Dois fornos comunitários são, desde há treze anos a esta parte, o mote para a Festa do Pão, que decorreu no Parque Senhora da Estrela, em Seixo da Beira.
Durante os três dias – de 25 a 27 de Agosto – do certame, passaram pelas mãos de quatro mulheres (na foto), mais de 800 quilos de farinha de trigo, que deram origem a milhares de “broas” (pão de trigo), bolos doces (tradicionais da Páscoa) e bolas de carne e bacalhau, consumidos no local ou para levar para casa.
Para Margarida Ferreira, a Festa do Pão é o reforçar das tradições do povo. «No Seixo da Beira sempre se cozeu pão e bolas, pelo menos semanalmente, como sustento da família. No fundo é manter a nossa tradição, e por outro lado, levar o que se fazia às gerações mais novas». «Os nossos miúdos conhecem os fornos e como se faz o pão, mas há muitos que não conhecem e vêm famílias de várias paragens propositadamente para assistirem à confecção», acrescenta.
Ainda segundo a presidente da Junta de Freguesia – entidade organizadora da Festa – nas sete localidades que compõem a freguesia há um forno comunitário em funcionamento (…) «e ainda hoje as pessoas têm o hábito de ao sábado de manhã coser pão e bolas». «A festa tem outras vertentes, mas o que atrai mais as pessoas são os nossos fornos», acrescenta.
Ao longo dos três dias, os visitantes puderam assistir à confecção, tirar fotografias, pedir explicações de todo o processo de confecção e, essencialmente, provar as iguarias.
O certame contou com 30 expositores que apresentaram a gastronomia local, o artesanato do concelho e da região.
Salientando que o associativismo da freguesia do Seixo da Beira é muito grande – ao todo 10 associações, 9 das quais se mantêm em trabalho constante ao longo do ano – a autarca reconhece que a Festa do Pão (…) «é-lhes extremamente útil para angariação de verbas», dando como exemplo o clube de futebol – Vasco da Gama – (…) «que será a associação que tem maiores encargos, mas que vê nesta festa uma forma de angariar alguma verba para fazer face às despesas que têm».
Esta é uma festa que está enraizada e é para continuar (…) «pelo menos até 2025, depois, logo se vê», assegura Margarida Ferreira, constatando a dificuldade de arranjar colaboradores (…) «são sobretudo as pessoas mais velhas que nos ajudam a confecionar o pão. Também gostaríamos de organizar alguns workshops para que as pessoas pudessem aprender a confeccionar mas a “mão-de-obra” não chega para tudo», refere.
Recorde-se que a Festa do Pão teve a sua origem em 2005, mas de há 13 anos a esta parte ganhou o actual formato, e esta edição, que foi visitada por milhares de pessoas, contou com investimento que rondou os 16 mil euros.