TÁBUA: REN promoveu debate sobre fogos florestais em infra-estruturas eléctricas

Cerca de centena e meia de bombeiros dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria e Viseu a que se associaram responsáveis da Protecção Civil, participaram numa sessão que teve lugar no Auditório Engenheiro Ivo Portela, no Centro Cultural de Tábua, sobre “Fogos Florestais e Segurança de Infra-estruturas Eléctricas”.

Promovida pela REN (Redes Energéticas Nacionais) e Liga dos Bombeiros Portugueses, a acção surge numa altura em que se aproxima a fase crítica dos incêndios, mereceu especial atenção por parte das 30 corporações de bombeiros que participaram na iniciativa.

Na sessão de abertura dos trabalhos, o vice-presidente da Câmara – que detém o pelouro da Protecção Civil – assegurou aos promotores da iniciativa a disponibilidade do Município (…) «para esta e outras acções), observando que mesmo que não seja uma substação do concelho as infra-estruturas municipais estarão sempre dispovíveis (…) «estejam à vontade para usar e abusar da nossa receptividade», acrescentou António Oliveira.

Mónica Conceição, Directora de Operações da REN, deu nota de que a empresa (…) «trabalha em permanência em acções de prevenção», sempre em articulação com as autoridades competentes. Por isso, salientou (…) «este é um evento fundamental para partilha de experiências com as entidades que todos os dias defendem a floresta. A gestão dos nossos corredores de transporte de energia aumenta a resiliência das nossas infraestruturas e dos territórios onde as mesmas se encontram implantadas, mas também cria oportunidades de combate aos Bombeiros e restantes Equipas de Protecção Civil».

Direccionados aos bombeiros e demais agentes da Protecção Civil, foram apresentados três painéis: “Eixos de actuação na gestão da floresta e incêndios rurais”, partilhado por Pedro Marques (responsável pela área de Redes Sustentáveis e Servidores) e Francisco Parada (responsável pela área de Qualidade, Ambiente, Segurança e Desempenho da REN); “O comportamento dos fogos florestais”, por Miguel Abrantes Almeida (do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra); “Segurança das Subestações e o combate aos incêndios nas subestações e na vizinhança de linhas aéreas”, por Domingos Mateus (responsável pela área de Exploração Eléctrica).

No final da primeira parte dos trabalhos, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses ao salientar as alterações climatéricas, que se traduzem num potencial calórico muito mais elevado e com uma velocidade de ocorrência maior, destacou o trabalho que a REN desenvolve, nomeadamente no que diz respeito às faixas de passagem das linhas eléctricas de alta tensão (…) «dão alguma descontinuidade à floresta» reconhecendo que nalguns casos (…) «pode facilitar o combate».

António Nunes relevou a interligação entre as duas entidades – REN e Lida dos Bombeiros – na prevenção dos incêndios, destacando a importância deste tipo de iniciativas para as corporações de bombeiros, que considerou serem (…) «ferramentas que permitem aumentar a capacidade de combate aos incêndios, especialmente em infra-estruturas eléctricas».

Para o presidente da Liga a iniciativa que a REN levou a efeito em Tábua deu (…) «uma boa noção de sustentabilidade social, de vontade, de preocupação não só pela sua missão principal, mas também cumprindo com todas as regras, quer do pondo de vista ambiental quer do ponto de vista da segurança, que era importante que todas as empresas tivessem essa consciência».

A acção desenvolvida pela REN e pela Liga dos Bombeiros Portugueses culminou na tarde da passada quinta-feira, dia 11, num exercício prático (simulacro de incêndio) com a participação dos Bombeiros de Tábua na Subestação da REN, em S. João da Boa Vista.

“Há gente a mais a decidir” lamenta o Presidente da Liga dos Bombeiros

A acção desenvolvida pela REN e a Liga dos Bombeiros Portugueses foi mais uma oportunidade para António Nunes criticar a existência de demasiadas entidades a falar sobre a área da prevenção e do planeamento.

Destacando o papel desenvolvido pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) junto das entidades privadas, o presidente da Liga admite que a criação de uma outra entidade – AGIF (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais) – (…) «trouxe uma sobrecarga de reorganização nesta área que, quanto a nós (Liga) era mais razoável que houvesse uma entidade responsável».

«Há muita gente: ANEPC; AGIF; ICNF; as CCDR. Todos falam de tudo e no fim o que nós temos são incêndios e a necessidade de os combater». «É preferível irmos directamente à fonte e colocarmos as questões ao nível mais local, mais dividido», assegura.

O presidente da Liga dos Bombeiros é, por isso, peremptório: «Continuo a defender que os bombeiros devem ser comandados por bombeiros. Que os bombeiros devem ter as suas áreas de actuação, a seguir devem ter comandantes da sua zona de intervenção operacional, que devem ter sectores operacionais e que devem ter regiões». António Nunes defende uma organização em “pirâmide” até ao nível regional, porque admite que, com esse tipo de funcionalidade (…) «muito dificilmente nós precisaremos de andar a fazer deslocações» de região para região.

Sabia que…

… a nível nacional, a REN tem quase 10 mil quilómetros (cerca de 35 mil hectares) de servidões de linhas eléctricas e gasodutos, sendo que mais de 60% destas faixas de servidão (23 mil hectares) estão inseridas em espaços florestais. Nos últimos cinco anos, a REN efectuou a gestão da vegetação em quase 50 mil hectares.

Durante toda a época de incêndios, a REN tem em operação seis equipas de prevenção e vigilância, disponíveis 24 horas/dia, 7 dias por semana. Estas equipas estão equipadas com equipamento de primeira intervenção, que lhes permite fazer uma primeira intervenção de combate aos focos de incêndio. Desde 2009, a REN doou quase 100 veículos no âmbito da prevenção de fogos florestais, quer a corporações de Bombeiros Voluntários, quer a equipas de prevenção de incêndios da protecção civil das autarquias.