria ser feito, nomeadamente ao nível da solidariedade do Município para com as pessoas e instituições da sociedade civil que são importantes parceiros e desenvolvem uma acção meritória a nível local. (…) As pessoas e os seus verdadeiros problemas deveriam merecer outra preocupação por parte da Câmara Municipal”.

 

 

J. M. CASTANHEIRA