O elevado valor da factura da água tem sido, desde que a exploração e abastecimento passou para a empresa Águas do Planalto, SA, alvo de criticas por parte dos consumidores abrangidos pela empresa concessionária.

A polémica da factura da água recorde-se, começa pelos três itens associados ao consumo, apesar de ser a mesma entidade que recebe e que recolhe o dinheiro na factura: a AINTAR (Associação de Municípios para o Sistema Intermunicipal de Águas Residuais de Carregal Do Sal, Santa Comba Dão, Tábua e Tondela), com o saneamento; a Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão, com os resíduos de sólidos e urbanos (lixo); a receita de diversas entidades, outros serviços, juros e impostos; e a Águas do Planalto, com a água.

Questionado pela A COMARCA sobre o caso, o presidente da Câmara Municipal de Tábua explica que o assunto está a ser objecto de estudo entre os cinco municípios – Tondela, Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Tábua e Mortágua – abrangidos pela concessionária da exploração e distribuição de água.

«Verificamos que nos dois primeiros sectores – resíduos sólidos e urbanos e o saneamento – temos um valor muito inferior à média da Região de Coimbra, e portanto, um serviço para ser sustentável tem que continuar com os investimentos até ter uma formula que permita ser sustentável, um serviço mais eficaz e eficiente às pessoas. Por outro lado, percebemos que o que está a pesar na factura global e nos leva a dizer que a factura é cara, é as águas.

É neste item, das águas, que o valor está acima da média da Região de Coimbra, e é isso que temos que trabalhar. O nosso compromisso, é que até ao final do mandato, iremos apresentar propostas de solução para que em conjunto se possa decidir uma redução substancial na factura da água.

Se baixarmos o custo, conseguiremos que a factura global passe para dentro da média nacional ou da média do distrito de Coimbra».

O autarca adianta que o modelo negocial que está a ser debatido, visa que o cliente/consumidor possa sentir uma diminuição do valor da factura da água (…) «não por via do abaixamento dos outros dois itens – os serviços, esses têm que subir um bocado – mas por via daquele que está muito mais elevado».

Recardo Cruz reconhece que ao munícipe/consumidor, o que interessa é que a factura global (…) «seja muito mais barata». «O que nos interessa a nós é que a factura global seja muito mais barata, mas que um dos sistemas está empolado, se assim o podemos dizer, e que os outros possam ir para um sistema de sustentabilidade para haver um equilíbrio global».

«Ainda assim, se analisarmos friamente os dados, percebemos que com todos esses investimentos que falámos do saneamento dos resíduos de solos urbanos e nas águas, mesmo elas com valor excessivo ou menos excessivo, que isso é sempre assunto de debate, há uma coisa que os tabuenses nunca tiveram: nunca tiveram falta de água, nem água falta de qualidade, porque ela tem sempre a mesma chancela daquilo que tem sido o padrão da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos)», afiança.

Câmara investe mais de 1,5 milhões de euros na ETA de Tábua

De acordo com presidente da autarquia, o projecto de remodelação total da Estação de Tratamento de Água de Tábua, dotando-a com alta tecnologia, será apresentado ainda este ano de 2025, e trata-se de um investimento (…) «que nunca foi feito, e que deixa Tábua projectada para os próximos anos» com todo um sistema de águas recuperado.

Há semelhança do que acontece com os outros município abrangidos pela Águas do Planalto, Tábua é abastecido através da Barragem do Paúl (Mosteiro de Fráguas – Caramulo), mas com a remodelação da ETA (…) «conseguiremos ter um processo de resiliência que nos irá permitir dizer que Tábua não terá falta de água», porque, acrescentou (…) «este segundo sistema permitirá ir captar e ficar com água de qualidade a partir da Barragem da Aguieira», ficando o concelho abastecido pelas duas bacias hídricas.