
Começa hoje, 15 de Maio, a edição de 2025 do “Vodafone Rally de Portugal”, com quatro dias de emoções ao rubro e muito espectáculo protagonizado pelas 95 equipas inscritas – 13 das quais portuguesas – sendo esperados como habitualmente, muitos milhares de espectadores espalhados pelas 24 classificativas do Centro e Norte do país.
Assim, às 8H01 cumprem-se os os 5,72 km do “Shakedown” de Baltar, e ao fim da tarde, pelas 19H05, os bólides fazem a PEC1 – SSS Figueira da Foz, com 2.94 km.
Amanhã, dia 16, Mortágua, Lousã, Góis, Arganil voltam a encher-se de aficionados da modalidade, para assistirem aos míticos troços (ver mapas) que desde há muito considerados “o coração” do Rally de Portugal, este ano com a inclusão dos troços de Águeda/Sever (PEC 10 | 15.08 km) e Sever/Albergaria (PEC 11 | 20.24 km).
Sábado as equipas rumam a norte onde ficam até domingo, para cumprirem mais 13 provas especiais de classificação, estando marcado para as 13H15 a PEC 24 – Fafe 2 (Power Stage) com 11.18 km.
Recorde-se que o WRC Vodafone Rally de Portugal 2024 teve um impacto económico estimado de 183,3 milhões de euros, mais 18,6 milhões (11,29%) em relação a 2023, tendo reforçado o relevo de Portugal como destino de referência do automobilismo mundial.
O evento gerou 93,67 milhões de euros em despesa directa por parte dos adeptos, equipas e organização nas regiões, sendo que 36% foram provenientes de visitas estrangeiros, dos quais 25% visitaram pela primeira vez o país.
Ao longo dos quatro dias, a prova atraiu cerca de 1,2 milhão de assistências e a estadia média de 2,9 noites (3,2 noites para turistas estrangeiros) superou os valores habituais das regiões Norte(1,9 noites) e Centro (1,8 noites), contribuindo para a redução da sazonalidade do turismo e o prolongamento do impacto económico para além dos dias do evento.
Em termos de receita fiscal, o Estado arrecadou 22,6 milhões de euros, dos quais 13,6 milhões resultaram do IVA e 9 milhões do ISP. Esta verba representa 24,1% do impacto económico directo do evento, evidenciando a sua importância para a economia nacional.
(*) com Automóvel Clube de Portugal (ACP)
Sabia que…
O Vodafone Rally de Portugal, hoje o maior evento de desporto automóvel realizado em Portugal, deu os seus primeiros passos como uma prova fechada e direccionada apenas para os funcionários da Transportadora Aérea Portugal (TAP). Após seis edições recheadas de sucesso, o engenheiro Vaz Guedes, presidente da TAP na altura, decidiu que em 1967 se iria disputar a primeira edição internacional da prova que o Grupo Cultural e Desportivo da TAP organizara desde 1963.
Nasceu assim o I Rali Internacional TAP, organizado pelo Grupo Cultural e Desportivo da TAP. Atraídos pela dureza e competitividade logo na sua terceira edição, a prova registou um recorde de inscritos: 190 inscritos. Em 1970, o Rali Internacional TAP integrou o primeiro campeonato internacional, o Campeonato da Europa de Ralis, para 3 anos depois subir ao escalão principal dos ralis mundiais.
Após as duas primeiras edições mundiais da prova, surgiu a mudança de organizador e de patrocinador principal. O Automóvel Club de Portugal passa a ser o organizador e o Instituto do Vinho do Porto, o principal patrocinador da prova, passando a designação a ser Rally de Portugal Vinho do Porto – esta foi até hoje a mais longa associação de um patrocinador principal à prova, cuja duração foi de 19 anos.
A década de 70 foi marcada pela preeminência de uma só figura: Markku Alén. O piloto finlandês era uma verdadeira antítese, pois balançava a jovem idade com a sabedoria e a tácticas de um veterano. Teve no ano de 1975 a sua primeira vitória no Campeonato do Mundo de Ralis e no Rally de Portugal – voltando a repetir o feito em 1977, 1978 e depois em 1981 e 1987.
