Na passada sexta-feira, no coro da igreja do Convento de Santa Maria, realizou-se a cerimónia da tomada de posse dos novos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Semide (em caixa) e que, de entre outras, contou com as presenças de presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas, António Sérgio Martins; provedores e dirigentes de Misericórdias do distrito; presidente da Câmara Municipal, Miguel Baptista, e vice-presidente, Marlene Rodrigues; presidente da União de Freguesias de Semide e Rio de Vide, Luís Martins, representantes de IPSS e do pároco, padre Pedro Miranda.
“Vocês dão-nos força, alegria e vontade para continuar esta caminhada”, disse o presidente da assembleia geral da Santa Casa da Misericórdia, António Marques, deixando o pedido para “o apoio de todos, necessário e imprescindível, sobretudo a uma casa como esta que é muito pobre”, mas que os seus dirigentes “têm feito um trabalho enorme” para a manter viva e dar o cumprimento à nobre missão de ajudar os que mais precisam.
De pé, foi tributada uma salva de palmas aos dirigentes da instituição que, como referiu também o presidente do conselho fiscal, Silvino Paiva, “vão às compras, vão à lenha, matam porcos” para angariar dinheiro que permita manter equilibradas as contas da Misericórdia e que, como disse também o presidente União de Freguesias de Semide e Rio de Vide, pode contar também com “o nosso apoio”, deixando ainda aos novos dirigentes os votos dos “maiores sucessos”, como o fez depois o presidente da Câmara Municipal, que não deixou de reconhecer ainda que dadas as dificuldades que se atravessam, “os próximos quatro anos não serão fáceis”, sobretudo para a equipa que vai liderar a instituição, reconhecendo também o trabalho de todas as equipas que por ali passaram “pelo trabalho em prol da comunidade” e deixando a certeza que “cá estaremos para vos dar apoio, Um grande abraço”.Mesmo apesar das dificuldades, “orgulhamo-nos muito do muito que foi feito e do muito que foi feito pela Misericórdia de Semide”, disse o presidente do Secretariado Regional da União das Misericórdias, considerando que “a persistência é o caminho do êxito e que vai continuar a dar frutos no futuro”, para salientar depois que “estamos a passar por um momento desafiante para o sector social”, particularmente naquilo “que nos é exigido” e no pouco “que nos dado”, considerando por isso que “o Estado tem-nos tratado mal. A nossa viabilidade quase que está posta em causa”.
Mesmo assim e depois de deixar palavras de incentivo à renovada equipa que lidera a Misericórdia de Semide, António Sérgio Martins deixou ainda palavras de esperança. “queremos ter esperança e ser considerados de forma diferente” por parte daqueles que que têm responsabilidades da governação do país, terminado por recordar e homenagear aqueles que iniciaram, servirem e servem a instituição “que vai continuar bem entregue” porque, e como considerou, “é uma instituição que orgulha a vossa comunidade e as Misericórdias do distrito e do país”.
O reeleito provedor, começou por agradecer a todos os presentes e “a todos os irmãos e irmãs que nos apoiaram e incentivaram para que nos propuséssemos a mais um mandato”, às “colaboradoras desta instituição”, a “todos os membros da direcção cessante, aos que iniciaram esta caminhada há quatro anos e que, de uma forma ou outra, contribuíram com a sua quota parte para que chegássemos a bom porto”, sem esquecer “as entidades que, no dia-a-dia, colaboram com a instituição e que principalmente nos ajudam a equilibrar e a repor o que nos faz falta”, nomeadamente ao diretor executivo da SONAE e Hipermercados Continente, dr. Luís Filipe Reis, à Câmara Municipal de Miranda do Corvo, à União de Freguesias de Semide e Rio de Vide, à ARCIL, ao Centro de Emprego e Formação Profissional do Pinhal Interior, ao Fundo Rainha D.. Leonor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
E depois de, agradecer “também o contributo de todos os membros desta direcção e de alguns irmãos na realização de algumas tarefas, que só juntos as poderíamos e podemos executar”, Armando Ferreira deixou ainda “um agradecimento especial à minha família, só com o vosso sacrifico se pode ter disponibilidade e estar disponível”, dando a conhecer que “decidi comprometer-me com este segundo mandato, para que todo o trabalho que realizámos desde 2019 possa ter continuidade. Estamos juntos, todos, com as mesma determinação e empenho com a devida confiança, mas necessária, com que iniciámos em Janeiro de 2019, com o intuito de melhorar as valências e o dia-a-dia da nossa instituição, dos nossos utentes e funcionárias” e, “não esquecendo o passado, que teve o seu inicio em 25 de Junho de 1831, quase com 192 anos de história” à qual, e como referiu, “queremos dar continuidade, com respeito pela obra feita assim como o respeito por todos os que ao longo de cada mandato, dão o seu contributo a esta instituição” e “que desde sempre, contribuíram para a valorização do património, na expansão e qualificação dos serviços desta Santa Casa, nas atitudes e valores intrínsecos a uma instituição de solidariedade”.
