REGIÃO: CCDR-CENTRO FINANCIA BEIRA SERRA PELOS INCÊNDIOS DE SETEMBRO Mais de 800 mil euros para os municípios de Arganil, Oliveira do Hospital e Tábua

Momento em que José Francisco Rolo assina o contracto, na presença do Ministro-Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e da presidente da CCDR Centro, Isabel Damasceno – Foto: Cortesia AS BEIRAS

Os presidentes dos três municípios da Beira Serra assinaram no final do passado ano, os contractos de auxílio financeiro, para a reposição e reparação de infra-estruturas e equipamentos públicos municipais de suporte às populações, destruídos pelos incêndios rurais de Setembro de 2024, ao abrigo do Fundo de Emergência Municipal e do Território.

Dos três municípios afectados, Tábua recebe 482.049, 91 euros duma candidatura de 567.117, 54 euros, sendo aquele valor aplicado nas freguesias de Midões, Póvoa de Midões e Tábua e será para ajudar a recuperar as estradas, os caminhos agrícolas e uma zona de lazer na freguesia de Póvoa de Midões.

Segue-se o Município de Oliveira do Hospital, com um apoio de 291.924, 00 euros, que, de acordo com José Francisco Rolo, será aplicado para a recuperação de estradas de ligação, sinalética, caminhos florestais, trabalhos de drenagem e pavimentação nas freguesias de Seixo da Beira e na União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira.

Já a Câmara Municipal de Arganil recebe um financiamento de 31.577,71 euros.

O programa recorde-se, não é comparticipado a 100%, pelo que as autarquias terão de suportar 15% do financiamento.

Sobre os apoios atribuídos, o presidente da Câmara Municipal de Tábua, no início do passado mês de Dezembro, lamentou que os mesmos não tivessem contemplado máquinas e equipamentos que registaram danos no combate às chamas. «Lamentamos que o despacho não tenha previsto os danos em máquinas e equipamentos que estiveram ao serviço dos incêndios. Os danos de cerca de 200 mil euros em equipamentos operacionais não foram ilegíveis», referiu Ricardo Cruz.

Na carta enviada ao ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Castro de Almeida, em finais de Outubro, o autarca dá nota de vários prejuízos em diversos equipamentos utilizados nas acções de combate e rescaldo dos incêndios de 17 e 18 de Setembro, evidenciando que um veículo de intervenção dos bombeiros que arda ou fique danificado no combate aos incêndios terá a verba ressarcida pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, mas, por outro lado (…) «se uma ‘pickup’ da Protecção Civil de Tábua, tractor ou máquina de rasto ficar danificada, como foi o caso, esse mesmo despacho não prevê o seu ressarcimento e ficámos com prejuízos dessa ordem de grandeza».

Ainda segundo o autarca tabuense (…) «o despacho deveria prever a compensação deste tipo de danos, tal como foi acautelado aquando dos incêndios de 2017». «Esse será um acto de reflexão que o Governo terá de fazer, tendo em consideração que ficámos prejudicados e que tal poderá vir a inibir, futuramente, nos meios a colocar na defesa dos incêndios», considerou.

Recorde-se que no distrito de Coimbra, o concelho de Tábua foi o mais afectado pelo incêndio que teve origem em Vale de Madeiros (Nelas – Viseu) atingindo as freguesias de Midões, Póvoa de Midões e Tábua, e durante qual morreram três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha.

Para além dos três concelhos da Beira Serra, foram ainda abrangidos os municípios de Águeda, Albergaria-a-Velha, Carregal do Sal, Castelo Branco, Castro Daire, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Sever do Vouga, Vila Nova Paiva e a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.

Os contractos – cujo montante global ascende a mais de 14 milhões de euros – foram assinados pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, da presidente da CCDR Centro, Isabel Damasceno, e pelo responsável da Direção Geral das Autarquias Locais, numa cerimónia que teve lugar no auditório da CCDR Centro, em Coimbra.