REGIÃO: O adeus à “Irmã Sofia”

Sofia Gonzalvo Herrero, mais conhecida por Irmã Sofia, da Congregação das “Hijas de S. José”, foi a enterrar no passado dia 21 de Julho no cemitério de S. Pedro de Alva – Penacova.

Faleceu com mais de 90 anos, parte destes dedicados à Igreja, mas também às comunidades por onde passou.

Que o digam, aqui na nossa região, as gentes de Arganil e Penacova, onde serviu durante várias décadas.

Até 1975 no Hospital de Beneficência Condessa das Canas, pertença da Misericórdia de Arganil e, mais tarde, após a “nacionalização” dessa estrutura, na Fundação Mário da Cunha Brito, após uma curta passagem por Espanha, de onde era natural.

Foi “parteira” e “assistente” de vários médicos-cirurgiões, e por eles reconhecida como profissional competente, num período em que a profissão de enfermagem era incipiente e longe daquilo que é hoje.

Às Irmãs das diversas congregações estava reservado o papel e função de cuidar dos mais frágeis, na doença e no espirito, tarefas que ainda hoje são recordadas pelos mais velhos.

Presentes no funeral esteve a Misericórdia de Arganil, representada pelo seu Provedor, Prof. José Dias Coimbra, e vasta comitiva dessa Instituição.
De igual modo, o Centro Paroquial e Social do Sarzedo, representado pelo Sr. Antonino Bicho, marcou presença.

Ambas as entidades participaram assim, nas cerimónias fúnebres organizadas pela Fundação Mário da Cunha Brito, ali representada por diversos elementos dos seus Órgãos Sociais, sob a égide do Eng. Ernesto Coelho.

José Dias Coimbra, Provedor da Misericórdia, recordou os tempos que a Irmã Sofia “dedicou ao Hospital da Instituição, cujo desempenho sempre foi realçado pelos diferentes médicos que com ela trabalharam.”

No momento da despedida, não quis ainda, deixar de recordar o quanto era “simbólico que tendo estado em Arganil, a Irmã Sofia tenha vindo a terminar o seu percurso pessoal e profissional em S. Pedro de Alva, terra que tem uma ligação muito forte à vila de Arganil, e a quem esta muito deve, designadamente pelo papel de personalidades como o médico Viegas Pimentel, ou o responsável, à data, pelo ensino secundário, Dr. Proença de Figueiredo, tendo este último muito contribuído para o desenvolvimento do ensino secundário em Arganil.”

Quanto ao representante do Centro Paroquial do Sarzedo, Antonino Bicho, foi referido que “ à Irmã Sofia se deveu a criação da sua Instituição, e mais não foi feito porque o Padre Paz não seguiu todos os conselhos que ela lhe deu, sendo ainda, uma mulher que sempre se esforçou para o apoio aos que mais precisavam.”

Por último, o representante da Fundação Mário da Cunha Brito, eng. Ernesto Coelho, agradeceu a presença de todas as Instituições e os seus representantes, para depois recordar “o momento em que se deslocou, em 76/77, à estação de Santa Comba Dão, para recolher a Irmã Sofia e que, a partir desse momento, passou a colaborar com a Fundação e ali terminou os seus dias”.

Salientou ainda, “as inúmeras pessoas que a Irmã ajudou e cuidou, num tempo em que os serviços de saúde e apoio social, como hoje os conhecemos, davam os primeiros passos e tinham enormes lacunas”.

Depois desta última mensagem no adeus à Irmã Sofia, os populares presentes não quiseram deixar de saudar a sua partida, com uma manifestação de agradecimento pela sua dedicação à comunidade.