“Como disse há quatro anos, também hoje aqui nós assumimos, com a obrigação de o valorizarmos e com a declaração solene de cumprirmos os nossos objetivos expressos, que queremos honrar, ao estarmos sempre ao serviço da comunidade, no respeito pela pessoa humana e da sua dignidade, dos valores da solidariedade, do apoio à família e à comunidade em geral, no apoio aos idosos e ás crianças”, disse o reeleito provedor, para “de certa forma contribuir, aplicar e fazer jus a alguns dos valores da doutrina cristã, (…) sem nunca esquecer que também nos cabe a actividade de salvaguarda e defesa do nosso património, da nossa identidade da nossa história, é ainda da nossa incumbência colaborar para encontrar as melhores respostas e serviços, no que respeita à economia social e solidária, que assegurem mais justiça e que garantam mais meios sociais aos cidadãos, assim como os que reforcem os laços sociais e de solidariedade”.
“Somos uma instituição de solidariedade social, estamos aqui para dar ou partilhar, mas as nossas contas têm de ser rigorosas e sustentáveis”, salientou Armando Ferreira, sem deixar de referir, contudo, que “temos uma parte da sociedade que precisa, outra que reclama e outra que pode e que não dá. Há quem possa dar para podermos servir melhor, compete-nos aplicar essa pedagogia de que aqui, o dinheiro será bem aplicado, com transparência e rigor. Vamos continuar a mostrar o que fazemos, comunicar melhor, explicar como trabalhamos a todos os que nos procuram”, deixando a certeza que “queremos e vamos continuar a melhorar o modo como servimos os nossos utentes, quer sejam idosos, crianças ou famílias” e, para isso, “cada um de nós, incluindo colaboradores e colaboradoras, temos de dar o nosso melhor em condições difíceis como as que vivemos nestes quatro anos, para que em condições melhores possamos fazer melhor ainda, não podemos só fazer o possível, temos de dar e fazer o nosso melhor, mas estas palavras exigem, atitude, preparação, empenho, competência, dedicação e principalmente muito trabalho e transparência” e, apesar das “adversidades não nos abalaram nem demoveram, não perdemos a coragem, antes pelo contrário, deram-nos mais força para continuar” e “o que prometemos para estes quatro anos, é apenas empenho, dedicação, perseverança, rigor e muito trabalho”.
Corpos sociais para o próximo quadriénio
Eleitos em assembleia geral em 29 de Janeiro passado, e homologados em 13 de Fevereiro pelo Bispo de Coimbra, os novos corpos sociais da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Semide são assim constituídos:
Mesa da assembleia geral – António Manuel Neves Marques dos Santos, presidente; José Manuel Rodrigues Paulo, vice-presidente; e Ana Sofia Rodrigues Vaz, secretária.
Mesa administrativa – Armando Aníbal Santos Ferreira, provedor; Acácio Manuel Marques dos Santos, vice-provedor; Miguel Alexandre Quintas Brandão Lebre, secretário, Lucília Rodrigues França dos Reis; tesoureira; Manuel Ferreira Lopes, vogal; e Maria José Simões Lopes Jesus, Manuel Vaz dos Reis e Paulo Carvalho Sequeira, suplentes.
Conselho fiscal – Silvino Ferreira Paiva, presidente; José António Colaço Brandão, vice-presidente; Sérgio Manuel Ferreira da Silva, secretário; e Manuel Falcão, Mário António Lebre Marques e Olinda da Conceição Raposo Marques, suplentes.