RÁDIO CLUBE DE ARGANIL: «A Voz da Beira Serra» respira saúde e celebra 35 anos de vida

São 35 anos ao serviço da Beira Serra que a Rádio Clube de Arganil leva no bornal, cuja antena, designada «A Voz da Beira Serra», continua a levar vida por esta vasta região, quiçá do país e do mundo, proporcionando ar fresco às populações mais envelhecidas espalhadas por essas aldeias quase desabitadas e onde a solidão é o prato de cada dia, recheado de boa simpatia e ótima solidariedade, pois como refere o seu presidente, Jorge Matos Silva, «hoje temos uma rádio que é reconhecida a nível nacional como uma referência das rádios rurais do interior», tanto mais integrando agora a assembleia geral da Associação Portuguesa de Radiodifusão, que é um reconhecimento bem claro e merecido.

No passado dia 31 de Março, realizou-se a assembleia geral, no edifício da Casa da Cultura, e sob a presidência do seu titular, Miguel Ventura, perante alguns cooperantes, afirmou que «seria bom ter aqui mais calor humano, mas em contrapartida, se houvesse qualquer problema a denegrir a vida da Rádio, a plateia, de certeza, estaria mais bem composta».

Durante a sessão foram apresentados e votados o Plano e Orçamento de 2022 e o Relatório e Contas de 2021, que por causa da pandemia, não permitiu a realização dos convívios, que gerem sempre significativa receita, nem tão-pouco o aumento da prestação de serviços e por via desta situação não conseguiu evitar um resultado negativo de 14.133,03 euros, mas a estrutura financeira, como reza o parecer do conselho fiscal, através da voz do seu presidente, Manuel Ventura Fernandes, «continua consolidada e estabilizada com o aumento do capital em 8.634 euros» e examinando as demonstrações financeiras da Cooperativa, elas compreendem o balanço em 31 de Dezembro de 2021, que totaliza 84.590,10 euros de Activo; 8.724,68 euros de Passivo corrente; e 75.865,42 euros de Capital Próprio, incluindo este.

Sobre as contas, Ercílio Contente, como é seu apanágio, deu os devidos esclarecimentos sobre um trabalho que vem fazendo desde há anos, bem elaborado e que todos ficam a saber em concreto cada uma das ações financeiras realizadas.

Para o presidente da Rádio, Jorge Silva, que há 25 anos se encontra à frente dos destinos d’«A Voz da Beira Serra», como presidente (15 anos) e vice-presidente (10 anos), e que sabe quanto é toda esta envolvente da Rádio, referindo também que toda esta movimentação se deve «ao profissionalismo das nossas funcionárias e colaboradores», sente-se feliz porque não existem dívidas à banca, a particulares ou a funcionários, nem a fornecedores, nem ao Estado e setor público.

Mas a modernidade e a tecnologia não adormecem

Apesar das dificuldades atrás referidas, porém, há uma preocupação constante na aquisição ao nível dos equipamentos de estúdio, de emissão ou de reportagem, pois foi adquirido um novo emissor para o Centro Emissor do Piódão, no valor de 2.191 euros; Instalação de nova antena de feixe na Aveleira, no valor de 383 euros; Aquisição à empresa Sitemaster de uma nova mesa de mistura no valor de 4.589 euros, acrescidos de 216 euros; aquisição à mesma empresa, de um novo braço de microfone no valor de 542 euros, não falando na reparação de aparelhos. Mas as melhorias não acabam, porque para 2022, em termos de apetrechamento, estará programada a modernização do Estúdio 2 e a ampliação da Discografia.

Em termos de atividades para o ano de 2022, «A Voz da Beira Serra» estará em todas as frentes, como sempre esteve, sendo considerada «como rádio oficial dos eventos».

Rádios locais só são lembradas em tempo de eleições

Embora as rádios locais sejam um instrumento importantíssimo na efetivação de um importante serviço público, e devido às fracas receitas publicitárias, elas deviam ter mais atenção por parte do Estado, porque são lembradas aquando da realização de eleições, mas somente nas autárquicas, porque nas legislativas, presidenciais ou europeias, em tempos de antena, são relegadas, pois só têm direito em receber em quatro anos, 6.885 euros, quando poderia receber quatro vezes mais, ou seja, 26.000 euros. A título de exemplo, no mês de Novembro de 2021 foi revelado que o Estado distribuiu campanhas no valor de 5.364.251 euros, dos quais apenas 861.343 euros chegaram às rádios locais, mas no caso da Rádio Clube de Arganil nada chegou.

Em nota final, o presidente Jorge Silva deixa uma referência merecida aos ouvintes, «porque são eles que diariamente fazem desta estação uma das rádios locais de maior audiência e com a projeção ímpar sem igual nesta vasta região do país, já ultrapassando as fronteiras da Beira Serra, sendo ouvida em todos os continentes, nomeadamente pela comunidade beirã espalhada pelo mundo». Não esquece todos os que, de uma forma ou de outra, elevam a Rádio Clube de Arganil, quer os que trabalham no interior, quer no exterior e por isso, «com o presente Plano de atividades continuaremos a dignificar esta emissora, levando bem longe A VOZ DA BEIRA SERRA.