No sábado, foram inauguradas as obras de beneficiação e rede de segurança contra incêndios do edifício sede da Santa Casa da Misericórdia de Semide.
Na cerimónia oficial de inauguração das obras, financiadas pelo Fundo Rainha D. Leonor, representado pela directora Inês Dentinho, e com o apoio do Município de Miranda do Corvo, representado pela vice-presidente da Câmara, Marilene Rodrigues, estiveram ainda presentes o presidente do Secretariado Regional da União das Misericórdias, António Sérgio, representante da União das Misericórdias Portuguesas, José Júlio Norte, provedores e representantes de outras Misericórdias, presidente da União de Freguesias de Semide e Rio de Vide, Luís Martins, representantes do IEFP, da CEARTE, da DUECEIRA, de empresas que apoiaram a instituição e ainda a Misericórdia de Arganil que, pelas mãos do seu provedor António Carvalhais da Costa, entregou a medalha da instituição (como reconhecimento pelo seu trabalho) à Misericórdia de Semide.
“Obrigado a todos pela vossa presença”, começou por dizer o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Semide, Armando Ferreira, para depois ter palavras de especial apreço para com a directora do Fundo Rainha Dona Leonor, “que bem que nos faz com a sua presença, muito obrigado por tudo, mas sobretudo por acreditar neste projecto e nesta direcção. Desde a primeira visita sempre nos incentivou e nos deu motivação de que seria possível melhorarmos as condições da nossa instituição”.
E fazendo “um enquadramento do que foi este projecto que vai ao encontro das nossas aspirações” e com o qual “conseguimos melhorar substancialmente as condições de funcionalidade da nossa sede”, Armando Ferreira referiu que “as obras que agora concluímos vem dotar este edifício de melhores condições ao nível do seu funcionamento e mobilidade interna de bens e pessoas e naturalmente dá cumprimento às normas regulamentares com a instalação de um sistema de segurança contra incêndios”, mas e como reconheceu, “para que tudo isso fosse possível recorremos ao Fundo Rainha D. Leonor com a apresentação de uma candidatura no ano de 2019, bem como um pedido de apoio à Câmara Municipal de Miranda do Corvo”, sem deixar de acrescentar ainda que “como em todas as obras, para além das programadas tivemos a necessidade de realizar algumas complementares, dando assim ao projecto inicial a adaptação pretendida, dentro das nossas possibilidades financeiras, alterações que consideramos serem da maior importância”, terminando por dizer, “muito mais há a fazer, as obras numa instituição nunca se devem dar por terminadas, mas como costumo dizer, o caminho faz-se caminhando”.
E depois das palavras do presidente da União de Freguesias de Semide e Rio de Vide para realçar a acção social da Santa Casa da Misericórdia e manifestar o apoio possível da autarquia, o presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias, António Sérgio começou com palavras de particular apreço para com o provedor Armando Ferreira, “é património imaterial das Misericórdias, estamos perante um cidadão que dá tudo a esta magnífica causa, temos de nos vergar perante o seu exemplo”, ao mesmo tempo que enalteceu também “esta magnífica instituição que desde 1831 tanto orgulha esta comunidade”.
“E não é uma instituição pequena, é precisamente o contrário, é uma instituição tão grande como todas as outras, porque as instituições não se medem pelo seu volume de negócios, mas medem-se sobretudo pela sua qualidade de serviços. E aqueles a quem vocês chegam nesta comunidade tem o mesmo selo de qualidade como se fosse a maior instituição deste país e que tanto orgulha o sector social do distrito de Coimbra”, considerou António Sérgio, para se referir depois às dificuldades e aos desafios que actualmente se colocam às Misericórdias, mas mesmo assim na Misericórdia de Semide “vocês continuam a dizer presente, combatendo essas mesmas dificuldades, apreensivos como todos nós, mas como dizia Santo Agostinho, enquanto houver capacidade de lutar, haverá esperança de vencer. É esta sobretudo a mensagem que vos queria deixar, acrescentando uma outra que, como nos disse o nosso Papa Francisco recentemente em Lisboa, com tanto jovem não se envelhece e por analogia passo a referir, com tanta gente a gostar da Misericórdia e Semide, a Misericórdia de Semide não vai acabar com certeza”.
Em representação da União das Misericórdias Portuguesas, Júlio Norte começou por dizer que “é para todos nós um orgulho estarmos aqui hoje a dar continuidade a um projeto que nasceu há 192 anos e continua vivo e bem vivo, com o trabalho e dedicação das gentes de Semide e Miranda. Foram estes homens e mulheres que, acreditaram e alimentaram um sonho que, hoje, é a realidade que todos conhecemos, da qual nos orgulhamos e não podemos abdicar”, para destacar “o que tem sido a atividade e intervenção desta instituição junto da comunidade ao longo destes anos. Um exemplo de abnegação e entrega desinteressada, acreditando e tendo esperança numa melhor qualidade de vida, em especial aos idosos e mais desfavorecidos”, deixando “um profundo e reconhecido agradecimento” aos órgãos sociais e a todos os colaboradores da Santa Casa da Misericórdia de Semide.
E depois das palavras do representante do Fundo Rainha Dona Leonor, Mariano Cabaço, para “felicitar o provedor e toda a Misericórdia de Semide pelo empenho em melhorar as condições da sua casa e a pela forma mobilizadora como se rodeia dos parceiros certos para enfrentar as dificuldades. Parabéns pelo trabalho”, a vice-presidente da Câmara Municipal começou por realçar “o compromisso do Município em apoiar a Santa Casa da Misericórdia, quer nestas obras, quer noutras valências”, salientando que “pode contar com o nosso apoio porque reconhecemos que o trabalho que aqui é desenvolvido é um trabalho meritório, é um trabalho solidário e muitas das vezes voluntário”, deixando por isso os parabéns ao provedor, mesa administrativa, directora, colaboradores da Santa Casa “e a todos aqueles que doam o seu tempo em favor da missão desta instituição”.
A directora do Fundo Rainha Dona Leonor, depois de considerar também que “não há Misericórdias maiores ou mais pequenas porque o património imaterial é todo do mesmo tamanho, até diria mais é maior quando são maiores as dificuldades, o empenho, a vontade abnegada e gratuita de fazer as Obras de Misericórdia”, referiu que “gosto de falar dos provedores como os verdadeiros heróis do século XXI, porque fazem multiplicar os meios, gerem equipas de forma exemplar, cuidam dos outros mais do que si próprios”, confessando que “quando cheguei a Semide fiquei impressionadíssima com o trabalho, com as dificuldades brutais da Misericórdia”, mas também pela “vontade que tinha de dar a volta a texto”.
“Esta terra foi muito importante por causa do Mosteiro, e o novo mosteiro é aqui a Misericórdia de Semide e o senhor provedor é o novo abade. Aqui vai ser o novo farol do desenvolvimento de Semide”, disse Inês Dentinho, terminando por referir que “esta Misericórdia está aqui para as curvas e espero que as novas curvas sejam muito potenciadoras do que é a terra de Semide”.