TOMADA DE POSSE DOS ÓRGÃOS SOCIAIS DOS B. V. GÓIS: “Trabalho, dedicação e honestidade”

No passado dia 29 de Dezembro, no quartel-sede, foram empossados os novos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Góis.

Na cerimónia de tomada de posse, estiveram presentes, entre outras entidades, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, Fernando Carvalho (que também representou a Liga dos Bombeiros Portugueses), o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, vereadores e membros da Assembleia Municipal, que foram saudados pelo o novo presidente da direcção, Júlio António da Silva Moura, e que não deixou também de se congratular pelo elevado número de pessoas que assistiram ao acto.

“Sei que vamos ter um caminho muito sinuoso, muito difícil”, disse o novo presidente da direcção, “a Associação está num estado muito degradado, ao nível financeiro, (…) sou inexperiente ao nível de bombeiros”, contudo e como referiu, “convidei todas as pessoas que achei que eram essenciais para me acompanhar nesta luta. Acho que tenho uma equipa de excelência e com a ajuda dos homens e das mulheres desta Corporação, da população e das entidades, conseguiremos fazer aqui um trabalho bom. (…) Temos de unir-nos muito”, deixando a certeza que da parte da direcção, “poderão contar, nos próximos três anos, com trabalho, dedicação e honestidade”.

A comandante em substituição do Corpo Activo, Patrícia Carvalho, depois de dar “as boas-vindas” à nova direção e aos restantes órgãos sociais, considerou que “2023 não vai ser um ano fácil, dado a conjuntura que o país vive”, no entanto deixou a certeza de que “o Corpo Activo que represento aqui, homens e mulheres que comando, estaremos sempre disponíveis para trabalhar convosco, em prol do bom nome desta casa. (…) Há dificuldades e 2022 foi um ano muito atípico para os Bombeiros Voluntários de Góis, mas “estamos cá e juntos iremos levar o barco a bom porto”.

O presidente da direcção cessante, Renato Souza, depois de saudar a nova direcção e de agradecer, em particular, ao presidente da Federação Distrital dos Bombeiros que “fez sempre um apoio muito próximo a esta Associação, sobretudo naquelas alturas em que a ARS demorava muito a pagar, (…) das dificuldades que os Bombeiros sentem é que não sabemos quando é que nos pagam”, recordando por isso que “vivemos aqui situações muito particulares, que não deviam ter acontecido, porque, se não tivessem acontecido, talvez, hoje, estivéssemos numa situação um pouco melhor”, mas “agora, há que caminhar para a frente”, deixando votos para que “a nova direção e todos os órgãos sociais tenham sucesso e que consigam fazer aquilo que esta direcção não conseguiu, principalmente neste último ano, manter o Corpo unido, manter as coisas na direcção certa e conseguir resolver os problemas todos que possam advir e a situação financeira que temos”.

“Agora, abandono definitivamente toda e qualquer acção relativamente a esta casa, mantendo-me como comandante do Quadro de Honra”, disse presidente da assembleia geral cessante, José António Pereira de Carvalho, para considerar depois que “nunca os bombeiros precisaram tanto de ajuda como agora”, mas porque “temos homens e mulheres altamente competentes para exercer a sua missão, cabe à direção que vai entrar estabelecer o comando, de maneira a criar a paz dentro do quartel dos Bombeiros de Góis e de Alvares” , fazendo votos para que “quem entra, consiga criar essa hegemonia, resolvendo os problemas que há para resolver”, já que “a instituição tem de se manter forte”.

Elogiando “a coragem e a dedicação” dos corpos sociais que tomaram posse, numa altura em que “as dificuldades são enormes”, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra referiu depois que “a questão do voluntariado” é um dos “três principais problemas” com os quais as Associações de Bombeiros se debatem, “cada vez temos mais dificuldade em conseguir voluntários e, por isso, lutamos para que seja criado um estatuto de voluntariado que permita que as pessoas que se dedicam ao voluntariado, no caso concreto dos Bombeiros, tenham algumas regalias”, porque e como considerou, “não podem ser só as Câmaras Municipais a isentar pagamentos e a diminuir taxas aos bombeiros, isso compete ao Estado, porque os bombeiros fazem parte da Protecção Civil nacional”, não deixando de salientar ainda outra dificuldade que as Associações Humanitárias atravessam e que é “a financeira, (…) não houve alteração absolutamente nenhuma no preço, por quilómetro, das ambulâncias. (…) É uma questão complicada, alicerçada num outro factor que é a dificuldade que as direcções têm em fazer orçamentos de tesouraria, ou seja, nunca sabemos quando recebemos”.

O presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, depois de mostrar a sua satisfação por estar “a sala cheia”, o que “revela a importância que os Bombeiros têm para a comunidade” e de deixar “uma palavra de reconhecimento, apreço e gratidão aos corpos sociais que terminaram funções e que passaram tempos difíceis”, deixou o apelo para que “haja paz, pacificação e todos estejam focados naquilo que é essencial e que é a missão dos Bombeiros”, terminando por agradecer também “àqueles que têm a ousadia de agarrar numa instituição com dificuldades mas que, certamente, vêm com vontade e que vão fazer um bom trabalho porque há aqui pessoas com muita capacidade”, a quem deixou a certeza de “uma verba direccionada para o apoio que o Município vai dar aos Bombeiros” e que consta do seu orçamento para 2023.