REGIÃO: BALOCAS (Vide – Seia) – “A COMARCA” é mote de exposição na União Progressiva

Pormenor da exposição que pode ser visitada na pitoresca aldeia de Balocas

Ao todo são 12 quadros/painéis – uma pequena parcela de um trabalho que está a ser compilado em forma de livro – que compõem a exposição temporária, reportando 12 temas noticiados pela A COMARCA DE ARGANIL, desde a década de 1920 do século passado até à primeira década deste milénio.

Paulo Martins, da União Progressiva da Povoação de Balocas, por ocasião da inauguração, que decorreu em Julho passado, reconheceu que a exposição só foi possível graças à digitalização das edições de A COMARCA e que (…) «possibilitam fazer uma viagem no tempo pela história» da aldeia.

Valeu para isso o levantamento/pesquisa exaustivo dos artigos do jornal, efectuado pelo baloquense Américo José dos Santos, que, posteriormente, partilhou o resultado do seu trabalho com a União Progressiva. «A curiosidade aguçou-se», acrescenta Paulo Martins, que justifica a iniciativa pelo (…) «sentido de comunidade e entreajuda» que nunca se perdeu (…) «e das ideias passou-se à prática», salienta.

De acordo com o dirigente, a exposição tem como principais objectivos: “Homenagear os homens, as mulheres e as crianças que moldaram esta paisagem” – de Balocas, fica a sensação de ser possível “tocar” no glaciar da Serra da Estrela – e “Demonstrar a toda a comunidade alguns progressos que resultaram do esforço comum”.

Nos 12 quadros/painéis podem ser lidos os contributos de Manuel Dias Mendes, José João Francisco e João Sousa (…) «que tiveram a iniciativa de mandar para o jornal as notícias mais relevantes» de Balocas, tais como: “Epidemia!”, “O Correio”, “A Escola”, “As Fontes – Povo de Cima e Povo de Baixo”, “A Capela”, “Os Justiceiros”, “A Casa da Professora”, “O Telefone”, “A Estrada ‘da floresta’”, “A vida ritmada pelo sino”, “Os pedreiros” e “A Estrada ‘das Pedras Lavradas’.

No decorrer da inauguração os 12 painéis foram explicados minuciosamente pelas historiadoras (filhas da terra) Fernanda e Berlinder, após a qual teve lugar “uma mesa redonda” – em que participaram as historiadoras; Paulo Martins, da União Progressiva; João Arlindo, também historiador (autor do livro “Pelos meandros do xisto”) e amplo conhecedor da história e das “estórias” das gentes de Balocas; e Paulo Mattos Afonso, em representação de A COMARCA – onde foi possível analisar o contributo de todos os baloquenses – ao longo da sua existência – para a edificação e projecção da aldeia de Balocas, localidade pertencente à actual União das Freguesias de Vide e Cabeça (em plena Serra do Açor), no concelho de Seia.

Em relação ao contributo de A COMARCA à localidade e às suas gentes, o representante deste centenário jornal traçou as grandes diferenças entre o passado e o presente no que toca à divulgação noticiosa dos mais relevantes assuntos das localidades, sublinhando que (…) «se há uns anos os jornais tinham um papel preponderante na sua divulgação e chegaram até, sobretudo no caso de A COMARCA – que chegou a ser um periódico trissemanário – a ser considerada “a carta de família”», hoje, com as novas tecnologias – em que tudo está à distância de um “clik” (…) «tudo mudou».

O jornalista salientou que (…) «é urgente que se repense o papel da imprensa regional», aludindo à importância dos “correspondentes”, como no caso de Balocas (e de tantos outros lugares) para a divulgação das notícias (…) «mas torna-se cada vez mais difícil quando, qualquer um, independentemente da sua formação, desde que tenha um simples telemóvel, já é “repórter”!».

Por isso, em nome de A COMARCA DE ARGANIL, para além de agradecer o convite para o jornal se associar às Festas de Balocas, que decorreram no fim-de-semana de 20 e 21 de Julho, o representante deu como garantida a abertura da A COMARCA (…) «para que continue a ter um papel de relevo e a ser um meio de comunicação entre os residentes e a aqueles que por força das circunstâncias, tiveram que rumar a outros lugares», premissa alargada a toda a comunidade
Beira Serra.