De sexta-feira a domingo, S. Martinho da Cortiça esteve em festa com a realização da XXXV Feira Franca, mas também honrando o padroeiro e recordando os 400 anos da celebração da primeira missa na igreja matriz, cerimónias presididas pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, ficando ainda marcada pela homenagem póstuma ao antigo presidente da Junta de Freguesia, José Manuel Fidalgo Nogueira, dando o seu nome à antiga Rua do Campo de Futebol (em caixa) e também pelo reconhecimento aos voluntários do piquete de vigilância florestal.
Este ano e pela primeira vez numa tenda gigante, a Feira mesmo apesar do tempo de chuva que se fez sentir, não deixou de contar com a participação de cerca de 60 expositores, das colectividades do Sail, da Sobreira e da Cortiça com a sua (magnífica) gastronomia, com a animação e consequentemente com a visita de muitas centenas de pessoas.
Para esta edição e segundo disse o presidente da Junta de Freguesia, António José Ventura Dias, na sessão solene de abertura do certame, “procuramos reforçar” a aposta no sector do artesanato e da gastronomia”, assim como na “promoção da castanha e jeropiga e preparar uma programação cultural e musical atrativa, (…) consideramos estarem assim reunidas as condições para que a nossa freguesia, seja nestes dias, ponto de encontro e confraternização de todos os sãomartinhenses, familiares e amigos e daqueles que nos visitem”, para salientar ainda que “hoje a Feira Franca é um certame de referência e reconhecido na região, conquistando o seu lugar próprio como uma grande festa da nossa freguesia, projectando-a além dos seus limites geográficos, atraindo muitos visitantes e, dessa forma, galvanizando a economia e a cultura”.
“S. Martinho, tal como o nosso padroeiro é uma freguesia nobre, uma freguesia onde existe um pouquinho de tudo, onde existem os bens e serviços básicos e essenciais para que haja qualidade de vida”, considerou a presidente da Assembleia de Freguesia, Fernanda Pacheco, acrescentando “parece-me que a população esta bastante satisfeita com trabalho realizado pelo executivo da Junta”, que o presidente deu depois a conhecer, “meio do mandato está passado e, chegado aqui, entendo que muita coisa foi feita, mas muita há por fazer”, apelando por isso ao presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, “os sãomartinhenses há muito que esperam e anseiam pelo alcatroamento da Rua da Fábrica da Resina, da Rua da Quinta Velha no Vale Matouco, da Rua Vale da Cuba, da rua de acesso à piscina, da Rua dos Covões nas Fronhas, da Rua do Cabeço em Sail, do acesso e aldeia do Vale de Espinho e a finalização do saneamento da Rua da Fonte, em Sail”.
E além de “mais objectivos no horizonte”, António Ventura Dias disse ainda “temos um sonho, uma promessa que gostaria de ver realizada no meu mandato”, que é “um novo acesso, com características para a circulação de veículos nos dois sentidos, à Extensão de Saúde, cemitério e Centro Cultural”, mas além disso “senhor presidente Luís Paulo Costa, queremos mais, necessitamos do seu apoio para a divulgação e dinamização turística da nossa freguesia inserida num projecto turístico abrangente do baixo concelho, incluindo a freguesia vizinha de Pombeiro da Beira, ajudando a criar condições atractivas e sustentáveis”, associando-se assim ao “compromisso do meu executivo e, em conjunto e dentro das competências e obrigações instituição próprias de cada um, continuarmos empenhados em tudo fazer”, para que S. Martinho da Cortiça, seja “uma freguesia moderna, dinâmica e próspera”.
Presidente da Câmara deixou o compromisso de “continuarmos a trabalhar em prol do concelho e da freguesia de São Martinho da Cortiça”
O presidente da Câmara Municipal, depois de considerar que a Feira Franca que é “sempre de um momento de afirmação da freguesia e das suas gentes e, naturalmente, do nosso concelho naquilo que são os aspectos que caracterizam estas gentes, que têm uma componente de tradição, mas também de dinamismo, de inovação e principalmente uma grande capacidade de trabalho e de resiliência”, recordou “os investimentos sem paralelo” que tem sido feitos e “o sentimento do dever cumprido mas que não nos deixa satisfeitos, (…) temos a noção do que temos para fazer”, reconhecendo de entre outras, a necessidade de conforme o pedido deixado pelo presidente da Junta, se alargar a via de acesso à Extensão de Saúde, cemitério e Centro Cultural, adiantando que para isso irá ser feita a devida avaliação para ver se essa obra será viável ou não, “depois de termos o estudo prévio, veremos se será ou não viável, quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista financeiro”, terminando por deixar o compromisso de “continuarmos a trabalhar em prol do concelho e da freguesia de S. Martinho da Cortiça”.
Homenagem póstuma ao antigo presidente de Junta, Manuel Fidalgo
Na sessão solene de abertura da Feira, momento emocionante quando o presidente da Junta de Freguesia, António José Ventura Dias, disse que “chegou o momento de recordar com estima Manuel Fidalgo, que nos deixou no dia 18 de Março deste ano, (…) companheiro, amigo, com muitos anos da sua vida dedicados à política local e à nossa Freguesia, fazendo parte de vários executivos e sendo presidente de Junta entre 2017 e 2020”, pedindo em sua memória um minuto de silêncio.
“Manuel Fidalgo, (…) sem olhar a cores políticas, serviu toda a população com a mesma atenção e dedicação. Por esse motivo, como reconhecimento da sua dedicação à causa pública, os executivos da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia decidiram homenagear e atribuir o seu nome à rua de acesso ao Pavilhão Gimnodesportivo, Escola EB 1 e piscina, finalizando na estrade de acesso ao Carapinhal”, disse ainda António José Ventura Dias.
“Foi um verdadeiro companheiro, um cidadão entregue àquilo que era a causa pública, com um jeito de ser muito estimulante e peculiar que fazia com que todos nós tivéssemos por ele grande estima e consideração”, salientou também o presidente da Câmara Municipal, referindo ainda que pretendiam ter efectuado esta consagração ainda em vida, mas tal não foi possível, “não esperávamos que as coisas acontecessem tão rapidamente, porque era nossa pretensão fazermos esta homenagem em vida e, por isso, é uma angústia que fica dentro de nós, pois infelizmente já não o conseguimos fazer”, deixando uma palavra de “conforto” à família e considerando que “esta homenagem é o reconhecimento do que foi o seu trabalho e que perpetuará a sua memória junto de todos nós”.
E no final da sessão e a anteceder a abertura da Feira Franca, foi o descerramento da placa toponímica com o nome de “José Manuel Fidalgo Nogueira”, na presença da viúva, Maria Odete Nogueira, dos filhos, João e Manuela Nogueira, do presidente da Câmara Municipal, presidente da Junta de Freguesia, presidente da Assembleia de Freguesia e mais autarcas, familiares e amigos.