O sucesso da prova era evidente. No final da década de 70, e início da de 80, o Rali recebeu por cinco edições consecutivas – de 1976 a 1980, e depois em 1982 – o título de melhor Rali do Mundo. Estes foram sem dúvida tempos de ouro para a competição internacional, com vários momentos que marcaram para sempre o Rally.
O Rally, com o passar do tempo, tornou-se num feudo para a Lancia, com diversas vitórias entre 1987 e 1992. Em 1994, a TAP, que fora substituída pelo Vinho do Porto como principal patrocinador da prova, voltou a dar nome à competição que, pela última vez, teve como porto de partida e de chegada o Estoril. No ano seguinte, devido essencialmente a novos regulamentos internacionais, o rally passou por uma mudança estrutural: pela primeira vez, ao fim de quase três décadas, a prova mudou-se para a Figueira da Foz, cidade que ficava mais perto das míticas especiais de Arganil, Fafe e Ponte de Lima.
Em 1996, o português Rui Madeira contabilizou a primeira vitória nacional em dez anos. O piloto de Almada entrou num verdadeiro duelo luso-belga, com alternâncias no comando, até que Freddy Loix sofreu um furo na parte inicial da prova. A partir daquele momento, foi apenas uma questão de gestão da prova até Madeira garantir a vitória.
Após três anos na Figueira da Foz, em 1998, o quartel-general da prova mudou-se para a Exponor, em Matosinhos, e decorreu, pela primeira vez, sem o seu mentor, Alfredo César Torres, que havia falecido meses antes em Londres. Apesar da sua ausência, a qualidade do Rally manteve-se intacta, tendo registado uma das batalhas mais memoráveis da sua história: Colin McRae vs. Carlos Sainz.
O Rally recebera a distinção em 2000 de “Rali com Melhor Evolução do Ano”, mas as condições climatéricas incrivelmente hostis tornaram-no cada vez mais duro para os anos seguintes. A vontade de levar o Campeonato do Mundo a outras paisagens não coadunava com esta realidade que se vivia em Portugal; tal desencontro, entre outras razões, contribuiu para que a prova portuguesa fosse excluída do calendário da WRC pela Federação Internacional do Automóvel em 2002.
Após 3 anos em Trás-os-Montes, e cumprindo uma das promessas eleitorais do novo presidente do clube, Carlos Barbosa, e da sua equipa (…) com o reconhecimento do excelente trabalho desenvolvido, seis anos depois, a prova voltou ao principal campeonato de ralis do mundo. E desde então que o Rally de Portugal tem um lugar fixo no calendário do WRC.
De 2007 a 2014, a prova foi recebida no Algarve, com algumas passagens pelo Baixo Alentejo. Estes foram anos de várias relevações para o WRC: foi por esta altura que o francês Sébastien Ogier começou a dar os primeiros passos no Campeonato do Mundo, conquistando em 2010 a primeira de muitas vitórias – o piloto repetiu o feito depois em 2011, 2013 e 2014.
Inesquecível foi também o grave acidente de Jari-Matti Latvala, que, em 2009, “mergulhou” num abismo de 150 metros, saído ileso graças às atuais condições de segurança dos carros.
Depois de várias edições de sucesso no sul do país, em 2015 o Vodafone Rally de Portugal seguiu caminho para o norte, oferecendo às atuais estrelas do WRC a oportunidade de sentirem na pele uma completa mudança de cenário, mas com as emoções e exigências habituais que tornaram mítica a actual prova do ACP.
Desde então impera sempre a mesma premissa: desde 2015 que todos os vencedores têm sido diferentes – muitos deles vencedores pela primeira vez. Ogier igualou o número de vitória de Alén, quando em 2017 conquistou a quinta vitória da carreira em terras nacionais. Foi nesse mesmo ano que o Rally assinalou o 50.º aniversário, naquela que acabou por ser uma edição memorável da prova portuguesa.
