As despedidas são por norma dolorosas, especialmente quando são indesejadas por quem parte e por quem vê partir. Refiro-me, neste caso concreto, à partida do padre João Kakweya, que há três anos apenas foi colocado responsável por esta e mais cinco paróquias do alto concelho de Penacova e, quando estava ainda a meio do seu projeto junto dos seus paroquianos, vai ser levado daqui para as terras do concelho de Pampilhosa da Serra, terra de pampilhos que na Primavera embelezam os campos, pintando-os de amarelo com as suas inúmeras flores, é terra de gente boa, hospitaleira e que sabe receber. É um concelho muito fértil em gente grada, que se tem distinguido nas mais variadas vertentes da vida social e religiosa, pois neste campo já deu muitos padres e até bispos à Igreja Católica.
A notícia da retirada do padre João, caiu entre nós como uma bomba inesperada, logo se iniciou o recolher de assinaturas dos paroquianos, mais de um milhar, as quais foram levadas e entregues por mão ao senhor Bispo da Diocese, mas este manteve-se intransigente, como se estivéssemos no antigamente.
Não deram tempo ao padre João de por em prática todo o trabalho brilhante e exemplar que tinha para nós. Mas manda quem pode e obedece quem é mandado, porque foi assim educado.
Vencidos, mas não convencidos, cerca de trezentos paroquianos das terras de Mondalva, acompanhados por seus filhos que frequentam a catequese (área em que o padre João dedicou especial atenção) juntaram-se no salão polivalente da Casa do Povo no passado dia 15, num maravilhoso almoço de despedida e homenagem ao querido padre João, após a celebração comovente da Eucaristia onde estavam presentes todos os movimentos da Igreja e da nossa Freguesia como forma de amizade e agradecimento. As crianças e alguns adultos choraram e fizeram chorar o seu e nosso amigo.
Resta-nos desejar ao padre João que encontre nas suas novas paróquias ainda mais acolhimento e receptividade do que a que encontrou aqui e que daqui a mais três anos, nos seus momentos de meditação, possa erguer os olhos para o céu e exclamar: obrigado Pai, por me teres dado a felicidade de conhecer e conviver com esta gente.
Padre João, quando nos quiser visitar, nem precisa bater à porta pois ela está sempre aberta para si.
Até um dia, caro amigo.