
Na passada quinta-feira, na Cerâmica Arganilense, realizou-se a sessão de assinatura dos protocolos de gestão conjunta de equipamentos para apoio às acções de defesa da floresta contra incêndios, entre a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e as associações de desenvolvimento da região ADESA e DUECEIRA e que, como referiu o vice-presidente da CIM, Raul Almeida, além da presença assídua destas associações, “contribuem diariamente para o aumento da resiliência do nosso território aos incêndios rurais, numa perspectiva de colaboração entre entidades que trabalham para o mesmo fim”.
Por isso e como disse ainda Raul Almeida, “os protocolos que foram aqui hoje assinados pressupõem a partilha de dois equipamentos, nomeadamente um trator de rastos cedido pelo ICNF e que será operado pela CIM RC e pela DUECEIRA, bem como uma máquina de rastos adquirida pela CIM RC no âmbito do projeto FIREPOCTEP financiado pelo programa Interreg Sudoe e que será operada pela CIM RC e pela ADESA” e que “serve, essencialmente, para dar resposta a intervenções localizadas nestas áreas do nosso território, mas servirá também para potenciar a utilização destes equipamentos, dado que actualmente existem dificuldades no recrutamento de operadores”, pelo que “a partilha com estas entidades que têm know-how reconhecido facilitará a sua operacionalidade contínua”, ao mesmo tempo que “queremos com isto beneficiar e abrir o máximo de quilómetros de rede viária florestal e executar o máximo de hectares de faixas de gestão de combustíveis, conferindo segurança aos nossos operacionais, às pessoas e aos seus bens”.
Mas este trabalho e como considerou ainda o presidente da CIM, “obriga a que exista uma enorme articulação e interligação com os Municípios e com o ICNF”, destacando também “a importância dos Gabinetes Técnicos Florestais” e agradecendo à Diretora Regional do ICNF “toda a colaboração e disponibilidade nestas e noutras questões”, sem deixar de referir que “a mecanização dos trabalhos das brigadas de Sapadores Florestais tem sido uma estratégia levada a cabo pelo Governo e pela CIM Região de Coimbra, o que nos permite afirmar hoje que dispomos actualmente de um parque de máquinas com 3 tratores cedidos em regime de comodato pelo ICNF, 1 máquina de rastos, 1 mini-giratória, 1 barco e 1 veículo anfíbio que contribuem diariamente para a implementação de acções que vão desde a beneficiação de rede viária florestal, execução de faixas de gestão de combustíveis, controlo de invasoras, entre outros”.
“Estamos, por isso, convictos que o excelente trabalho desenvolvido pelas nossas brigadas de Sapadores Florestais e por todas as equipas de Sapadores Florestais da região terá potenciado com a utilização de maquinaria pesada, razão pela qual iremos continuar a forte aposta nesta área, aproveitando os fundos comunitários e estes protocolos que estabelecemos com entidades do nosso território”, disse Raul Almeida, sublinhando ainda que “toda esta estratégia de capacitação da região e de trabalho em rede com os Municípios e com os diferentes stakeholders do território foi algo que fomentámos ainda mais no pós-2017 com a elaboração do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas e do Plano Intermunicipal de Gestão de Riscos que elencaram um conjunto de investimentos que hoje estamos a executar com recurso aos fundos comunitários em diferentes áreas, desde a gestão de espécies invasoras, videovigilância florestal, aquisição de equipamentos, fogo controlado, formação, entre outros projetos”, terminando por agradecer “a permanente disponibilidade da ADESA e da DUECEIRA para encontrar as melhores soluções para o nosso território e deixar o nosso compromisso de trabalharmos em conjunto nestas matérias que são de interesse mútuo”.
Como anfitrião, o presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa, depois de dar as boas-vindas ao representantes das entidades presentes, aos autarcas, considerou a sessão “um momento importante para o território que abrange os 19 Municípios da CIM-RC” e mostrou-se convicto de que “estas duas máquinas serão o início de um processo de robustecimento da intervenção destas duas entidades na área florestal deste vasto território”, querendo “acreditar que financiamentos como aqueles que foi possível assegurar para a entrega destes equipamentos estão agora a ter o seu início e serão um caminho a fazer com os Municípios, entidades que fazem a gestão do espaço florestal e estradas florestais” que, como considerou, “são intervenções essenciais ao nível da prevenção dos incêndios”.
O secretário executivo da CIM, Jorge Brito, começou por salientar a “importância capital” que a ADESA e a DUECEIRA “têm no nosso território”, considerando tratarem-se de “duas associações históricas, que são um activo do território e que corporizam aquilo que devemos fazer todos os dias, que é uma gestão de rede com as pessoas e um aproveitamento e optimização dos recursos existentes”, para recordar depois que, em 2017, os dezanove Municípios que constituem esta Comunidade Intermunicipal, “aprovaram para si um instrumento de base, que é o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas, do qual hoje já executámos mais de 10 milhões de euros de acções, (…) um exemplo claro de um instrumento de planeamento” e, no que concerne à maquinaria, disse que, “actualmente, a CIM-RC já possui um parque de equipamentos bastante robusto, tendo sido investidos nos últimos anos perto de um milhão de euros em maquinaria” dos quais “não chegou a 10% o dispêndio dos Municípios”.
Em representação da ADESA, o seu presidente, Jorge Custódio, garantiu que as máquinas da associação “estão sempre disponíveis, não só para os seis concelhos que a integram, mas também para os concelhos vizinhos”, uma vez que “percebemos que só todos juntos podemos fazer mais, proteger e defender ainda melhor a nossa floresta”, enquanto o vice-presidente da DUECEIRA, João Henriques, depois de referir que a associação “tem muitas dificuldades em conseguir capacitar-se ao nível de equipamentos desta dimensão, porque são caros e, por isso, esta é uma oportunidade que nos deixa muito satisfeitos”, .recordou ainda o “papel importante e decisivo” da DUECEIRA na defesa do património comum aos quatro Municípios que a constituem (Lousã, Vila Nova de Poiares, Penacova e Penela) e que é também a floresta, ao nível da defesa e combate aos incêndios”.