Em 2020, pela primeira vez desde a sua primeira edição em 1967, o Vodafone Rally de Portugal não se realizou. O cancelamento adveio da pandemia provocada pela COVID-19, recorde-se.
SUSPENSÃO DE TRÂNSITO – Entre as 5 horas
de hoje (15 de Maio) e as 19 de amanhã (16 de Maio)
Arganil
Condicionado: Entre a rotunda do Parque Verde Urbano do Sub-Paço e a Rua Dr. Alberto Moura Pinto, pela Rua Marinha Afonso
Corte total: Estacionamento do Parque Verde Urbano do Sub-Paço
Folques
Condicionado: Acesso entre o Mosteiro de Folques, Monte Redondo, Salgueiro e Bocado
Corte total: Entre o Mosteiro de Folques e o Alqueve
Cepos
Condicionado: Intercepção do CM 1440 com a EM 508 (acesso à ZE 15)
Corte total: EM 544 em direcção a Cepos | EM 543, entre Cepos e Teixeira/Porto Castanheiro | EM 508 (na intercepção com a EM 543 e o alto de Parrozelos)
Benfeita
Condicionado: Entre Vale do Carro » Esculca » Luadas » Benfeita
Corte total: Senhora das Necessidades » Sardal
Coja
Condicionado: Entre o Salgueiral e o Alqueve / Mosteiro de Folques
(Os condicionamentos de trânsito estarão devidamente sinalizados nos locais | Os transportes públicos/trabalhadores e residentes terão acesso às vias interditas mediante apresentação de comprovativo de morada às forças de segurança)
Onde ver pela TV
A SPORT TV vai transmitir todo o Rally de Portugal em directo. A televisão publica (RTP) num dos maiores, senão o maior evento desportivo em Portugal neste ano de 2025, transmite apenas 4 especiais, com a “Power Stage” também a ser transmitida pela RTP2.
Quinta-feira, 15 de Maio
SS1 Figueira da Foz: 19h00 – 19h57
Sábado, 17 de Maio
SS18 Lousada: 19h00 – 19h57
Domingo, 18 de Maio
SS21 Fafe 1:08h30 – 09h30
SS24 Fafe 2 “Power Stage”: 13h10 – 14h30
SS2/09 – Mortágua
Horário – 1.ª passagem às 07:35 | 2.ª passagem às 17:05

Para a edição de 2025, Mortágua viu renovado o seu percurso, tendo agora o seu final mais junto à vila sede do concelho. O desafio passa por um selectivo percurso que goza de um irrepreensível e rápido piso junto aos eucaliptais tão característicos desta região.
SS3/6 – Lousã
Horário – 1.ª passagem às 09:05 | 2.ª passagem às 13:05

Depois de uma ausência de mais de vinte anos, o Rally de Portugal regressou em 2019 à Serra da Lousã. Em 2025 os concorrentes têm pela frente o já tradicional traçado estreado há seis anos, que se desenrola numa densa zona florestal, com uma progressão muito técnica e selectiva, consagrando a naturalidade e dureza do cenário beirão. O troço culmina com a espectacular descida composta por inúmeros ganchos, terminando às portas da vila da Lousã.
SS4/7 – Góis
Horário – 1.ª passagem às 09:53 | 2.ª passagem às 13:53

O troço de Góis manteve o espectacular percurso estreado em 2024. As exigências do rápido percurso não deixarão margem para erros nem contemplação das deslumbrantes paisagens. O já tradicional gancho do Sobral marca a descida final proporcionando um “frissom” adicional aos pilotos do WRC.
SS8 – Arganil
Horário – 1.ª passagem às 10:41 | 2.ª passagem às 14:41

Intenso, diversificado em ritmo e cadência, um local onde a emoção e o perigo iminente percorrem de mãos dadas as encostas da serra do Açor. Apesar de os padrões atuais de segurança obrigarem à colocação de railes de protecção nas zonas mais vertiginosas, este troço não deixará descurar o facto de que um pequeno erro poderá ser fatal para as ambições de pilotos e equipas.